Bolsonaro quer solapar instituições democráticas em nome de um populismo autoritário, diz analista político
"Ele segue uma linha de atuação, adotada desde a eleição de 2018, de solapar continuamente as instituições democráticas, em nome de um populismo autoritário cujo objetivo é destruir a democracia e concentrar o poder em suas mãos", afirmou Fernando Luiz Abrucio, doutor em Ciência Política pela USP e professor da FGV-EAESP
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247 - Doutor em Ciência Política pela USP e professor da FGV-EAESP, Fernando Luiz Abrucio afirma que Jair Bolsonaro, "quando fala que o Brasil terá problemas semelhantes se não for adotado o voto impresso", anuncia não "apenas sua estratégia para 2022". A análise foi publicada no jornal O Estado de S.Paulo.
"Ele segue uma linha de atuação, adotada desde a eleição de 2018, de solapar continuamente as instituições democráticas, em nome de um populismo autoritário cujo objetivo é destruir a democracia e concentrar o poder em suas mãos. Mesmo que por vezes faça recuo táticos, como aliar-se ao Centrão após a prisão de Fabrício Queiroz, o presidente nunca abandonou o objetivo final de quebrar o contrato democrático instaurado pela Constituição de 1988", disse.
"Muitos apontam agora o risco que corremos em 2022. É preciso corrigir essa impressão: a ameaça antidemocrática tem sido cotidiana e será contínua nos próximos dois anos. O sistema político não tem respondido à altura porque as consequências já se fazem presentes num país à deriva, com desesperança na saúde, na economia, na educação e em termos de desigualdade social. Ou os democratas brasileiros reagem logo, ou em 2022, mesmo que Bolsonaro fracasse no golpe, o Brasil já estará em frangalhos".
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