Celso Amorim fala em relação de parceria com os Estados Unidos e diz que Brasil não tem nada a ganhar com OCDE

"Acho que tem muita coisa positiva para fazer com os EUA, mas isso não quer dizer que você tenha que se subordinar totalmente", diz ele

Ex-ministro Celso Amorim
Ex-ministro Celso Amorim (Foto: Brasil 247)


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247 – O embaixador Celso Amorim, que foi chanceler e ministro da Defesa nos governos do PT, concedeu entrevista à jornalista Patrícia Campos Mello, em que falou sobre as futuras relações do Brasil com China, Estados Unidos e América Latina, caso o ex-presidente Lula vença as eleições presidenciais deste ano. "Acho que tem muita coisa positiva para fazer com os EUA, mas isso não quer dizer que você tenha que se subordinar totalmente. O Brasil precisa dar uma grande prioridade à integração da América Latina na América do Sul. Isso é uma coisa importante, e queremos fazer isso de maneira cooperativa, não hostil com os EUA. Agora também não é cegamente seguir o que eles querem. Não é porque eles estão brigando com a Rússia lá por causa da Ucrânia que a gente vai entrar nisso. Essa briga não é nossa", disse ele.

Amorim também criticou a entrada do Brasil na OCDE, o "clube" dos países ricos. "Acho que a gente tem que ver isso com muito, muito cuidado —e é uma longuíssima negociação. O que ganharam os países que entraram? O Chile teve uma crise do neoliberalismo brutal nas ruas. O México, país que mais se abriu, foi um dos que mais sofreram com a crise do [banco] Lehman Brothers [2008]. Ser da OCDE não fez com que o México recebesse mais investimentos que o Brasil. Não há grandes benefícios em entrar na OCDE. A OCDE é, digamos, um templo do neoliberalismo, que impõe abertura comercial, liberdade de movimentação de capitais, restrições a propriedade intelectual, genéricos, licença compulsória de medicamentos. Eu acho que a gente tem que ver isso com cuidado", apontou.

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"Nós vamos ter uma visão pragmática com a China. Aproximação maior do que a do governo [Jair] Bolsonaro (PL), do ponto de vista de política, é inevitável. Bolsonaro foi um desastre absoluto. Ter uma aproximação com a China agora quer dizer que a gente vai optar pela China em vez dos EUA? Não, nós vamos tratar pragmaticamente", disse ainda Amorim.

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