Dilma fala sobre Chávez e se cala sobre Palocci
Presidenteno falou sobre Antonio Palocci aps encontro com Hugo Chvez; sada vem sendo preparada
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Rodolfo Borges_247, de Brasília – Antonio Palocci sobreviveu à manhã desta segunda-feira à frente da Casa Civil. E ao lado da presidente Dilma Rousseff. Palocci participou da recepção ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no Palácio do Planalto. “Fuerza, fuerza”, desejou Chávez ao cumprimentar o ainda ministro. Palocci também estava lá durante a assinatura dos memorandos de entendimento entre os dois países e o informe da presidente sobre a reunião com o colega venezuelano à imprensa, sentado na primeira fila e em clima de normalidade, como se nada houvesse mudado desde que, há três semanas, o país descobriu que seu ministro-chefe da Casa Civil multiplicou por 20 vezes seu patrimônio.
Questionado de longe pelos jornalistas se permaneceria no cargo, Palocci limitou-se a sorrir, mas, assim como Dilma, não respondeu à pergunta. Durante a mensagem da presidente à imprensa, não houve espaço para perguntas. No encontro, autoridades dos dois governos assinaram acordos, memorandos de entendimento e protocolos de intenção interministerial nas áreas de energia, ciência e tecnologia, desenvolvimento econômico e social, construção civil e agricultura.
“Muchas gracias, presidente Chávez”, iniciou Dilma sua mensagem à imprensa, acrescentando que a presença do presidente “comprova a elevada estima e a parceria estratégia que unem o Brasil e a Venezuela”. A presidente destacou a importância da questão social para os dois governos e o crescimento das relações comerciais entre os dois países, o que demonstra que “o setor privado brasileiro confia na economia venezuelana”.
A presidente colocou o governo brasileiro à disposição da Venezuela para compartilhar “nossa bem-sucedida experiência em habitações e aumentar a interação nas áreas dos direitos humanos, políticas para as mulheres e na área agrícola”. “A similaridade entre os biomas permite que possamos transferir tecnologia”, disse, destacando que aguarda ansiosa o processo de adesão da Venezuela ao Mercosul.
O futuro de Palocci
Ao que tudo indica, Antonio Palocci deixará o governo entre hoje e a próxima quarta-feira. Os últimos passos fazem parte de uma estratégia de gestão da crise. Na primeira entrevista, concedida à Folha de S.Paulo na sexta-feira, Palocci afirmou que Dilma "não sabia" dos seus clientes. Na segunda, ao Jornal Nacional, disse que agiu dentro da legalidade, mas o ministro foi mais leal aos clientes, cuja identidade não revelou, do que à República.
Palocci tenta sair com a garantia de que não será alvo de um processo do Ministério Público Federal. Daí a importância de uma manifestação positiva do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que sai, no máximo, até a próxima quarta-feira.
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