Eduardo Campos: “Debate político não é rinha de galo”

Ao 247, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, defende o dilogo mesmo com partidos que no esto na base do governo, destaca que a presidente Dilma tambm tem buscado o dilogo e desconversa sobre projeto para Presidncia da Repblica



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Rodolfo Borges_247 – Eduardo Campos costuma se apresentar como um político moderno, defensor de um “jeito novo” de fazer política, pautado mais pelo consenso que pelo dissenso. Dessa forma, o presidente nacional do PSB vem articulando apoios e coligações com as mais diversas legendas, de PT a PSDB, numa movimentação com cheiro de campanha à Presidência da República. Campanha que ele nega. “Esse tipo de atitude não é de hoje. Sempre tive esse perfil de dialogar, de conversar, de mediar conflitos, de buscar posições e pautas que aglutinem e não dividem. Sempre foi minha forma de atuar”, disse o governador de Pernambuco em entrevista ao Brasil 247.

Ao contrário do PT, de cuja base de governo seu partido participa, Campos não vê motivo para proibir coligações, e considera que a atitude está em consonância com o comportamento demonstrado pela presidente da República. “Vejo muito interesse da presidente Dilma (Rousseff) em procurar esse diálogo, inclusive com (o governador de Minas Gerais, Antônio) Anastasia e (o governador de São Paulo) Geraldo Alckmin”, destaca Campos. Segundo ele, alguns políticos do PT podem até não concordar com seu comportamento, “mas respeitam”. Confira a entrevista:

Brasil 247 – O senhor tem liderado conversas do PSB com partidos diversos, de PT a PSDB, firmando parcerias com grupos políticos opostos em nível estadual e municipal. De que lado o senhor está?
Eduardo Campos
– Do mesmo lado em que sempre estive. Do lado do meu partido, do lado dos valores e das causas que sempre defendemos. Estamos claramente posicionados na base de sustentação do governo (federal), de um projeto que, para nós, não foi eleitoral, mas um projeto político que ajudamos a construir desde lá de trás. Fomos solidários nos momentos mais duros desse projeto e entendemos que, nessa caminha o partido, cresceu. Continuamos nesse conjunto de força, ajudando, por dentro do governo de que a gente participa, a avançar mais, a se aproximar mais da população e das mudanças.

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Brasil 247 – O apoio ao governo não impede o diálogo com partidos que não estão na base?
Campos
– Não. Temos uma relação extremamente saudável com o PSDB em vários lugares do Brasil. Em Minas Gerais, por exemplo, onde o PSDB e o PT nos apoiaram para a gente governar bem Belo Horizonte. É a mais bem aprovada administração de capital do Brasil. Partilhamos também com (o governador do Paraná) Beto Richa de um projeto político que levou o PSB a governar Curitiba e ter a segunda mais bem aprovada prefeitura de capital. Como partilhamos de um projeto político no estado da Paraíba, onde vencemos o PMDB numa aliança com o PSDB, e governamos hoje João Pessoa. Também apoiamos no estado vizinho de Alagoas a eleição do Téo Vilela (PSDB). Não tenho dúvida de que era o palanque que tinha mais semelhança com as coisas que o PSB sempre defendeu e sempre apoiou.

Brasil 247 – Há algum partido com que o PSB não articule?
Campos
– Não. Esse debate não pode se dar como uma rinha de galo ou como um debate de torcida. Não é por que estou na base de governo aqui que não dialogo com outras forças. Até porque essas forças que não estão na base de sustentação estiveram conosco construindo a redemocratização do Brasil, construindo, por exemplo, a estabilidade econômica, que é tão importante para vencermos a crise. E com outras forças, que hoje são base de governo, nem sequer a gente esteve nessa caminhada. É fundamental que a gente dialogue sim, e vejo muito interesse da presidente Dilma (Rousseff) em procurar esse diálogo, inclusive com (o governador de Minas Gerais, Antônio) Anastasia e (o governador de São Paulo) Geraldo Alckmin. A gente não pode interditar o diálogo.

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Brasil 247 – Essa postura de diálogo diante de partidos diversos tem levantado rumores sobre um possível projeto político visando à Presidência da República. Onde o senhor pretende chegar?
Campos
- Esse tipo de atitude não é de hoje. Sempre tive esse perfil de dialogar, de conversar, de mediar conflitos, de buscar posições e pautas que aglutinem e não dividem. Sempre foi minha forma de atuar.

Brasil 247 - O senhor acha que o PT, que proibiu em seu último congresso coligações com três partidos (PSDB, PPS e DEM), entende esse jeito de fazer política?
Campos
- Alguns podem até não concordar com o que estou dizendo, mas respeitam, porque sabem que não estou dizendo isso hoje. No governo do presidente Lula, em 2003, nós éramos minoria na Câmara e eu, líder da base. Quando precisamos aprovar reformas e nem o PMDB era da base, conversamos intensamente com a oposição que iniciava esse papel, como o PSDB e o PFL. Eu, Sigmaringa e outros líderes éramos escalados para falar. Porque tínhamos amigos, pessoas com que a gente se relacionou, por quem tínhamos respeito. Não tem novidade nisso.

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Brasil 247 - O PSB pensa em vetar alguma coligação nas próximas eleições?
Campos
– Essa decisão vai ser tomada no congresso do partido, em dezembro. Ainda não vi ninguém defendendo veto. Não sei se vai ser assim, mas normalmente a gente define o campo onde a coligação está automaticamente aprovada pela instância municipal e chama para a direção nacional todas as capitais e as cidades com mais de 200 mil. Independente do campo, tem de passar pela aprovação da direção nacional. Acredito que será esse mesmo o sistema.

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