Pequeno e-commerce: Por que é tão difícil dar certo na internet?



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Desde quando a pandemia foi anunciada no Brasil, os olhos dos consumidores e das empresas se voltaram para o e-commerce de uma forma nunca antes vista, e esse movimento fez com que muita gente percebesse o quanto ter uma loja virtual pode ser lucrativo.

Essa percepção impulsionou de forma estratosférica a busca por profissionais desenvolvedores de lojas e especialistas em gestão de e-commerce, levando inúmeras pessoas a procurarem espaço dentro dessas profissões através de cursos e treinamentos rápidos para consultor de gestão empresarial, digital marketer, designer, copywriter, e editor de vídeos, por exemplo.

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O aquecimento do mercado digital e de todas as profissões relacionadas a ele foi nítido durante todos os piores meses da pandemia, mas conforme o comércio físico foi voltando ao funcionamento normal e as pessoas puderam andar nas ruas com menos restrições, o e-commerce e todos os setores envolvidos começaram a expulsar os amadores, ou pelo menos diminuir bastante a demanda de quem ainda estava aprendendo como trabalhar. Afinal, a internet já é um ambiente bastante competitivo e quem não consegue criar uma boa estratégia de sobrevivência não permanece muito tempo nessa seara.

Entre diversas coisas, montar um e-commerce envolve planejamento e a necessidade de conhecimento sobre o nicho ou sobre os produtos com que vai trabalhar, até para evitar problemas jurídicos e outras questões que podem levar a loja à falência antes mesmo do negócio ter um pouco de tração para se manter.

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Um exemplo comum é o que acontece com as “lojinhas de make” que viraram febre no Instagram e outras mídias sociais, em que muitos produtos importados são comercializados “no precinho”.

Quem não pensa a longo prazo, pode ver nesse tipo de nicho uma grande oportunidade, afinal produtos “baratinhos” vendem de forma fácil e as mídias sociais ajudam bastante com a divulgação.

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O problema, segundo o Dr. André Gauderer, alergista no Rio de Janeiro, é que “muitos desses produtos são fabricados sem nenhuma espécie de inspeção e podem causar alergias, contaminações e intoxicações seríssimas”. E como se pode imaginar, as marcas são sediadas no exterior, restando ao consumidor, apenas, tentar solucionar seus prejuízos através de quem vendeu o produto (e se tornou responsável solidário por tudo que pudesse acontecer ao cliente).

É nesse momento que os clientes enchem as redes sociais da loja de reclamações, se manifestam no Reclame Aqui, no Procon, e em casos mais extremos acionam a justiça para reaver seus prejuízos.

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Para um pequeno empreendimento esse pode ser o fim, embora o mesmo não se aplique aos gigantes do cenário digital, que trabalham com milhares de produtos e centenas de categorias e subcategorias, que vão de aparelhos como um btv b11, focado em um público específico, a itens aleatórios como um ventilador ou liquidificador, impossibilitando, completamente, que haja uma pessoa ou um departamento capaz de atender clientes de forma individual e prestar-lhes todas as informações capazes de influenciá-los na decisão de compra.

No caso deles, porém, há departamentos jurídicos preparadíssimos para resolver qualquer problema que venha a surgir.

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Quando falamos de e-commerces menores, que terão que começar a conquistar o público do zero, sem contar com a ajuda de uma marca consolidada, comerciais na televisão e uma grande rede de lojas físicas para impulsionar a busca pelo nome da empresa e os perfis nas redes sociais, é de extrema importância que o empreendedor tenha condições de esclarecer toda e qualquer dúvida que seus clientes tenham a respeito de qualquer um dos itens comercializados por ele. Afinal, esse será o seu grande diferencial, que lhe dará a possibilidade de se destacar, ainda que haja uma infinidade de concorrentes que comercializem o mesmo produto.

Especialistas de uma conceituada agência de marketing digital em BH explicam que lojas virtuais menores e mais nichadas tem uma vantagem em relação aos grandes players do mercado, e é justamente a possibilidade de oferecer atendimento humano, exclusivo e focado no cliente.

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Além disso, lojas menores, que ainda não contam com um número gigantesco de pedidos diários, podem auxiliar clientes que ainda não estão completamente familiarizados com os procedimentos de compras na internet, o que ainda é bastante comum.

Muita gente não tem ideia de como fazer o cadastro em uma loja para realizar uma compra, ou como acessar a área de correios rastreamento para verificar se o pedido está ou não chegando, e prestar esse atendimento faz com que o cliente se sinta seguro e confortável em realizar a próxima compra.

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Ter essa sensibilidade e paciência com o cliente pode ser o trunfo de quem quer conquistar espaço no concorrido cenário do e-commerce, mas é importante compreender que as coisas não acontecerão do dia para a noite, sendo que esse é um dos principais motivos que levam as lojas virtuais que estão iniciando, a encerrarem suas atividades.

No e-commerce há coisas que só podem ser resolvidas com paciência, tempo, experiência, atenção e muito estudo. Como essas não são características presentes em grande parte dos empreendedores que iniciam por necessidade, é bem provável que, infelizmente, muitos outros pequenos negócios fechem suas portas digitais ao longo dos próximos meses ou as mantenham abertas por teimosia, e não por resultado.

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