Assinatura de senador às vezes vale, às vezes não

O bailinho em torno da instalao da CPI dos Transportes comprova: quando interessa, polticos desrespeitam at a prpria assinatura; dos 27 nomes do pedido original, Oliveira ( esq), Durval (centro) e Cassol recuaram; investigao caiu



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247 – O que a grande maioria dos cidadãos brasileiros têm como um bem precioso, intransferível e de absoluto respeito – a assinatura do próprio nome --, para os políticos é mais um bem negociável. Prova está no vai não vai que se formou em torno do pedido de instalação da CPI dos Transportes, no Senado. Ontem à noite, o líder do PSDB, Álvaro Dias, não apenas comemorou como, com 27 assinaturas no requerimento de instalação, garantiu que a CPI sairia. Minutos depois, porém, ele foi surpreendido pela retirada da assinatura pelo senador baiano João Durval Carneiro, do PDT. No vácuo de Durval, os senadores Reditário Cassol (PP-RO) e Athaíde de Oliveira (PSDB-TO) também mandaram tirar da lista as suas chancelas. Dessa forma, a CI caiu, mas pode voltar a ser levantada se esses próprios senadores voltarem atrás mais uma vez, outros resolvam aderir.

O caso mais pitoresco nesse baile de assinaturas é o do senador Athaíde. Suplente de João Ribeiro (PR-TO), ele faz parte do maior partido da oposição, a sigla tucana. “Mas sou amigo do João e prometi trabalhar junto com ele”, procurou justificar-se Athaíde, que primeiro assinou o requerimento e, em seguida, para comemoração entre os governistas, retirou. Porém, depois da retirada, Athaíde voltou a assinar a lista. “Em defesa da ética, desfiz meu compromisso com meu amigo”, explicou o suplente que, neste momento, atua como titular. Na verdade, ele foi pressionado por seus colegas tucanos a voltar à lista, para forçar, como quer o partido, a CPI. Nessa dança, que ninguém sabe ao certo como vai terminar, o que está ficando para o público é a imagem de que assinatura de político às vezes vale, às vezes não vale.

 

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