Demóstenes mira presidência em 2014
Lder no Senado do esfacelado DEM, Demstenes Torresjunta os cacos e mira a prefeitura de Goinia em 2012 de olho em candidatura ao Planalto em 2014. estratgia do partido para demarcar territrio, mas ser que o DEM aguenta at l?
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Eduardo Horacio, especial para o Brasil247 - O senador Demóstenes Torres (DEM) tem um nó para desatar. Quer ser governador de Goiás, mas não está certo do atalho. Quer ser candidato a presidente, mas não sabe se confia em seu partido. Um dos líderes da oposição ao PT no Congresso Nacional, Demóstenes venceu duas eleições ao Senado com facilidade em Goiás, em 2002 e em 2010. Na única vez em que tentou ser candidato a governador, em 2006, terminou na quarta posição, com apenas 3,5% dos votos, experiência amarga em sua trajetória.
Amarga porque, uma vez candidato isolado do DEM em 2006, sem apoio de nenhum outro partido, Demóstenes percebeu o óbvio. Sem estrutura, candidatura majoritária nenhuma decola, por mais popular que seja seu postulante. Naquela eleição, largou com mais de 20% das intenções de voto, mas morreu de inanição porque não tinha estrutura alguma, nem na capital, nem no interior. Naquela eleição, criou-se também o mito, verdadeiro ou não, que sua candidatura não deu certo porque o eleitor vê nele um político com perfil parlamentar.
Por isso, ele próprio, ao se reeleger senador em 2010, começou a trabalhar por uma candidatura própria a prefeito de Goiânia em 2012. A eleição de prefeito desmancharia a ideia de que só tem perfil para cargos parlamentares e daria a ele uma estrutura política forte para si e para seu partido, a partir da capital. Depois disso, já teria estrutura e experiência para se lançar candidato a governador em 2014 ou, mais provavelmente, em 2018.
No início deste ano, Demóstenes, no entanto, começou a ser seduzido por lideranças do DEM para uma candidatura própria presidencial em 2014. O DEM quer uma candidatura própria presidencial para demarcar território, mostrando que não é um apêndice do PSDB e que sobrevive à saída de vários líderes para o PSD. Demóstenes aproveitaria esse espaço para ampliar seu nome nacionalmente e, a depender das circunstâncias, poderia até disputar um segundo turno ou terminar a eleição maior do que já era.
Hoje, é essa a dúvida principal da carreira de Demóstenes: ser candidato a prefeito ou guardar o capital político para uma disputa maior. Demóstenes sabe que não há garantias de nenhum lado, mas tende a optar, hoje, por um voo nacional. De todo modo, vai manter seu nome na sucessão de Goiânia até onde der. Quanto mais tempo estiver em evidência, melhor para sua imagem.
Riscos
Em uma hipotética candidatura presidencial, Demóstenes sabe que no momento de pré-campanha o DEM pode acabar compondo com o PSDB, como tradicionalmente faz nas sucessões presidenciais. Esse é seu maior risco. Já na corrida pela prefeitura de Goiânia, Demóstenes teme ser abandonado pelo governador Marconi Perillo (PSDB), que daria a ele a estrutura necessária para uma candidatura competitiva. O DEM, sozinho, tem força em Goiânia suficiente para lançar a candidatura de Demóstenes, mas pode não ter força para elegê-lo.
Uma derrota na eleição de Goiânia seria um passo atrás para Demóstenes. Se perdesse para o PT, então, a proporção da derrota seria ainda maior. Já um voo nacional, ainda que terminasse em derrota, não seria considerado um fracasso em seu currículo. Ao contrário, sairia mais forte inclusive no jogo interno da política goiana.
O nó de Demóstenes, portanto, é saber em quem confiar. Deve ele confiar mais no DEM nacional ou em Marconi Perillo? O DEM manteria sua candidatura até o fim, sem rifá-la lá na frente? Marconi sustentaria sua candidatura em Goiânia, sem cristianizá-lo? Tempo, Demóstenes tem para decidir. Mas não é o tempo o principal obstáculo de sua carreira e, sim, a pergunta: em quem confiar?
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