Crescimento com redução da pobreza e preservação do meio ambiente
O nosso desafio, ao reformular o Código Florestal, é permitir que o Brasil continue sendo e seja cada vez mais não só uma potência na produção de alimentos, na produção de agroenergia, mas também uma potência ambiental
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Dados de uma pesquisa publicada por Marcelo Nery, da Fundação Getúlio Vargas, demonstram que, nos últimos oito anos, 48,8 milhões de brasileiros subiram de vida e ingressaram nas classes C, D e E. Isso equivale à população da Espanha.
É importante ressaltar também que, nesse mesmo período, quase 40 milhões de brasileiros e brasileiras deixaram a condição de pobreza e ingressaram na nova classe média, que, em 2002, detinha algo em torno de 35% da nossa população. Hoje, podemos dizer que o Brasil é um país de classe média, pois 55% da sua população faz parte dela. O que é extremamente relevante nesta pesquisa é a demonstração de que o Brasil vem conseguindo aliar crescimento econômico com distribuição de renda e redução das desigualdades sociais.
Outra pesquisa divulgada recentemente mostrava, ainda, o crescimento significativo de algumas cidades brasileiras. O estudo constatou que as cidades que mais cresceram no País foram as localizadas no Nordeste, contribuindo para a redução das desigualdades sociais. Isso demonstra que a política traçada pelo então presidente Lula e pela presidente Dilma, que colocou como prioridade a eliminação da pobreza extrema no Brasil, está no caminho certo.
Precisamos construir um pacto nacional em torno desses valores, que não são de Governo. São do Estado brasileiro, são da Nação brasileira. Precisamos eliminar, definitivamente, a miséria no nosso País e fazer com que o Brasil seja, efetivamente, um país desenvolvido. Esse dado é muito significativo porque mostra que, diferentemente de outros países do Brics – que estão crescendo a taxas elevadas, mas não reduzindo suas desigualdades sociais –, no Brasil, estamos conseguindo aliar crescimento econômico com redução das desigualdades.
A eliminação da pobreza e elevação da condição social de milhões de brasileiros só é possível graças a políticas como a de aumento real do salário mínimo, que têm um impacto extraordinário na distribuição de renda. E também aos programas sociais, especialmente o Bolsa Família, que também contribuiu para que uma grande parte da população passasse a ter acesso à alimentação, passasse a gastar nas suas comunidades, fomentando, com isso, a economia local.
É claro que temos imensos desafios ainda pela frente. E, sem dúvida, investir em educação de qualidade, investir no ensino técnico e tecnológico, investir em inovação tecnológica e agregar conhecimento à nossa produção são pré-requisitos fundamentais não apenas para que o Brasil continue crescendo e distribuindo renda, mas para que possa se inserir, de forma cada vez mais competitiva, no cenário internacional. Essas questões devem se transformar em agenda nacional.
O Congresso Nacional brasileiro, independentemente de partidos políticos, deve se unir em torno dessa agenda de eliminação da pobreza no nosso País. Só conquistaremos isso investindo significativamente em educação – desde a educação básica até a educação superior, a educação técnica e tecnológica –, para oferecer melhores condições e oportunidades à nossa juventude.
Acrescentaria outro fator de diferenciação do crescimento brasileiro: o Brasil vem conseguindo crescer com o aumento da sua produção agrícola e com a redução do desmatamento. Ou seja, temos um crescimento sustentável. Daí a importância de levarmos todos esses valores em conta no momento em que discutimos a revisão do Código Florestal.
O nosso desafio, ao reformular o Código Florestal, é permitir que o Brasil continue sendo e seja cada vez mais não só uma potência na produção de alimentos, na produção de agroenergia, mas também uma potência ambiental, sabendo utilizar com inteligência toda sua biodiversidade.
Os números da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) são a maior prova de que isso é possível. Nos últimos 30 anos, o Brasil aumentou suas áreas agricultáveis em 45,6%, sendo que nossa produção cresceu 268%. O salto ocorreu graças à ciência e à inovação tecnológica.
É importante ressaltar o compromisso que todos nós brasileiros devemos ter em garantir a permanência da tendência de redução do desmatamento. O mercado mundial exigirá cada vez mais produtos de qualidade que, na sua origem, tenham responsabilidade ambiental e social.
É por meio do desenvolvimento de novas tecnologias, otimizando a utilização do espaço agrícola, que vamos poder aumentar nossa produção e nossa produtividade, sem precisar avançar sobre novas áreas de floresta, sobre novas áreas de cerrado, preservando essa imensa biodiversidade que temos.
Temos de continuar trilhando esse caminho. Os dados comprovam isso: nosso crescimento econômico está aliado à distribuição de renda, à redução das desigualdades sociais, à redução das desigualdades regionais e ao desenvolvimento sustentável.
Rodrigo Rollemberg é senador da República (PSB-DF)
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