A hora decisiva de Marta
Sob fogo amigo, a senadora j falou com a presidente Dilma sobre sua pr-candidatura prefeitura de So Paulo e ter uma conversa olho no olho com o presidente Lula na segunda. Ela desistir ou no? Ao 247, ela j disse que ir at o fim
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247 – A senadora Marta Suplicy tem vivido os últimos dias sob intensa pressão. Neste sábado, diversas notas em colunas políticas começaram a plantar a tese de que ela desistiria da pré-candidatura à prefeitura de São Paulo. O motivo: ninguém no PT seria capaz de enfrentar o presidente Lula, que já faz campanha aberta pelo rival de Marta, o ministro da Educação Fernando Haddad. Hoje, circulava até a versão de que ela iria a São Bernardo do Campo anunciar sua desistência pessoalmente ao presidente Lula. Especialmente porque a presidente Dilma Rousseff também teria dito a ela que Haddad é o seu candidato.
O que é fato e o que é ficção? Fato 1: Dilma e Marta de fato conversaram. Foi na última quarta-feira, em Brasília, o mesmo dia da tumultuada demissão de Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura. “Já tenho problemas demais para resolver e não vou me envolver nessa questão”, disse Dilma à senadora. Ou seja: ela não hipotecou apoio a nenhum dos lados da disputa. Fato 2: Marta e Lula têm, de fato, uma conversa marcada. Não será neste sábado, mas na próxima segunda-feira, no fim da tarde. Será a primeira conversa franca, olho no olho, entre os dois, desde que a corrida sucessória em São Paulo esquentou.
Marta ajudou muito o presidente Lula em 2006, na sua campanha da reeleição. Foi recompensada com o Ministério do Turismo. Os dois nunca foram amigos próximos, mas sempre mantiveram boa relação política. Durante um bom tempo, a presidência da Caixa Econômica Federal foi entregue ao economista Jorge Mattoso, quadro próximo a Marta. Lula não gostou de declarações recentes da senadora, que se colocou como “candidata natural do PT” à sucessão municipal, assim como a ela não agradou a interferência ostensiva do ex-presidente no processo.
Os dois sabem que o PT tem chances razoáveis de reconquistar a prefeitura, dona do terceiro maior orçamento do País – atrás apenas da União e do governo paulista. Hoje, as pesquisas internas do partido apontam Marta com 30%, José Serra, do PSDB, com 23% e Gabriel Chalita, do PMDB, com 6%. Fernando Haddad, por sua vez, não chega a 2%. Lula defende uma renovação, por entender que a rejeição a Marta é alta – ao contrário do que ocorre com Haddad. Ela, por sua vez, aposta que a sua rejeição diminuiu, enquanto a de Serra cresceu depois da última campanha presidencial.
A nenhum dos dois interessa um confronto aberto. Em entrevista recente ao 247, Marta foi clara: “Vou até o fim” (leia mais). É grande a pressão para que ela desista. Mas Lula também não imaginava que encontraria tanta resistência no PT para impor o nome do seu candidato. Quando chegou pela primeira vez à prefeitura de São Paulo, com Luiza Erundina, o PT ganhou contra a vontade de Lula, que apoiava o candidato Plínio de Arruda Sampaio. Aqui, no 247, também escrevemos que, ao presidente Lula, talvez interesse mais a derrota do que a vitória (leia mais).
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