Bolsonaro tenta não atacar o Irã em nova transmissão no Facebook
Embora tenha adotado uma posição subordinada à dos Estados Unidos, no caso do assassinato do general iraniano Qassem Soleimani a mando de Trump, Jair Bolsonaro foi cauteloso neste sábado 4, quando mencionou o episódio em que dois navios iranianos ficaram parados aqui por temor de sanção dos EUA. Segundo Bolsonaro, o STF - que decidiu favoravelmente ao Irã - foi necessário nesse caso, e sua decisão precisou ser respeitada
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247 - Jair Bolsonaro foi cauteloso em uma live no Facebook neste sábado 4, para tentar não atacar o Irã, alvo de um atentado a míssil ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, forte aliado do governo brasileiro. A posição seguiu a linha da cautela apesar de o Itamaraty, nesta sexta-feira 3, divulgar nota se posicionando ao lado dos EUA, quando disse que apoiava qualquer ato de combate ao terrorismo no mundo.
Bolsonaro adotou tal postura ao lembrar do caso de dois navios iranianos que ficaram parados no porto de Paranaguá, no Paraná, por mais de um mês, porque a Petrobrás se recusou a abastecê-los com combustíveis, por receio de ferir sanções norte-americanas aplicadas a empresas iranianas. Os navios só foram abastecidos e liberados de volta para o Irã após decisão liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.
O presidente brasileiro destacou a importância do Supremo e do Legislativo em vários momentos da live, e disse que sozinho "não faz nada pelo Brasil". "Tem gente que critica o Supremo, o Legislativo, mas temos que reconhecer os acertos também. Afinal de contas, eu sozinho aqui não posso fazer quase nada pelo Brasil, precisamos do Legislativo, do Judiciário. Em alguns momentos, eles têm se mostrado presente", disse.
"Por exemplo como tivemos há poucos meses dois navios iranianos aqui no Brasil que tinham que ser reabastecidos e havia interesse de outro país em não reabastecê-los. Segundo o presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro presidente, deferiu a liminar, e os navios foram embora. Era a questão do embargo americano. Então quando se trata de alimento, não tem embargo. Como haviam trazido outra coisa do Irã, não havia o embargo. Decisão minha, difícil, mas o STF se antecipou e decidiu essa questão favoravelmente. Então a gente precisa do Judiciário, é um poder. Tem gente que não gosta, aí pode criticar", declarou.
O Brasil exporta cerca de US$ 2 bilhões (R$ 7,5 bilhões) para o Irã por ano, principalmente milho, carne e açúcar, enquanto Teerã compra um terço de todas as exportações de milho brasileiro.
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