Dilma e Medvedev, Lula e Putin
Será que o processo político na Rússia pode ajudar a prever o futuro no Brasil?
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Já houve um tempo em que o efeito Orloff – “eu sou você amanhã” – ocorria entre Brasil e Argentina. Qualquer magia econômica portenha logo depois se repetia no Brasil. Mas será que agora essa lei da causalidade migrou para a distante Rússia? E não na economia, mas sim na política?
Vejamos.
Vladimir Putin foi um presidente de viés nacionalista que cumpriu dois mandatos, após a crise da moratória de 1998, legada por uma sucessão de governos liberais. Saiu do governo extremamente popular, mas resistiu à tentação de buscar um terceiro mandato. No entanto, escolheu como sucessor seu “gerente” Dimitri Medvedev.
Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.
Aqui, na disputa eleitoral de 2010, militantes petistas andavam com o seguinte cartaz: Lula 3 = Dilma.
O operário Luiz Inácio Lula da Silva também resistiu à tentação do terceiro mandato. Escolheu como sucessora sua “gerentona” Dilma Rousseff.
Bom, e o que dizem as pesquisas?
Uma sondagem interna do PSDB revela que Dilma hoje seria reeleita no primeiro turno, com extrema facilidade sobre os concorrentes de 2010, José Serra e Marina Silva. Teria 59%, contra 25% e 15% dos adversários, respectivamente.
Quer dizer então que Dilma não será Medvedev?
Pode ser como pode não ser.
Na Rússia, Medvedev também conseguiria se reeleger, de acordo com as pesquisa locais, mas preferiu devolver o poder ao todo-poderoso Vladimir Putin.
Aqui, apesar das pesquisas que mostram Dilma na frente, há outras sondagens, como uma que foi publicada no jornal Valor Econômico, apontando que o “povão” gostaria de ver Lula novamente candidato. Ou seja: a população aprova Dilma, mas prefere Lula.
Resumindo: hoje só existem dois nomes fortes para a disputa presidencial de 2014. E eles são Putin e Medvedev, ooops, Lula e Dilma.
Será que a Rússia é o Brasil amanhã?
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