Discurso de Lula tem tom desenvolvimentista, com promessa de retomada da soberania

O presidente Lula, em histórico discurso, destacou a importância de investir em industrialização, obras públicas e medidas sociais para estimular o desenvolvimento econômico

(Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)


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247 — O histórico discurso de posse como presidente da República de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Congresso, teve tom desenvolvimentista, com promessa de retomada da soberania. Ele ainda defendeu a ampliação de direitos sociais, individuais e coletivos “em benefício da população e da soberania nacional”.

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“O avanço da miséria e o regresso da fome, que havíamos superado, é o grande sintoma da devastação que se impôs ao País em anos recentes”, afirmou Lula, denunciando outros aspectos, abordando a questão econômica e ambiental, entre outras coisas. “Hoje nossa mensagem é de esperança e reconstrução”, declarou.

Denunciando o governo Jair Bolsonaro (PL), afirmou: “desorganizaram a governança da economia, dos financiamentos públicos, dos apoios a empresas, empreendedores e ao comércio externo. Dilapidaram as estatais e os bancos públicos. Entregaram o patrimônio nacional. Os recursos do País foram rapinados para saciar a estupidez dos rentistas, de acionistas privados nas empresas públicas”.

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“Nenhuma nação se ergue, nem poderá se erguer, sobre a miséria de seu povo. Os direitos e interesses da população, o fortalecimento da democracia e a retomada da soberania nacional serão os pilares de nosso governo”, continuou. Ele também defendeu projetos sociais para “resgatar da fome 33 milhões de pessoas e resgatar da pobreza mais de 100 milhões de brasileiros, que suportaram a mais dura carga de destruição nacional que hoje se encerra”.

Lula destacou a importância de adotar medidas para “resgatar o papel das instituições do Estado, bancos públicos e empresas estatais no desenvolvimento do País. Para planejarmos investimentos públicos e privados na direção de um crescimento econômico sustentável, ambientalmente e socialmente”.

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Com governadores, “vamos retomar obras irresponsavelmente paralisadas, que são mais de 14 mil no país”, reforçou. “Vamos retomar o ‘Minha Casa, Minha Vida’ e estruturar um novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], para gerar empregos na velocidade que o Brasil quer e necessita. Buscaremos financiamento e cooperação nacional e internacional, para o investimento, para dinamizar e expandir o mercado interno de consumo, desenvolver o comércio, exportações, serviços, agricultura e indústria”.

“Os bancos públicos, especialmente o BNDES, e as empresas indutoras do crescimento e inovação, como a Petrobrás, terão um papel fundamental neste novo ciclo. Ao mesmo tempo, vamos impulsionar as pequenas e médias empresas, potencialmente as maiores geradoras de emprego e renda, empreendedorismo, o cooperativismo e a economia criativa”, declarou.

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“A roda da economia vai voltar a girar e o consumo popular terá papel central nesse processo. Vamos retomar a política de valorização permanente do salário mínimo e, estejam certos, de que vamos acabar mais uma vez com a vergonhosa fila do INSS, outra injustiça reestabelecida nesses tempos de destruição”, continuou Lula, que também defendeu uma nova legislação trabalhista.

O presidente destacou a importância da indústria. “O Brasil é grande demais para renunciar a seu potencial produtivo. Não faz sentido importar combustíveis, fertilizantes, plataforma de petróleo, microprocessadores, aeronaves e satélites. Temos capacidade técnica, capitais e mercado em grau suficientes para retomar a industrialização e a oferta de serviços em níveis competitivo. O Brasil pode e deve figurar na primeira linha da economia global”. 

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“Caberá ao Estado articular a transição digital e trazer a indústria brasileira para o Século XXI, com uma política industrial que apoie a inovação e estimule a cooperação público e privada, fortaleça a ciência e tecnologia e garante acesso a financiamentos com custos adequados”, continuou.

“O futuro pertencerá a quem investir na indústria do conhecimento, que será objeto de uma estratégia nacional, planejada e diálogo com o setor produtivo, centros de pesquisa de universidades, junto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, os bancos públicos estatais”, seguiu.

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Lula também defendeu uma transição energética e ecológica, com uma indústria mais verde. “Nossa meta é alcançar o desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gás efeito estufa na matriz energética, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas. O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola”, afirmou.

Ele defendeu que o protagonismo brasileiro se concretizará pela retomada da integração sul-americana, a partir do Mercosul, assim como pela revitalização da Unasul e demais instâncias de articulação.

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"Sobre esta base poderemos reconstruir o diálogo altivo e ativo com os Estados Unidos, a Comunidade Europeia, a China, os países do Oriente e outros atores globais; fortalecendo o BRICS, a cooperação com os países da África e rompendo o isolamento a que o país foi relegado", disse Lula.

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