Crise mostra limites para interferência de Bolsonaro em ações da PF, diz analista político
Cientista político Rogério Arantes, da USP, destaca que, "diferentemente de presidentes anteriores, Bolsonaro mexeu no Coaf, na Receita Federal e em outros órgãos, e vem ajudando a desmantelar a rede de instituições de controle". "Para quem se elegeu com a promessa de combater o crime e a corrupção, é certo falar em estelionato eleitoral", afirma
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247 - O cientista político Rogério Arantes, da Universidade de São Paulo, avalia que os desdobramentos da crise provocada pela decisão de Jair Bolsonaro de mudar o comando da Polícia Federal mostraram que tentativas de interferência política dele presidente na instituição encontrarão obstáculos significativos.
"As chefias dessas instituições podem cair em mãos alheias, mas há uma cultura institucional capaz de resistir a elas", diz Arantes, professor do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. A entrevista foi concedida ao jornal Folha de S.Paulo.
"Diferentemente de presidentes anteriores, Bolsonaro mexeu no Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras], na Receita Federal e em outros órgãos, e vem ajudando a desmantelar a rede de instituições de controle. Para quem se elegeu com a promessa de combater o crime e a corrupção, é certo falar em estelionato eleitoral", afirma.
"Moro assistiu a tudo isso e pouco fez. Apenas estabeleceu como limite a não-interferência na PF e, diante da investida final do presidente, só lhe restou desembarcar do governo", continua o analista, que também autor de estudos sobre o fortalecimento da PF, do Ministério Público e de outros órgãos de controle após a redemocratização do país e a promulgação da Constituição de 1988.
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