Empresários do DF lançam movimento contra a corrupção
"Silenciar ou se omitir, neste grave momento pelo qual passamos, ser conivente", diz manifesto; oito senadores participaram de ato na Fecomrcio-DF
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Naira Trindade_ Brasília247 – O documento da Federação do Comércio do Distrito Federal, publicado nos jornais de Brasília, é categórico: "A corrupção mina a sociedade, destrói valores éticos e morais, dissemina a violência e as práticas ilícitas. Corruptos e corruptores são inimigos públicos, e assim devem ser tratados". E esse foi o tom da sessão que a entidade que representa os empresários do comércio de Brasília realizou nesta quinta-feira, com a presença de oito senadores da Frente Suprapartidária de Combate à Corrupção e à Impunidade.
"A corrupção é uma questão sistêmica e epidêmica e a população brasileira paga muito caro por isso", disse o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana. Segundo ele, a entidade vai procurar outros segmentos da sociedade civil para dar maior dimensão à luta contra a corrupção. "Precisamos fazer esse movimento crescer", disse.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) deixou claro que a corrupção não é um problema brasileiro: "Temos que lutar pelo fim da impunidade porque a corrupção existe em vários lugares do mundo, a diferença é que no exterior os culpados vão para a cadeia". "Há um pensamento cristalizado de que não tem mais jeito de combater a corrupção, mas isso está errado e podemos controlá-la", disse o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
A tolerância da sociedade perante as fraudes com verbas públicas foi criticada pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). "A maior maldade da corrupção é explorar o sentimento dos humildes, que são mais tolerantes às irregularidades", disse.
Um dos representantes do Distrito Federal no Senado, Rodrigo Rollemberg (PSB), lembrou da crise política que assolou Brasília, motivada por desvios de recursos públicos. "Nenhum estado sofreu tanto com a corrupção como o DF nos últimos tempos", afirmou. "Muitos negócios foram interrompidos e temos que reconhecer que a impunidade alimenta isso."
"Nossa luta é para garantir que os recursos públicos sejam realmente públicos", disse o senador Cristovam Buarque (PDT), que também representa o DF no Senado. O senador Pedro Taques (PDT-MT) comparou a corrupção brasileira à de outros países. "Nossa situação é a pior possível porque a corrupção está em todos os poderes e temos que combater esse mal", disse. "Esse movimento deve ser um alerta para o povo brasileiro começar a combater a corrupção", segundo o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). "Será o início de uma longa caminhada", acrescentou o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC).
A intenção da Fecomércio, que reúne 24 sindicatos, é que o manifesto seja difundido na cidade e que os comerciantes se engajem na campanha. O Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal representa 28 mil empresas, com 80 mil funcionários. "Chegamos ao limite, os recursos desviados poderiam ser usados para suprir os problemas de saúde, educação, transporte, que estão um caos", declarou o presidente da entidade, Antônio Augusto de Moraes.
No manifesto, a Fecomércio define dez eixos que pretende debater com todas as entidades da sociedade civil e segmentos. Entre os pontos levantados estão: maior transparência dos órgãos públicos; fortalecimento dos instrumentos de prevenção, fiscalização e controle; realização das reformas tributária e política; revisão da legislação cível e penal para elevação das penas de crimes ligados à corrupção; revisão do funcionamento do Judiciário; desburocratização dos serviços públicos para reduzir os trâmites que favorecem as práticas corruptas; profissionalização e qualificação do serviço público: e mudanças na elaboração dos orçamentos das unidades federativas.
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