Em documento sigiloso, Lindôra Araújo faz acusações contra Moraes e sai em defesa de Bolsonaro e aliados

Braço direito de Aras, a vice-procuradora geral da República acusa Moraes de instaurar procedimentos ilegais, decretar prisões sem fundamento e praticar “pesca probatória”

(Foto: STF)


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247 - Um documento confidencial, obtido pela revista Veja, revela um embate interno entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. No relatório, Lindôra insinua que Moraes teria autorizado procedimentos ilegais, decretado prisões sem fundamentos sólidos e buscado obter provas sem justificativa legítima, caracterizando o que é conhecido como "pesca probatória". 

As acusações envolvem a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e a apreensão de telefones relacionados ao caso. “Os elementos apontados são por demais incipientes a recomendar quaisquer diligências ou medidas em face dos investigados, sob pena de se validar a pesca probatória, à semelhança de outras investigações em curso no âmbito do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Lindôra.

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Lindôra Araújo, responsável pelo documento, argumenta que não havia justificativa plausível para a prisão preventiva de Mauro Cid e outros envolvidos no caso. Ela expressa preocupação com o uso da "pesca probatória" e ressalta a falta de elementos concretos para sustentar tais medidas.

O relatório também questiona a forma como o ministro Alexandre de Moraes conduziu as investigações, alegando falta de formalização de atos processuais e precipitação na atribuição de responsabilidades golpistas a pessoas ligadas a Bolsonaro. Lindôra Araújo argumenta que as conclusões tiradas das mensagens encontradas no celular do tenente-coronel não representam uma ameaça real à democracia, mas sim "mero diálogo entre pessoas comuns, desprovidas de conhecimento jurídico ou político suficiente para arquitetar um golpe de Estado".

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Para ela, as trocas de mensagens não passam de “uma simples troca de informações apenas e tão somente entre os interlocutores, sem contato com qualquer pessoa com condições de executar”.

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