Dilma deixa petistas do Rio sem cargo
No emplacamos nada e nem vamos emplacar, diz dirigente do PT fluminense
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A presidente Dilma Rousseff rejeitou todas as indicações feitas pelo diretório regional do PT no Rio para cargos no governo federal. A lista de nove nomes contava com dois ex-deputados federais, Cida Diogo e Carlos Santana, dirigentes e sindicalistas. As sugestões foram apresentadas pelo então ministro de Relações Institucionais e atual responsável pela pasta da Pesca, Luiz Sérgio, presidente licenciado do PT do Rio. De acordo com integrantes do diretório, além de rejeitar as indicações, a reação de Dilma não foi boa.
Aos ser apresentada aos currículos dos indicados, a presidente chegou a dizer que não poderia nomear ex-deputados que haviam sido derrotados nas eleições de 2010. Mas, ao se deparar com os nomes de dirigentes do partido no Rio, Dilma nem sequer olhou os documentos. Os petistas fluminenses queriam vagas na Agência Nacional de Saúde (ANS), Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), BR Distribuidora e Cobra Tecnologia, entre outros. Caso raro no partido, a lista foi elaborada por consenso entre todas as alas petistas, no fim de janeiro deste ano.
A indicação do secretário-geral do partido no Rio, Lourival Casula, para o Fundo da Marinha Mercante também foi inicialmente rejeitada, mas integrantes do partido acreditam que ele ainda tem chances, pois membros do diretório nacional e integrantes da bancada federal passaram a apoiar a nomeação. Ex-presidente do diretório regional, Alberto Cantalice queria uma vaga na Empresa Brasileira de Legado Esportivo (Brasil 2016). Teve que se contentar com uma subsecretaria na Secretaria de Assistência Social do governo do Rio.
A diferença de tratamento em comparação com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já é motivo de insatisfação de alas do partido. “Não emplacamos nada e nem vamos emplacar”, disse um integrante da executiva estadual. “Não dá nem para dizer que estamos com o pires na mão porque, na verdade, nem pires temos”, resumiu outro dirigente do partido. A transferência de Luiz Sérgio das Relações Institucionais para a Pesca é chamada, no PT do Rio, de “rebaixamento” e “prêmio de consolação”.
As nomeações rejeitadas por Dilma e parte dos postos perdidos são o que os integrantes do PT fluminense chamam de “cargos de ponta”. Ou seja, têm bom orçamento e dão muita visibilidade eleitoral.
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