Arruda, folha maldita
Ex-governador do Distrito Federal joga lama no ventilador e vira um encosto para o prprio PT
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Rodolfo Borges, de Brasília - Desde que se envolveu no escândalo do Mensalão do Democratas e deixou o governo do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM) virou um encosto e macula tudo em que toca. É exatamente o oposto do que faz a folha de arruda (que supostamente tem poderes para afastar maus espíritos e mau olhado). Desta vez, a vítima é o deputado distrital Chico Leite, primeiro membro do Partido dos Trabalhadores a ser mencionado pelo ex-governador como participante do esquema de irregularidades que deflagrou a crise no governo de Brasília no fim do ano passado. Arruda, que virou uma espécie de Midas invertido, já mencionou o presidente do DEM, José Agripino Maia, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (de saída do DEM), e o líder do DEM na Câmara Federal, ACM Neto, obrigando todos a prestar explicações públicas. Em entrevista recente à revista Veja, o Arruda também envolveu os nomes dos senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) nas regularidades de que é acusado.
Em depoimento à Justiça, Arruda acusa Chico Leite de ter pedido dinheiro para sua campanha ao Senado, que acabou não vingando. “Eu tive vários encontros na casa dele (o ex-procurador-geral do DF Leonardo Bandarra, acusado de cobrar R$ 1,6 milhão de Durval Barbosa, delator do esquema), sempre chamado por ele. Eu diria que três ou quatro. Eu me recordo muito bem de dois. Um, onde estava o deputado Chico Leite pedindo dinheiro para campanha”, declarou Arruda à Justiça. “Chico Leite fez uma série de críticas ao partido dele, as divisões internas, enfim, que gostaria de sair candidato ao Senado e para isso precisava de espaço na imprensa e dinheiro para campanha”, diz o ex-governador.
Para se livrar do toque de Arruda, Chico Leite já enviou requerimento à Câmara Legislativa do DF solicitando investigação contra ele mesmo e abrindo mão dos sigilos bancário e fiscal. “Estou impressionado. Ele pensa que pode enganar a população para tentar voltar à vida pública pela terceira vez (Arruda renunciou ao mandato de senador em 2001 depois de violar o painel do Senado). É um mentiroso contumaz”, disse Leite ao Brasil 247. Segundo o deputado, Arruda tenta se vingar e desqualificar seu acusador, já que Leite foi o relator do processo de impeachment de Arruda na Câmara Legislativa. Líder do PT na Câmara do DF, Chico Vigilante disse confiar no colega, mas afirmou por meio de nota à imprensa que o caso será apurado.
Democratas
Insatisfeito por ter sido abandonado por colegas de partido, Arruda os acusa de ter lhe pedido ajuda para conseguir dinheiro. Segundo o ex-governador, Agripino Maia pediu R$ 150 mil para a campanha de sua candidata Micarla de Souza (PV) à prefeitura de Natal. “O senador Demóstenes me procurou certa vez, pedindo que eu contratasse no governo uma empresa de cobrança de contas atrasadas. O deputado Ronaldo Caiado, outro que foi implacável comigo, levou-me um empresário do setor de transportes, que queria conseguir linhas em Brasília”, disse o ex-governador. Envolvido por Arruda entre os que solicitaram sua ajuda quando governador, ACM Neto disse que “Arruda guarda ódio e rancor por quem ajudou a expulsá-lo do DEM, por não compactuar com o mensalão patrocinado por ele”.
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