‘Desta vez não é recado’, diz Celso Amorim sobre artigo de embaixador chinês
“Aqui está tudo tão revirado, que qualquer pronunciamento soa como recado (que de certa forma é). O objetivo principal é dizer que a China está disposta a olhar para frente, na base dos princípios expostos", comentou o ex-chanceler
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia
O embaixador e ex-chanceler Celso Amorim comentou com bom humor o artigo do embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, publicado nesta quinta-feira (4) no Jornal O Globo. Segundo ele, a situação do país anda tão confusa que qualquer sinal é visto como recado. Mas, neste caso, no seu entender, “é uma exposição da visão chinesa (Xi-Jinpin) do mundo”, apenas.
Em seu artigo, intitulado "De que tipo de multilateralismo o mundo precisa?" (leia aqui), o embaixador Wanming disse que “o multilateralismo é um patrimônio valioso, desenvolvido pela comunidade internacional a partir de uma profunda reflexão sobre as dolorosas lições da Segunda Guerra Mundial e tem desempenhado um papel fundamental na manutenção da paz e na promoção do progresso comum. A pandemia atual é um sério desafio e uma crise sanitária para todos os países do mundo. Para superar a crise, é preciso seguir o princípio do multilateralismo, isto é, lidar com os assuntos internacionais por meio de consultas e decidir juntos o futuro do mundo”.
É difícil não ler as suas ideias como “indiretas” para Bolsonaro e o seu inexpugnável chanceler (que lamentavelmente precisa ser chamado assim).
“Aqui está tudo tão revirado, que qualquer pronunciamento soa como recado (que de certa forma é). O objetivo principal é dizer que a China está disposta a olhar para frente, na base dos princípios expostos. Multilateralismo, respeito às diferenças, pragmatismo em lugar da ideologia. “Let bygones be bygones, desde que, daqui pra frente, me respeite”, analisou Celso Amorim, apontado como o melhor entre todos que tinham o mesmo cargo na época em que serviu ao governo Lula.
Tem razão o embaixador, ao ver no artigo, não um recado, mas um posicionamento. O difícil é saber quando e de onde virá o próximo ataque a quem nos fornece insumos e vacinas. Perguntar é preciso. Será que criaram juízo?
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