Dilma: aliança da direita com um projeto neofascista inviabilizou a terceira via

Em ato de lançamento que lança livro sobre os cinco anos do golpe, a ex-presidente Dilma Rousseff afirma que, “mais uma vez, o projeto conservador e neofascista vai depender do PT para ser neutralizado”

Ex-presidente Dilma Rousseff
Ex-presidente Dilma Rousseff (Foto: Reprodução)


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247 - A ex-presidente Dilma Rousseff resgatou nesta terça-feira (31) o processo político que desencadeou no golpe travestido de impeachment há exatos cinco anos, lhe tirando da Presidência da República, durante discurso no evento que lançou um livro sobre o tema.  

“O golpe não foi cometido apenas contra mim e o meu partido, isso foi apenas o começo”, lembrou. “Perceber também que todo golpe é um processo é fundamental”, afirmou, ressaltando ainda que o golpe contra ela foi “misógino, homofóbico, racista”. “É a imposição da intolerância, do preconceito”. “Mas naquele momento eu não imaginava os recursos e a ousadia dos setores que apoiariam o governo neoliberal”, completou.

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O ato lançou o livro “Brasil: 5 Anos de Golpe e Destruição”, realizado pela Fundação Perseu Abramo e pelo Partido dos Trabalhadores, com presença, além de Dilma, da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann (PR), do ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad, do presidente da FPA, Aloizio Mercadante, e outras figuras importantes do PT e de movimentos sociais, como parlamentares e ex-ministros dos governos do PT, com transmissão ao vivo pelas redes sociais.

2022 e a terceira via

Ao falar do cenário para as eleições, Dilma avaliou que o projeto de “terceira via” - ou seja, nem Lula, nem Bolsonaro - é muito difícil de se viabilizar, porque a direita fez aliança com o neoliberalismo, que retirou direitos da população e provocou retrocessos, e com o neofascismo de Jair Bolsonaro.

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“MDB e PSDB abriram a ‘Caixa de Pandora’ e, ao visar a nossa destruição, também se inviabilizaram. Eles deram um tiro no pé. Não só por causa das investigações, mas porque participaram de todos os mecanismos de perdas de direito. Exemplo: reforma da aposentadoria, das leis trabalhistas e processo de deterioração dos direitos sociais. Eles deram efetivamente um tiro no pé. Houve uma confusão na direita e na centro-direita deste país. Por isso que - mesmo considerando que nem todos tenham participado do golpe, é muito difícil viabilizar um candidato de terceira via”, observou.

“O processo pelo qual se torna inviável a terceira via é o processo de viabilização da aliança neoliberal e neofascista. Porque esse processo implica em limpar o terreno - e eles limparam o terreno. Como efeito secundário de combate ao PT, atingiram a eles mesmos”, prosseguiu. “Eles aceitaram uma posição neofascista para viabilizar um processo neoliberal. Por isso que eles compram os votos para voltar ao poder. E eles fazem essa aliança”.

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Na avaliação da ex-presidente, “estamos num processo de equilíbrio catastrófico, em que nenhum lado tem força para tirar o outro do poder”. “Bolsonaro gradualmente vai perdendo força, mas continua no poder. Mais uma vez, o projeto conservador e neofascista, para ser neutralizado, vai depender do PT, que é o partido que tem força para estruturar a resistência a essa destruição e a essa neutralização que eles querem fazer da reação do povo a eles. E mais uma vez eles vão ter que se conformar que é o PT que resiste e luta, o PT que continua vivo, que faz oposição firme ao neofascismo e ao neoliberalismo no Congresso”, analisou.

“Mas o que eu quero destacar é que o PT está reconstruindo e tem que reconstruir de forma mais acelerada, que é a sua histórica identidade com os movimentos populares. Porque na correlação de forças de enfrentamento ou na correlação de forças para a vitória e depois para a governabilidade, a mudança na correlação de forças é a capacidade do povo brasileiro para se auto-organizar, é a capacidade de os movimentos sociais terem um projeto em profundidade. Isso não significa que a luta parlamentar, mas são as lutas populares e as manifestações de rua que importam, como a do 7 de setembro”, disse ainda.

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Dilma concluiu sua fala afirmando que “o reconhecimento da inocência do presidente Lula alterou a correlação de forças no Brasil, porque pela primeira vez neste período de retrocesso uma alternativa popular se colocou”. Assista:

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