A volta do filho pródigo

Secretrio do Ministrio do Turismo, Colbert Martins Filho voltou para Feira de Santana (BA) depois de ter sido preso na Operao Voucher, da PF; cidade organizou grande manifestao de desagravo



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Elieser Cesar_Bahia 247 – Magoado com a prisão, agradecido pelo apoio que recebeu na Bahia, principalmente da população de Feira de Santana, sua terra natal e base eleitoral, e com tranquilidade suficiente para provar a sua inocência. Com esta mistura de sentimentos, o ex-deputado federal Colbert Martins da Silva – uma das 35 pessoas presas na semana passada por suspeita de fraudes no Ministério do Turismo – desembarcou no final da manhã desta sexta-feira no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador.

"Eu me sinto como um condenado sem direito à defesa", comparou Colbert, Secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo do MTur, ao falar de sua prisão, no bojo da Operação Voucher. O ex-deputado se queixou principalmente da espetacularização midiática das prisões, do uso desnecessário de algemas em pessoas que não esboçaram a menor resistência à prisão e do vazamento de fotografias dos presos, sem camisa, no momento em que eram fichados na carceragem.

Colbert disse que não compreendeu porque foi levado para Macapá, perfazendo um percurso de 3 mil quilômetros, para prestar um depoimento de apenas vinte minutos. "Tudo aquilo, eu poderia responder preenchendo um questionário", observou. Ele disse que pretende retornar ao MTur quando estiver tudo plenamente esclarecido. Seus planos imediatos são passar o final de semana com a família (a mulher e os dois filhos) em Feira de Santana e retornar no começo da próxima semana a Brasília para dar prosseguimento à sua defesa.

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Livro aberto

"Vou me colocar à disposição da Câmara, do Senado, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União para prestar todos os esclarecimentos que forem necessários", afirmou o ex-deputado. Ele ressaltou a diferença de tratamento aos presos da Operação Voucher e aos detidos na Operação Alquimia, que apura fraudes de R$ 1 bilhão contra a Receita Federal. "Neste último caso, em que está em jogo uma fraude milionária, não houve vazamento de fotografias de empresários algemados, nem fichados. Foi uma grande diferença", pontuou. Para Colbert Martins Filho, o momento mais difícil foi quando ficou isolado numa sala muito pequena, "fora do mundo", e ainda tentando entender porque fora preso.

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O ex-deputado reclamou também do tratamento dispensado durante a prisão a uma funcionária do MTur em tratamento contra um câncer. Como médico, Colbert procurou tranquilizar a colega de trabalho. Ele comparou sua prisão à de dois outros políticos detidos também em operações midiáticas da Polícia Federal e cuja inocência foi comprovada no desdobras das investigações: o primeiro Ministro da Saúde do Governo Lula, preso na Operação Sanguessunga (2006), que apurou irregularidades na compra de ambulâncias, e o prefeito de Camaçari, na Bahia, Luiz Caetano, preso na Operação Navalha (2009), que investigou irregularidades em licitações públicas. "Há muitas analogias entre os três casos", admitiu o ex-deputado.

De volta

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Procedente de Brasília, onde se impôs uma reclusão de uma semana, para não se expor e começar a cuidar de sua defesa, Colbert desembarcou às 11h30, em Salvador, onde foi recebido por familiares, amigos e correligionários, dentre eles o irmão Evaldo Martins, presidente do PMDB de Feira de Santana. Ele agradeceu as manifestações de solidariedade que recebeu na Bahia e em sua cidade, citando nominalmente o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, responsável por sua indicação para o MTur, e os adversários políticos Tarcízio Pimenta e José Ronaldo, prefeito e ex-prefeito de Feira de Santana.

De Salvador, Colbert Martins Filho viajou para Feira de Santana, onde participa, no final da tarde, de uma grande manifestação de desagravo. Às 16h haverá um encontro na Igreja dos Capuchinhos. Depois, uma carreata que levará o ex-deputado à praça da igreja Matriz. Colbert falará para seus conterrâneos do coreto da praça, num "ato suprapartidário", como definiu o irmão Evaldo.

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A todos, repetirá o que disse à imprensa no desembarque em Salvador: que agiu como deveria ter agido, dentro da linha da honestidade, herança do pai, o ex-prefeito de Feira de Santana e ex-deputado federal Colbert Martins da Silva, já falecido.

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