Dilma fala durante duas horas com Jobim
Contedo da conversa no foi revelado; Palcio do Planalto registrou apenas que clima foi ameno; depois dessa, ministro no ter outra chance
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247 – Foram duas longas horas de conversa entre a presidente Dilma Rousseff e seu ministro da Defesa, Nelson Jobim. Mais uma vez, a reunião ocorreu após declarações públicas polêmicas do ministro, que admitiu ter votado em José Serra na semana passada e, no início desta semana, disse que sua permanência ou não no cargo “é um problema da presidente Dilma”. Logo depois de deixar o Palácio do Planalto, o ministro seguiu rumo à Base Aérea de Brasília, onde era aguardado pelo vice-presidente Michel Temer e pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para viajar para Tabatinga (AM). Lá, Jobim assinaria um acordo especial de vigilância de fronteiras. Ou seja, Jobim continua no governo. Mas até quando?
O ministro Jobim se reuniu formalmente por sete vezes com a presidente Dilma desde o início do governo. As três últimas reuniões ocorreram a partir do dia 1º de julho (após um hiato de três meses), logo depois que o ministro disse, durante celebração aos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Senado, que tinha de aturar idiotas depois que FHC deixou o poder. Na época, o Ministério da Defesa disse que a reunião estava marcada havia dias e foi agendada para tratar da lei de acesso aos documentos do governo e sobre a Comissão da Verdade.
Jobim voltou ao Palácio do Planalto no dia 26 de julho e nesta quarta-feira, e o aumento da frequência do ministro no gabinete presidencial serve como indicativo do desagrado da presidente com as seguidas saias justas em que o titular da Defesa vem colocando o governo. Lideranças do PT têm demonstrado publicamente seu desagrado com as declarações do ministro e militantes do PT ainda não engoliram a insinuação de que são idiotas. Mesmo sem a sinalização de que Jobim deixará o cargo, o clima não é dos melhores para ele.
É bom lembrar que até agora Dilma Rousseff não demitiu nenhum dos ministros que deixaram o governo – tanto Antonio Palocci quanto Alfredo Nascimento pediram demissão – e a presidente não se dignou a demitir nem o ex-diretor-geral do DNIT Luiz Antônio Pagot, que também foi convencido a solicitar a própria exoneração. O receio de Dilma ao demitir Pagot era se indispor com o PR – o que acabou acontecendo. Se demitir Jobim, a presidente pode comprar briga com os militares, com quem o ministro da Defesa mantém ótimas relações.
Jobim disse que quer ficar no governo, mas tem duas missões inconclusas: a instalação da Comissão da Verdade nos moldes acordados com os militares e a compra dos caças Rafale, da francesa Dassault. A comissão tem a promessa de sair até o fim do ano, mas a renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB) não será concluída antes do início de 2012. Dilma parece ter tolerado as polêmicas declarações de seu ministro até agora, mas será que Jobim aguenta permanecer calado até 2012?
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