Boicote a favor do nepotismo na Câmara do DF
Nem metade dos servidores preencheu declarao obrigatria sobre relaes de parentesco, um dia antes da data final. Presidente da Cmara diz que vai demitir
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Priscila Mesquita_Brasília247 –Os servidores da Câmara Legislativa estão resistindo ao fim do nepotismo na Casa. Prova disso é que apenas 37% dos funcionários entregou, até a noite desta quinta-feira (15), a declaração obrigatória sobre as relações de parentesco com servidores comissionados. O Departamento de Recursos Humanos (RH) tem 680 declarações. A maioria delas é de servidores sem familiares empregados na Casa. Na prática, isso significa que os nepotistas querem ganhar tempo.
Eles já ganharam um dia com o adiamento do prazo final para sexta, por conta de uma retificação que precisou ser publicada no Diário da Câmara Legislativa, em 16 de agosto. Com a omissão dos servidores, o trabalho certamente vai levar mais tempo, porque o RH terá de procurar os casos de nepotismo. A ordem da Mesa Diretora é exonerar imediatamente cada um que for encontrado em situação de nepotismo. Além da demissão, os servidores que mentirem ou se omitirem poderão sofrer punições financeiras e administrativas.
A decisão de exonerar servidores em comissão que têm parentes na Casa partiu da Mesa Diretora, após recebimento de recomendação do Ministério Público, em agosto. Em reunião, os cinco deputados que compõem a Mesa Diretora – Patrício (PT), presidente; Dr. Michel (PSL), vice-presidente; e os secretários Raad Massouh (DEM), Cristiano Araújo (PTB) e Joe Valle (PSB) – decidiram cumprir a recomendação. A medida gerou enorme crise entre os 24 deputados.
A insatisfação dos parlamentares ficou estampada em reunião com a maioria deles, na sala da Presidência, antes da publicação do ato. Algumas relações entre deputados continuam abaladas. Sabe-se que servidores que estão retardando o processo fazem isso com o aval do parlamentar que o emprega. Patrício, entretanto, garante que, dessa vez, o nepotismo acaba. "Vamos agir com responsabilidade para não cometer injustiças, mas os casos omissos ou inverídicos serão identificados e punidos, sumariamente, de acordo com a determinação do ato."
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