Amorim: Governo não é normal e não compreende relações internacionais

O ex-chanceler Celso Amorim também afirma que é "muito grave" o que está acontecendo na relação entre o Brasil e o Mercosul. "É surpreendente a falta de ação dos industriais brasileiros. A CNI falou alguma coisa. Mas a Fiesp, que eu saiba, não falou nada. Isso é algo preocupante", acrescenta

Celso Amorim
Celso Amorim (Foto: 247)


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247 - O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim avalia que "há uma total incompreensão sobre como se dão as relações internacionais" por parte do governo Jair Bolsonaro, que tem como chanceler Ernesto Araújo. 

"Você representa o estado e você representa os diferentes interesses do estado. O Brasil tem fronteira com a Argentina e isso não vai mudar. O Brasil é membro do Mercosul e a Argentina é a maior importadora de manufaturas do Brasil. Essas coisas são absolutamente fundamentais e, nas relações diplomáticas, elas precisam ser levadas em conta", diz Amorim ao blog de Jamil Chade

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"Desejar felicidades a um país vizinho com o qual você tem relações diplomáticas é como cumprimentar alguém conhecido na rua. Você não precisa concordar com ela. Mike Pompeo cumprimentou. Eu não concordo com quase nada que Pompeo pensa. Mas ele sabe da importância da Argentina. Agora, se ela é importante para os EUA, imagine a importância que ela tem para o Brasil", acrescenta. 

O ex-chanceler diz, ainda, que o "que está acontecendo com o Mercosul é muito grave". "Obviamente, essa é também uma atitude do ministro da Economia, que resulta nessa ideia de redução tarifárias praticamente unilaterais. Na Rodada Doha da OMC, o que o Brasil oferecia era menos que agora, e em troca de compensações importantes, em subsídios agrícolas e outros setores. Hoje, estamos fazendo concessões muito maiores, em troca de nada".

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"É surpreendente a falta de ação dos industriais brasileiros. A CNI falou alguma coisa. Mas a Fiesp, que eu saiba, não falou nada. Isso é algo preocupante".

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