Afif é carta na manga de Kassab na sua sucessão
Vice-governador est sendo favorecido pelas circunstncias; com o PT dividido, o PSDB sem candidato forte e suas ideias de marqueteiro, ele o primeiro da lista do prefeito Gilberto Kassab para concorrer pelo PSD em 2012; que ningum se engane: afif bom de voto
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Marco Damiani_247 – Vivendo um momento em que está rouco de tanto ouvir, como diz o ditado político, o vice-governador Guilherme Afif Domingos pode ser favorecido pelas circunstâncias políticas para tentar realizar um prodígio: eleger-se prefeito de São Paulo. A fortalecê-lo, as fraquezas e indefinições dos adversários, além de seu próprio perfil de bom de voto.
Com bases sólidas no campo das forças de centro-direita, Afif já foi deputado federal, concorreu à Presidência da República, em 1989, com o famoso slogan ‘juntos chegaremos lá’, e dividiu, como vice, a vitória de Geraldo Alckmin para governador no ano passado. Marqueteiro de si mesmo, criador de factóides que deram certo, como os sacolões – onde a população compra hortifrutigranjeiros a preços reduzidos --, ele é um dos herdeiros naturais do eleitorado do deputado Paulo Maluf, apontado como uma das forças desde já mais disputadas pelos que sonham em se eleger. Afif, tem, além disso, a máquina da poderosa e endinheirada Associação Comercial de São Paulo ao seu dispor. Presidente da entidade no passado, ele foi o criador do impostômetro, sucesso de público e crítica com seu painel luminoso que indica online o valor de arrecadações fiscais extraídos da sociedade. Ieias como essas, em campanha, sempre foram de fácil aceitação – e Afif é mestre em fazer uso delas.
Com recursos nos bastidores e tempo na televisão – a depender das alianças a serem amarradas –, ele poderá ser o grande porta-voz em defesa da gestão de Gilberto Kassab na capital, e, com a retribuição do prefeito, sair com vantagem sobre os demais.
A divisão interna no PT, que vai se inclinando para Fernando Haddad em detrimento da favorita Marta Suplicy, é boa para um candidato como Afif. Marcadamente de centro-direita, ele sabe que o enfraquecimento da esquerda corresponde, quase que automaticamente, a um incentivo à coesão do seu próprio lado. Além do PT, outro fator, e talvez até mais importante, o empolga. Trata-as da inapetência dos pesos-pesados tucanos para concorrer à Prefeitura. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o senador Aloysio Nunes Ferreira informou que não irá transferir seu título eleitoral de São José dos Campos para a capital. Dias atrás, ele defendeu a realização de prévias em seu partido, não escutou eco da parte do governador Geraldo Alckmin, hoje o chefão de face simpática e gestos polidos da legenda no Estado. Significa, pois, que Aloysio está fora. Quanto ao ex-governador José Serra, ele permanece sentido-se ofendido a cada vez que alguém o estimula a tentar a volta à Prefeitura. A prosseguir nesse pé, os tucanos terão como candidato um nome entre José Aníbal, Ricardo Trípoli e Bruno Covas. Junte-se os três para fazer frente ao poderio com que Afif, política e financeiramente, se apresentaria na disputa. O nó, ainda, é a definição do registro definitivo do PSD que Kassab e ele fundaram juntos. Se, e quando, a situação legal estiver resolvida, Afif terá poucos motivos para ficar fora desse jogo às suas feições.
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