Bolsonaro diz que não tem responsabilidade sobre nomeações em cargos indicados pelo centrão

"Admite um cara na ponta de não sei aonde, o cara é filiado não sei ao quê. O pessoal me critica. Sou responsável por 30 mil servidores que são comissionados em todo Brasil", disse Jair Bolsonaro. O governo vem se aproximando do centrão para evitar um possível processo de impeachment

Jair Bolsonaro fala à imprensa no Palácio da Alvorada
Jair Bolsonaro fala à imprensa no Palácio da Alvorada (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Lisandra Paraguassu, Reuters - O presidente Jair Bolsonaro tentou se eximir da responsabilidade pelas nomeações no governo de indicados por partidos do centrão, que já ocupam pelo menos uma dezena de cargos de segundo escalão em um momento em que o governo, em crise, tenta ampliar sua base política.

Ao ouvir de um apoiador que deveria resolver o fato de a imprensa apontar que existe um “gabinete no ódio” dentro da Presidência, responsável pela criação de notícias falsas, Bolsonaro disse que não tinha como resolver tudo.

continua após o anúncio

“Admite um cara na ponta de não sei aonde, o cara é filiado não sei ao quê. O pessoal me critica. Eu sou responsável por 30 mil servidores que são comissionados em todo Brasil. Entrou um cara no Banco do Nordeste agora. Trocou a Suframa. Saiu um coronel e entrou um cara. O general que está na Suframa não é do centrão”, disse.

No último mês, o governo federal tem negociado cargos de segundo e terceiro escalões diretamente com o centrão, grupo de partidos que inclui, entre outros, PP, PL, PSD, Republicanos, e são conhecidos pelo apetite por cargos e por terem estado em todos os governos desde Fernando Henrique Cardoso.

continua após o anúncio

Pelo menos 10 cargos já foram entregues ao grupo, entre eles a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Departamento de Obras contra a Seca (Dnocs), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e o Banco do Nordeste.

São trocas feitas com o aval de Bolsonaro para tentar ampliar o apoio, hoje mínimo, do governo no Congresso, especialmente com o risco de mais de três dezenas de pedidos de impeachment hoje na gaveta do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente tem sido cobrado por alguns apoiadores, mas evita falar do assunto.

continua após o anúncio

VOTO

Ao ouvir reclamações de apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, sobre as ações dos governadores, Bolsonaro questionou o voto dos eleitores. Lembrou que os eleitores “botaram esses caras” nos governos estaduais e municipais, mas disse que as pessoas às vezes “votam com boa fé e o cara faz besteira”.

“É difícil falar isso aí. O povo vai se conscientizando do que está acontecendo no Brasil. Acabar com esse oba oba, de acreditar no populoso, votar no cara bonzinho, no mentiroso de sempre”, cobrou.

continua após o anúncio

Bolsonaro voltou a dizer que o país só não está em crise por causa dos 600 reais de ajuda emergência dados pelo governo, mas que as pessoas estão chegando no limite com as medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos para frear a propagação da Covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronal.

“O que está acontecendo com essas medidas aí: pobre está ficando miserável e classe média está ficando pobre, está ficando todo mundo igual no Brasil. E parece que não tem noção quando vai acabar isso aí”, afirmou.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247