"Em São Paulo, o candidato do PSOL é o Boulos", diz Juliano Medeiros, presidente do partido. "O apoio a Lula independe disso"

O presidente do PSOL defende aliança nacional com PT no 1º turno, diz que Marcelo Freixo é o melhor candidato no Rio e dá sua visão das esquerdas brasileiras



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247 – “A unidade do PSOL não está construída. Unidade não se faz só com adesão acrítica”, disse o presidente do partido, o cientista político Juliano Medeiros, aos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva no programa Sua Excelência, O Fato, transmitido pela TV 247 e cuja íntegra tem link no fim deste texto. “Queremos colocar as nossas opiniões para o ex-presidente Lula. Como faremos para reverter as políticas implementadas para atacar os direitos do povo brasileiro nos governos golpistas que se instalaram de 2016 para cá?”, seguiu.

Segundo Medeiros, “em São Paulo, o candidato do PSOL é o Guilherme Boulos”. Ele assegura que “não há negociação em curso sobre isso” e garante que a discussão intrapartidária sobre o apoio à candidatura presidencial do ex-presidente Lula (PT) “não passa por São Paulo”.

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No programa, uma boa digressão sobre as divisões da esquerda brasileira

“A esquerda brasileira está dividida em três tradições políticas", prosseguiu Juliano Medeiros no bate-papo que foi ao ar, ao vivo, na última 5ª feira, 10 de fevereiro. “A leninista – PCB, PSTU, o PCO, descontada toda a parte caricatural deles…”, prossegue o presidente do PSOL. “São partidos menores e hoje há pouco espaço para que partidos com essas concepções políticas possam falar com milhões de pessoas. É uma tradição política importante, respeitável”, ponderou. E seguiu adiante: “O PCdoB, de certa forma, também (integra o grupo), mas está transitando para outra coisa. E aí vem a segunda vertente da esquerda brasileira”, disse.

Para ele, esta segunda vertente estaria mais identificada com a social-democracia, com a reforma do capitalismo, com mudanças nas políticas neoliberais. “E não são partidos do enfrentamento tão agudo, tão frontal, com este modelo capitalista atual”, constata ao longo da conversa. A partir deste ponto, Medeiros cita quais seriam estes partidos no espectro brasileiro: “Refiro-me à Rede, ao PSB, à maioria do PT… a maioria do PT tem uma visão de sociedade que, do meu ponto de vista, é mais identificada com a social-democracia do que com outras tradições”.

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A última vertente, crê ele, seria aquela que caberia o PSOL. “E tem o PSOL”, disse. “Nosso partido busca se referenciar nos exemplos da nova esquerda socialista, da nova esquerda radical, no mundo”. Para ele, tais exemplos seriam a Frente Ampla, do Chile, o Podemos, da Espanha, a França Insubmissa, na França, e a Nova Esquerda, em Portugal.

Como PSOL encara pré-candidaturas a presidente e ao governo do Rio

“Glauber Braga, a presidente, e Milton Temer, ao governo do Rio de Janeiro, não são candidaturas do PSOL”, disse o presidente do partido no programa. “Eles estão pré-candidatos no PSOL. Eles se lançaram, e qualquer militante do PSOL pode se lançar pré-candidato a qualquer coisa. Mas, o partido vai analisar estas postulações e decidir sobre elas”.

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Juliano Medeiros se diz um ferrenho defensor da Frente das Esquerdas. “Frente das Esquerdas, no plural”, asseverou. “Tem um setor das esquerdas, no Brasil, que quer fazer uma frente ampla com a centro-direita, e não com as esquerdas”, advertiu ele, pontuando a grande divergência. “Não é possível construir uma governabilidade em torno das ideias que esses partidos de centro-direita defendem, fazendo concessões a eles”.

O presidente do PSOL saca da cartola, já no fim do programa, o caso do Rio de Janeiro para ilustrar o paradoxo das alianças das siglas de esquerda. “Vamos pegar o exemplo do meu amigo querido, Marcelo Freixo”, disse, pedindo passagem para seu raciocínio. “O Freixo tem feito, nos seus discursos, nas suas posições, concessões políticas para os setores de centro”, criticou. “Ele quer governar o Rio, é legítimo. Acho que ele vai ser o melhor governador que o Rio de Janeiro já teve na História. Defendo que o PSOL o apoie no 1º turno. Mas, não posso deixar de dizer que a saída do Marcelo (do PSOL, para ir para o PSB) redundou numa série de concessões programáticas e políticas que ele tem dito nas suas entrevistas, nas suas posturas”, lamentou. Para, então, concluir: “Isso não quer dizer que ele não é o melhor candidato e não deva ser apoiado (pelo PSOL). No Rio, quem vai estar do lado do Freixo, serão as esquerdas. Ele faz um monte de discursos para tentar atrair o centro, e não virá ninguém do centro”.

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A seguir, o link para o programa na TV 247:
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