Dilma: com colapso do Chile, a direita perdeu sua referência
Ex-presidente Dilma Rousseff falou das derrotas do neoliberalismo na América do Sul e explicou a lógica desta política durante sua fala no 7º Encontro de Assinantes do 247. Ela falou também da destruição do Brasil nos últimos anos. “O Brasil era um país que o Estado nacional, independentemente de quem seja o dirigente, tinha instrumentos e mecanismos para fazer política social e econômica”, afirmou. Assista
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247 - A ex-presidenta Dilma Rousseff, durante o 7º Encontro de Assinantes do 247, em Niterói, no último sábado 26, explicou os processos e métodos das políticas e governos neoliberais, comentou as derrotas desta ideologia na América do Sul e falou da destruição do Brasil. Dilma explicou que o neoliberalismo chegou ao Brasil por outras vias, diferentes das que ocorrem em outros países. De acordo com a ex-presidenta, em países europeus, ou até mesmo dos Estados Unidos, o neoliberalismo adentra o território no qual já existe um marco democrático liberal. Este processo, no Brasil, foi diferente, segundo ela.
“No Brasil tivemos outra trajetória, essa trajetória faz com que no Brasil você tenha como se fossem três camadas. Uma camada que é o Estado nacional desenvolvimentista do getulismo, que é responsável pelo surgimento das grandes estatais, por uma regulação do mercado de trabalho urbano. Além disso, no processo de transição da ditadura para a democracia, a Constituição de 88 com uma parcial emergência de um Estado de bem-estar social, em que os direitos e garantias para o acesso dos cidadãos à educação e cultura, pelo menos, é formalizado. A partir do governo Collor, e sobretudo no governo Fernando Henrique Cardoso, você tem o surgimento de algumas iniciativas eminentemente neoliberais. É bastante claro que havia uma outra lógica surgindo no horizonte econômico quando se cria dentro da política macroeconômica o chamado tripé, uma política determinada por metas de inflação, de câmbio flutuante e toda uma concepção que vai levar à tornar central o controle da dívida pública”.
Para Dilma, a trajetória foi diferente para o Brasil porque o país também era diferente dos outros, e explicou o motivo. “No Brasil, qual era o objetivo? O objetivo era um só. Nós éramos um dos poucos países aqui da América Latina e do mundo que tinha um banco do tamanho do BNDES, estatal e público, que tinha uma quantidade de dinheiro maior que a do Banco Mundial. O único país que tinha um banco comercial público, como o Banco do Brasil, e a Caixa, que era o único banco imobiliário deste país. Além disso tinha a Petrobrás, que estava se tornando a sétima empresa de petróleo do mundo, a Embraer que disputava com a Boeing, tinha uma capacidade de produção de tecnologia. Enfim, era um país que o Estado nacional, independentemente de quem seja o dirigente, tinha instrumentos e mecanismos para fazer política social e econômica. Essa é a diferença do Brasil”.
Ela ainda explicou, portanto, a ligação do golpe de Estado de 2016 e da prisão política do e-presidente Lula com a ambição de avanço da política neoliberal. “O neoliberalismo no Brasil não foi possível de ser instaurado sem golpe de Estado através de eleição. Por isso ele precisou de um golpe de Estado, de um impeachment, este era o primeiro ato do golpe e tinham de continuar. Como tinha uma eleição em 2018, tinham que impedir que nós voltássemos em 2018. Daí todo o processo estrutural da Lava Jato, que além de criminalizar o presidente Lula, modifica as condições pelas quais há a relação entre o Judiciário e demais poderes, o Judiciário passa a ter o papel de árbitro. Esse processo é um processo que corrói a democracia em seu fundamento”.
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