Dois baianos disputam Ministério dos Transportes
PR se rene com ministros para discutir sucessor de Alfredo Nascimento. Atual secretrio-executivo, Paulo Srgio Passos, o mais cotado, mas ex-governador Csar Borges conta com simpatia de Dilma
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Romulo Faro_Bahia 247 - A bancada do Partido da República (PR) está reunida neste momento com os demais integrantes do time de Dilma (os ministros) para discutir o sucessor de Alfredo Nascimento, que também é o presidente nacional da legenda. Os dois nomes mais cotados são políticos baianos: o primeiro, é o ex-ministro e atual secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. O ex-senador e ex-governador César Borges, figura decisiva nas articulações nacionais dos republicanos, é o segundo mais cotado, mas tem como forte a preferência da presidente.
Segundo fontes de Brasília, Dilma anda buscando um meio de contemplar o ex-carlista no seu governo. A chefe da nação admira César Borges, sobretudo, por sua retidão e bom desempenho no Congresso. Já o PR não se conforma em ter uma liderança (nacional) como o ex-senador "apagada". Mesmo sem exercer cargo eletivo atualmente, ele conduz o PR na Bahia. Passos, em contrapartida, já tem longa carreira no Ministério.
Quem é Paulo Sérgio Passos
Atual secretário-executivo do Ministério, Passos é baiano de Muritiba. Ele é filiado ao PR, formado em Economia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e pós-graduado na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Apesar da origem baiana, ele vive em Brasília desde o início da década de 70, para onde se mudou logo após ingressar no serviço público. Casado há 35 anos com a cantora, instrumentista e compositora Rosa Passos, Paulo é pai de três filhos.
Após trilhar carreira como servidor público, foi nomeado ministro dos Transportes no governo Lula, posição que ocupou durante 1 ano, de 2006 a 2007. Principal interlocutor do setor ferroviário no ministério, ele trabalhou no Plano Nacional de Logística e Transportes e no Plano Nacional de Viação, estudos que viriam a traçar a nova malha brasileira em bitola larga, com 11 mil km de extensão.
Em março de 2010, Passos voltou a assumir a pasta, substituindo Alfredo Nascimento, que voltaria ao cargo em 2011, nomeado pela presidente Dilma Rousseff.
O que representaria César à frente do ministério?
A Bahia e o PR ganhariam muito com César no primeiro escalão da presidente, afinal, ministério, na política partidária, é sinônimo de poder. Os caciques baianos acreditam que César faria um bom trabalho no governo. Há ainda outra esperança para o PR: as eleições municipais de 2012.
Com a possível indicação do líder, a tendência é a de que o partido seja revigorado com novas filiações e assédio de outras agremiações para a sucessão de João Henrique. O pré-candidato, até então, é o deputado federal Maurício Trindade, cuja aposta é a de ele ser candidato a vice numa chapa encabeçada por Geddel Vieira Lima (PMDB) ou pelo tucano Antônio Imbassahy (PSDB).
O PR hoje é está entre as cinco maiores legendas da política baiana. Conta com três deputados federais e quatro estaduais. Além disso, o partido conta com 40 prefeitos. Um ministro baiano daria, sem dúvida, um upgrade na moral do partido.
Fragilidade
A queda do ministro Alfredo Nascimento da pasta dos Transportes pode deixar o Partido da República (PR) mais frágil, caso ninguém da legenda ocupe o cargo. Nascimento nunca gozou de simpatia por parte da presidente Dilma Rousseff (PT) e o mergulho que seu ministério deu em escândalos com corrupção nas últimas semanas foi decisivo para sua saída da Esplanada. O estopim foi notícia vinculada pelo jornal O Globo desta semana, a qual revelou que o filho de Nascimento aumentou seu próprio patrimônio em 86.500% em apenas dois anos.
Apesar do escândalo, o partido ainda guarda prestígio no plano nacional. Com 40 deputados federais (entre eles Tiririca, o mais votado do Brasil) e sete senadores, a legenda tem protagonismo e papel decisivo nas articulações do governo no Congresso Nacional.
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