O Diabo Loiro: a história de Paulo Nunes
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A década de 90 foi extremamente marcante para o futebol brasileiro. Não apenas pela Copa do Mundo de 94 ou pelas Libertadores vencidas por clubes do país, mas também pela revelação de grandes jogadores que fizeram história nas competições nacionais e continentais. E, para Palmeiras e Grêmio, sem sombra de dúvidas um dos mais lembrados é Paulo Nunes: o famoso Diabo Loiro.
Nascido na cidade goiana de Pontalina, Arílson de Paula Nunes começou a sua carreira nas categorias de base de um dos principais clubes do país: o Flamengo. Em 1986, ele chega ao sub-15 do Flamengo e, progressivamente, vai avançando até, em 1990, conseguir o acesso para a equipe profissional.
Foram anos no rubro-negro, de 1990 à 1994. Apesar de ter tido muitas oportunidades, a exemplo das temporadas de 91 e 92, o atacante acabou não se firmando no clube carioca. Foram cinco gols na sua primeira temporada como titular, nove na segunda, seis na outra e apenas um no ano de despedida do Mengão.
Os números não eram trágicos, mas Paulo Nunes não conquistou a confiança do rubro-negro. Com isso, em 1995, acabou sendo comprado por outro grande clube do futebol brasileiro: o Grêmio. Com a camisa do Tricolor Gaúcho, o Diabo Loiro começou a fazer história e marcar o seu nome no futebol brasileiro da década de 90.
Paulo Nunes: de dúvida ao apelido de Diabo Loiro
Quando Paulo Nunes chegou ao Grêmio, era encarado com olhares de dúvida. Afinal de contas, nos anos em que permaneceu no Flamengo, não foi um grande destaque. Esse momento, inclusive, foi relembrado pelo atleta, em uma entrevista concedida ao UOL.
“Eu saí do Flamengo em janeiro de 1995, fui praticamente dado, jogado pelo Grêmio. Isso acabou sendo meu recomeço. Eu vinha de uma contusão seríssima de joelho, ligamento cruzado. Ou arrebentava ou só ia cair no futebol”, destacou o atacante.
As dúvidas que inicialmente recaiam sob o atacante, logo foram sanadas e subvertidas. Nem as apostas mais entusiasmadas poderiam prever o quão certo deu Paulo Nunes naquele time do Grêmio. Não à toa, em seu primeiro ano pelo clube, acabou ganhando um título inédito para a equipe gaúcha: a Libertadores da América.
A histórica campanha da Libertadores de 1995 do Grêmio é lembrada com muito carinho pela torcida. Foram 14 jogos da equipe gaúcha, com oito vitórias, quatro empates e duas derrotas. Paulo Nunes, o garoto recém chegado do Flamengo, terminou a temporada como um dos artilheiros do clube, com 5 gols marcados.
Começava ali uma carreira extremamente vitoriosa por parte do jogador que, nos anos seguintes, ainda viria a conquistar o Brasil e, novamente, a América - assim como ganhar o carinhoso apelido de Diabo Loiro.
Os anos de Paulo Nunes no Grêmio
Paulo Nunes ficou apenas três temporadas no Grêmio. Em 1995, além da conquista da Libertadores da América, foi campeão também do Gaúchão e terminou o ano com 18 gols marcados em 56 partidas. A média pode não ser das melhores, mas dentro de campo o Diabo Loiro era praticamente incontestável.
No ano seguinte, o atacante não conseguiu repetir a conquista da Libertadores. No entanto, esteve longe de fazer feio. Junto com o Grêmio, foi novamente campeão do Campeonato Gaúcho e, também, do Brasileirão. No fim da temporada, havia marcado 23 gols em 53 jogos - a média, aos poucos, começava a subir.
A sua passagem pelo Tricolor Gaúcho se encerrou em 1997. No entanto, não antes de levar mais uma importante taça para casa. Neste ano, Paulo Nunes foi campeão da Copa do Brasil, encerrando o primeiro capítulo de sua história com a equipe gaúcha empilhando títulos.
Paulo Nunes é do Verdão
Em 1998, Paulo Nunes acabou sendo comprado pelo Benfica. Em Portugal, no entanto, o jogador não chegou a disputar dez partidas sequer. Naquele mesmo ano, no entanto, acabou sendo transferido para o Palmeiras. E se o início de carreira com o Grêmio havia sido bom, com o Palmeiras foi tanto quanto.
Na primeira temporada com o Verdão, Paulo Nunes disputou 63 jogos e marcou incríveis 30 gols. Foi um dos principais atletas da equipe paulista que, naquele ano, conquistou o título da Copa do Brasil e da Mercosul em cima de um dos mais promissores Cruzeiros. Os títulos e confrontos contra a Raposa, inclusive, são lembrados com carinho pelo atleta.
“Esses duelos eram maravilhosos. Era ótimo enfrentar o Cruzeiro, um time de grande qualidade, muito bem treinado. Era a equipe que enfrentava o Palmeiras de igual para igual, tanto que disputamos duas finais só no ano de 1998”, declarou o jogador, em entrevista ao O Tempo.
Paulo Nunes se despediu do Palmeiras em 1999, mas não sem antes conquistar mais um título pelo Verdão. Se o Diabo Loiro inaugurou a Libertadores da América para o Grêmio, com a equipe paulista não foi diferente: campeão continental em 1999 e digital cadastrada na lista dos maiores jogadores brasileiros daquela década.
O fim da carreira e o apelido de Diabo Loiro
Depois que saiu do Palmeiras, Paulo Nunes voltou para o Grêmio, mas ficou apenas um ano. Em seguida vestiu a camisa do Corinthians, Gama, Al Nassr e, por último, do Mogi Mirim - onde encerrou a sua carreira em 2003.
O apelido de Diabo Loiro vem justamente de suas principais características em campo. Paulo Nunes era loiro, rápido e forte, e fazia da defesa de seus adversários um verdadeiro inferno.
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