Denúncia de corrupção na compra da Covaxin muda o jogo na CPI da Covid, diz Malu Gaspar

Jornalista diz que a variável que faltava para a população mudar a percepção sobre Jair Bolsonaro aconteceu: o envolvimento de Bolsonaro na compra superfaturada da vacina indiana

(Foto: Divulgação | Edilson Rodrigues/Agência Senado)


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247 - Em sua coluna no jornal O Globo, a jornalista Malu Gaspar disse que até as declarações dos irmãos Miranda (o deputado federal do DEM-DF e o servidor do Ministério da Saúde) sobre o conhecimento de Bolsonaro sobre a corrupção na compra da Covaxin, que vieram a público nesta quarta-feira (23), era difícil que as investigações da CPI pudessem mudar a percepção da população sobre Jair Bolsonaro.  “Quem já acha que Bolsonaro é genocida vai continuar achando, e quem gosta da gestão do presidente na Saúde vai continuar gostando”. Se aparecer um caso de corrupção, o jogo muda”. E mudou, disse a jornalista.

Segundo a reportagem, o irmão do deputado Luís Miranda (DEM-DF), o servidor concursado do Ministério da Saúde Luís Ricardo Miranda,  contou ter avisado a Bolsonaro de uma transação que reunia militares ligados ao ex-ministro Eduardo Pazuello e a lobistas de larga ficha corrida para a compra irregular de lotes da vacina indiana Covaxin. Se a negociata tivesse ido adiante, o possível prejuízo aos cofres públicos seria de R$ 222 milhões — algo em torno de cem rachadinhas do Queiroz.

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Luis Ricardo Miranda denunciou que a Precisa Medicamentos solicitou um adiantamento de U$$ 45 milhões para o recebimento de 300 mil vacinas, quando o previsto no contrato eram 4 milhões de doses sem pagamento antecipado. Ricardo Miranda sinalizou que existia irregularidades no contrato. 

“Não acabava aí. A nota fiscal mostrava que o dinheiro não iria para nenhuma das firmas vendedoras, e sim para a conta de uma terceira companhia, uma offshore em Cingapura que não era citada no contrato. Miranda diz que se recusou a assinar a autorização de importação. E que passou a ser pressionado a fazê-lo por coronéis que eram seus superiores hierárquicos — e que o procuravam à noite, nos fins de semana, por telefone e pessoalmente. Chamou o irmão, um deputado federal também chamado Luis Miranda (DEM-DF), e foi com ele procurar o presidente da República”.

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A reportagem diz ainda que a reação do governo Bolsonaro partiu do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, ao dizer que documentos dos Miranda são falsos e informar que Bolsonaro vai investigar a dupla por “denunciação caluniosa” e “prevaricação”.

“O jogo mudou. A atitude defensiva de Lorenzoni mostra que os alertas de perigo do Planalto apitaram alto, não só porque se trata de um deputado bolsonarista, mas porque a suspeita caiu no colo do presidente da República e de seus militares. E isso num momento em que o discurso anticorrupção que o elegeu se mostra absolutamente corroído”.

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