"Ciro se desgarrou de vez da esquerda", diz Celso Amorim
O embaixador afirmou à TV 247 que as recentes articulações do pedetista o afastam definitivamente da esquerda e lembrou da época em que Ciro defendia a política do desenvolvimentismo para o Brasil. Agora, no entanto, "ele está se juntando às pessoas que mais criticava". Assista:
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247 - O ex-chanceler dos governos Lula, Celso Amorim, avaliou o quadro da centro-direita brasileira, que encontra grandes dificuldades em emplacar um nome para a disputa presidencial de 2022. Para ele, o principal candidato do setor é Ciro Gomes, que não deve mais ser visto como de esquerda.
"Vejo a centro-direita perplexa. Já descobriram que o Bolsonaro está caindo, mas não conseguem emplacar ninguém com real possibilidade de ser um candidato para enfrentar o Lula, e vamos ver quais serão os desdobramentos disso. Talvez quem mais esteja querendo se posicionar para isso é o Ciro Gomes, falando em aliança com o DEM, fazendo críticas dizendo que no segundo turno iria a Paris de novo se tivesse que escolher entre Lula e Bolsonaro", disse o embaixador.
"Enfim, ele realmente se desgarra de maneira nítida da esquerda. Ele pode não se considerar do campo, o que é direito dele. É direito dele ir para a direita, mas o fato é esse, não dá para classifica-lo como de centro-esquerda. Sinceramente, não dá mais", completou.
Questionado sobre o que diria a Ciro, Amorim lembrou da época em que o pedetista defendia uma política desenvolvimentista para o Brasil e lamentou a mudança de postura:
"Sempre me dei bem com ele como pessoa. Não quero ficar aqui fazendo juízo sobre o Ciro Gomes. A política pode acabar gerando paradoxos. Acredito que ele esteja vivendo um desses paradoxos, e ele vai acabar se juntando àquelas forças políticas que ele mais criticava. Eu vou lhe dizer francamente, me lembro no governo Lula de termos conversas com o Ciro e outras pessoas que defendiam, diferentemente do Palocci, uma visão mais desenvolvimentista da economia brasileira. Então, eu lamento muito. O caminho que ele está tomando está levando a outra direção. Ele até poderia ser uma referência no centro, que fosse, para uma eventual aliança, e nunca sabemos como as coisas evoluem. Mas acho desnecessário e meio incompreensível essa hostilidade com o PT".
"Podem ser razões de natureza pessoal, mas a política tem que estar um pouco acima disso. Não me lembro quem dizia isso, mas política não se faz com vingança, política se faz com perdão. É preciso ter essa visão", completou o ex-chanceler.
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