Carvalho põe lenha na fogueira

Ministro diz que o Executivo no depende do Congresso para trabalhar. Oposio critica a declarao



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No mesmo dia em que o vice-presidente da República, Michel Temer, jogou água fria na crise entre o Palácio do Planalto e o PMDB, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, colocou lenha na fogueira. Em entrevista à Rádio Estadão/ESPN, Carvalho afirmou que o Executivo "não depende" do Congresso para trabalhar. A afirmação provocou críticas da oposição, que viu na declaração uma tentativa de menosprezar o papel do Legislativo.

A declaração de Carvalho foi uma resposta a um questionamento sobre se a crise envolvendo a evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, teria contaminado o ambiente no Congresso e paralisado o governo. O ministro reconheceu que há problemas nas relações políticas com partidos da base, tratou a crise com o PMDB como "um casamento" e afirmou que essas questões não influenciam as ações do governo.

"Evidente que nas relações políticas há um problema. Isso é inegável, não vamos fechar os olhos a isso. Mas quero dizer que uma coisa são essas relações, outra coisa são as ações do governo. Nós não dependemos do Congresso para seguir trabalhando", disse Carvalho.

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O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), viu "autoritarismo" na frase do ministro Gilberto Carvalho. Para ele, há intenção em tratar o Legislativo como um poder inferior. "Essa manifestação dele (Carvalho) traz um viés autoritário que identificamos no governo nesses últimos anos, tenta-se submeter o Legislativo a uma condição de inferioridade".

O tucano ironizou Carvalho, afirmando que o Executivo está paralisado. "Ele pode até ter razão, porque para essa paralisia do governo não há necessidade do Congresso mesmo. O governo não depende do Congresso para continuar a não fazer nada". Dias disse ainda que o tratamento dispensado ao Legislativo pode levar parlamentares da base aliada a se rebelar contra o Palácio do Planalto.

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O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), evitou criar polêmica sobre o assunto. Ele afirmou que a relação entre os poderes é de complementação e não de dependência. "Tem que ver a circunstância do que foi dito, mas o governo não depende de nada para fazer a parte dele mesmo. Não há relação de dependência entre os poderes, eles são complementares. O Congresso precisa do Executivo e o Executivo precisa do Congresso, mas um não depende do outro", afirmou Jucá.

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