Bolsonaro admite que esperava pedido de vista em ação de inelegibilidade no TSE
Bolsonaro também disse que considera o julgamento que enfrenta um processo político
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247 - Jair Bolsonaro, que tem sua inelegibilidade por abuso de poder sendo julgada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta quinta-feira (28) que esperava um pedido de vista no julgamento. "Eu gostaria (de um pedido de vista), não vou negar para você, porque dá mais tempo. Eu venho demonstrando nas minhas redes sociais o que vem acontecendo desde 1999 na questão do voto impresso", disse Bolsonaro, após desembarcar no aeroporto Santos Dumont, no Rio. Ele declarou ainda que "sempre há" expectativa sobre um pedido de vista de outros ministros, mas evitou projetar qual será a postura de Nunes Marques.
Um pedido de vista poderia paralisar o julgamento por até 60 dias. Havia expectativa sobre o posicionamento do ministro Raul Araújo, que já proferiu decisões que favoreceram Bolsonaro na campanha presidencial de 2022. O julgamento de Bolsonaro no TSE foi suspenso nesta quinta-feira com um placar de 3 a 1 pela condenação do ex-ocupante do Palácio do Planalto. A sessão será retomada nesta sexta-feira (30) com o voto da vice-presidente do TSE, Cármen Lúcia, que pode ser decisivo para formar maioria de 4 votos.
Araújo votou de forma contrária à inelegibilidade. Com essa posição, garantiu que o veredito não seja unânime e, a partir dessa divergência, abre-se a possibilidade de questionamentos futuros perante a Suprema Corte. No entanto, antes disso, ainda será necessário apresentar recursos ao próprio TSE. Bolsonaristas esperavam que ele pedisse vista no julgamento.
Bolsonaro também disse que considera o julgamento que enfrenta um processo político, no qual a esquerda estaria buscando disputar a eleição de 2026 "sem concorrente" para reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "por aclamação". "A esquerda quer permanecer em 2026 sem concorrente, W.O. aparentemente", disse Bolsonaro antes de o TSE iniciar o terceiro dia do julgamento, ao acrescentar que, "sem concorrente à altura, seria eleger o Lula por aclamação".
A ação apresentada pelo PDT alega abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pelo então presidente da República por ter promovido, em julho de 2022, uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada para atacar o sistema eletrônico de votação. (Com informações de O Globo).
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