Cai secretário-executivo do Ministério da Agricultura

Milton Ortolan ( esq.) deixa o principal cargo da estrutura do rgo; o ministro Wagner Rossi ter fora para resistir ao maior escndalo de um governo j marcado por grandes escndalos?



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O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, pediu demissão do cargo. "Informo que apresentei ao ministro, nesta data, meu pedido de demissão, em caráter irrevogável, do cargo de secretário-executivo do Ministério da Agricultura", escreveu Ortolan, em nota divulgada pela página do Ministério da Agricultura na internet.

Ele tomou a decisão após a publicação de reportagem pela revista Veja segundo a qual seria conivente com irregularidades e desvios de recursos no Ministério. "Sinto-me injustiçado e ofendido pelas suspeitas levantadas na reportagem", afirmou. É a segunda vez que funcionários citados como envolvidos em irregularidades pela revista Veja são demitidos no mesmo dia da publicação da notícia. No dia 2 de julho a presidente Dilma Rousseff afastou quatro servidores do setor de transportes, suspeitos de atos ilegais, entre eles, Luiz Antonio Pagot, então diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Ortolan escreveu também que conheceu o lobista Júlio Fróes no processo de contratação da pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) pelo Ministério da Agricultura. Fróes foi apontado pela reportagem da revista Veja como um estranho que teria sala no prédio onde funciona a Pasta e atuaria para liberar verbas e corromper servidores. "(Fróes) Chegou a mim como sendo um representante da PUC-SP", argumentou Ortolan.

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O ex-secretário disse ainda desconhecer uma reunião citada pela revista e que teria sido realizada na Assessoria Parlamentar do Ministério, quando teria sido distribuída "propina". "Não participei e nem compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado de conduta irregular." Por fim, ele solicitou que sejam feitas investigações "em todos os níveis considerados necessários" e disse que estaria à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. "Tenho a consciência tranquila e provarei minha inocência", finalizou.

Já o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, negou que tenha algum tipo de envolvimento com Júlio Fróes. Por intermédio de nota, Rossi informou que pedirá que a Controladoria Geral da União (CGU) investigue os contratos apontados pela revista como suspeitos e anunciou que os funcionários citados serão ouvidos em procedimento disciplinar.

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A reportagem da revista afirma que Fróes redigiu um documento usado como base para o Ministério contratar sem licitação por R$ 9,1 milhões a Fundação São Paulo, mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A entidade tinha o lobista como representante e após conseguir o contrato ele teria dado pastas com dinheiro a funcionários que o tinham ajudado no processo. A revista diz ainda que Fróes pediu uma "gratificação" de 10% a uma gráfica para que esta conseguisse renovar um contrato com o ministério. O lobista negou as acusações e chegou a agredir o repórter Rodrigo Rangel, da Veja, que registrou boletim de ocorrência em Brasília.

Na reportagem, o próprio lobista se descreve como amigo de Rossi. O ministro nega com veemência. "Nunca participei de reunião com este senhor. Não desfruta de minha amizade e nem de minha confiança", diz Rossi na nota.

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O ministro destaca as medidas tomadas e garante que a pasta está de acordo com "boas práticas administrativas e de controle interno". Nega ainda que tenha cometido qualquer ilegalidade nos casos citados pela revista. "Não fui, não sou e não serei conivente com qualquer tipo de desvio".

Em manifestação anexa ao pronunciamento do ministro, a pasta dá detalhes sobre o contrato fechado com a Fundação São Paulo. A justificativa para a dispensa de licitação é que a entidade atua nas áreas de pesquisa, ensino e desenvolvimento institucional. O convênio é para a capacitação de 12 mil servidores. Segundo informa o ministério, até julho deste ano foram atendidos 6.560 funcionários da pasta e a Fundação já recebeu R$ 5,2 milhões. A nota afirma que este contrato já foi auditado pela Controladoria Geral da União.

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Abaixo, notícia publicada anteriormente por 247:

O ministro Wagner Rossi, da Agricultura, pode ser o mais novo “ex” do governo da presidente Dilma Rousseff. Apesar das explicações dadas à Câmara dos Deputados, na semana passada, com garantias de que não há corrupção no órgão que comanda, reportagem da revista Veja que circula hoje em todo País mostra que, sim, um lobista chamado Julio Fróes tem sala, telefone e computador dentro do prédio do órgão, em Brasília, de onde distribui pastinhas com maços de dinheiro a funcionários graduados.

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"Em cima da mesa tinha um monte de pastinhas", disse à Veja o ex-chefe da Comissão de Licitação do Ministério da Agricultura, Israel Leonardo Batista, referindo-se a uma situação dentro do prédio do orgão, com Fróes como interlocutor. "Ele me deu uma. Disse que era uma 'agendinha'. Quando abri tinha um maço de notas de 50 reais. Devolvi na hora".

Ao ser confrontado, na quinta 4, pelo editor Rodrigo Rangel sobre as denúncias, Fróes, que se diz amigo do ministro Rossi, partiu para a agressão. Primeiro com ameaças verbais, perguntando se o jornalista tinha mulher e filhos, e depois com extrema violência. Rangel, diante de testemunhas que estavam no restaurante Beirute, onde a entrevista havia se dado, levou socos, joelhadas e teve a cabeça batida contra uma mesa. Ele teve um dente quebrado e fez exame no Instituto Médico Legal.

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“Ao longo de quase 43 anos de existência, Veja ultrapassou toda sorte de obstáculo para exercer sua missão de fiscalizar o poder e denunciar os que subtraem a nação”, registrou em sua Carta ao Leitor. “Não será a violência física do “doutor Júlio” que mudará essa história".

 

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