Rio de Janeiro: natureza desempenha um grande papel na cultura e na história locais
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Aos olhos daqueles que estão fora do Brasil, o país se destaca por um grande número de aspectos naturais. Não são poucos os turistas que se admiram com o canto matutino dos pássaros silvestres nas grandes cidades brasileiras ou com as árvores seculares que dividem espaço com o concreto das calçadas.
Desta fauna e flora, nascem inspirações para atos culturais de todos os tipos. A mitologia indígena serve de base para muitos deles, criando elementos divinos para explicar a origem de tudo o que consiste a natureza, como os animais e as árvores das matas brasileiras, conforme demonstram as histórias de deuses como Tupã, o senhor do trovão, e Jaci, que representa a Lua.
Mas mitologias não contam apenas histórias de formação de povos antigos. Existem também mitologias modernas, como, por exemplo, aquelas que formaram a ideia de que o povo brasileiro não desiste nunca, já que o país é também a terra dos que buscam continuar fazendo o que anseiam, apesar das adversidades que aparecem no caminho.
Projetos grandiosos ilustram de forma bastante clara tal resiliência. O primeiro zoológico do Rio de Janeiro, por exemplo, não contava com grande apoio da iniciativa pública, mas teve que encontrar uma maneira de seguir seu rumo e prosperar. E foi, assim, na interseção entre o improviso, a perseverança e a inspiração na natureza local, que nasceu um dos pontos culturais mais conhecidos do Rio.
Mantendo um zoológico com a ajuda dos bichos
Com o Brasil em crise no fim do século XIX, no período entre o fim do Império e o começo da primeira República, o Zoológico de Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, encontrava-se em apuros. Um de seus mecenas, o barão João Batista Viana Drummond, procurava soluções para manter vivo um dos espaços mais democráticos de uma cidade bastante desigual.
Uma vez que o apoio público era escasso e limitado pela condição econômica do país, a solução foi arregaçar as mangas e procurar alternativas de arrecadação entre o público – tanto aquele que frequentava o zoológico quanto os que ainda não o faziam. Era preciso, assim, atrair estes dois grupos, de forma que a manutenção do zoológico fosse garantida pela receita gerada por alguma atividade em torno dele.
Dessa forma, acabou nascendo o famigerado jogo do bicho. Este ficou tão famoso na região de Vila Isabel que, logo depois de sua criação, virou a principal fonte de renda do zoológico, possibilitando sua manutenção e permitindo sua existência até a década de 1940. O sistema do jogo, no entanto, ultrapassou os muros do zoológico, espalhando-se não apenas pelo Rio de Janeiro, mas pelo Brasil afora, exercendo uma influência cultural que se mantém até hoje. Prova desse status é o fato de o jogo ter ganhado inclusive versões digitais, em jogos desenvolvidos por produtoras internacionais como a Bgaming, baseada em Malta, na Europa. Ao acessar sites como CasinoTopsOnline, pode-se ver uma lista que menciona mais de dez sites que oferecem o jogo do bicho online, o que mostra, de fato, sua popularidade até os dias de hoje.
Mitologia e natureza marcam presença também no Carnaval
Como se vê, o ponto central de tudo é a natureza, sendo a ponte não apenas entre o jogo do bicho e a cultura carioca, mas também entre o Carnaval e o Rio. De fato, o Carnaval carioca possui muitos sambas-enredo célebres que serviram para homenagear as belezas naturais do planeta. Em 1991, a Mocidade de Padre Miguel chegou à Sapucaí com o samba-enredo “Chuê, Chuá: As Águas vão Rolar”, no seguimento da vitória no campeonato do ano anterior. Com uma letra que homenageava a água em todas as formas, a Mocidade acabou se tornando bicampeã graças ao espetáculo que esse elemento crucial para a vida proporcionou na avenida.
Outra campeã do Carnaval carioca graças à natureza foi a Beija-Flor, em 2004. O enredo “Manôa, Manaus, Amazônia, Terra Santa: Alimenta o corpo, equilibra a alma e transmite a paz” trata principalmente da relação histórica entre o ser humano e a Floresta Amazônica, com a capital do Amazonas, Manaus, sendo também colocada em destaque no samba campeão.
No Rio, é assim que se estende a conexão entre a cidade, a natureza, sua cultura e sua história: de um zoológico suburbano às avenidas da Sapucaí que atraem ano a ano os olhares de milhões de pessoas.
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