Crises fortalecem Temer como articulador

Vice-presidente, quevinha sendo excludo das decises do governo,foi convidado por Dilma para atuar junto com Ideli Salvatti na articulao poltica; ele j participou de reunio entre PT e PMDB promovida pela presidente na segunda-feira



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Evam Sena_247, de Brasília – Já são oito meses de governo. Mas foi necessário que a crise na base aliada tomasse proporções ameaçadoras e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconselhasse para que a presidente Dilma Rousseff cedesse e convidasse o vice Michel Temer para atuar na articulação política de seu governo junto com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

A série de denúncias nos ministérios dos Transportes, Agricultura e Turismo, que abalou a relação do governo com o PR e o PMDB, fortaleceram Temer dentro do governo. O convite foi feito por Dilma na última sexta-feira, 12. Ontem, a presidente anunciou para ministros e aliados que ele passará a ajudar na articulação, e o vice já participou de reunião com Dilma, Ideli e líderes do PMDB e do PT.

Dilma e Lula se reuniram na base aérea de São Paulo, na semana passada, e o ex-presidente aconselhou sua sucessora a se aproximar do PMDB e trazer Temer para o centro das decisões do Planalto, até para “dividir as responsabilidades”. E não foi só Lula quem alertou. Dilma escuta isso de interlocutores desde o início de seu mandato.

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Até ontem, Temer vinha sendo excluído das decisões do governo. O vice havia ganhado força durante votação do salário mínimo na Câmara, quando o PMDB votou unânime com o governo, mas durante votação do Código Florestal na Câmara, recebeu ligação do então ministro Antônio Palocci (Casa Civil) e ameaça de demissões de ministros peemedebistas caso a bancada não fechasse com o Planalto.

Na troca de Palocci por Gleisi Hoffmann na Casa Civil, Temer só ficou sabendo depois que todas as decisões e conversas haviam sido feitas. Na saída de Luiz Sérgio da Secretaria de Relações Institucionais, Temer manifestou simpatia ao nome do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), mas Dilma indicou Ideli Salvatti.

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Já na saída de Nelson Jobim do Ministério da Defesa, que, apesar de ser do PMDB, era tido como “da cota da presidente”, Temer foi cogitado como substituto. A proposta, no entanto, não teve ressonância no partido, justamente pelo temor de que, acumulando a vice-presidência e o ministério, Temer se afastasse ainda mais da articulação política. Foi escolhido o petista Celso Amorim.

Pontos da carreira política de Temer contribuem para seu fortalecimento neste momento. Apesar de estar licenciado da presidência do PMDB, ele controla o maior partido da base de Dilma, de quem ela tem se tornado mais dependente com a crise política. Temer já foi três vezes presidente da Câmara dos Deputados, onde a insatisfação dos partidos aliados se mostra mais evidente, com a paralisação de votações.

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Não foi só o fogo amigo que aproximou Dilma de Temer. A presidente demorou, mas entendeu também que a exclusão do vice das decisões políticas favorece somente à oposição ou à ala peemedebista contra o governo. Ao aconselhar Dilma, Lula não pensou só na necessidade de acalmar a base, mas também na garantia de alianças políticas para 2014, seja quem for o candidato petista.

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