Número de nascimentos diminuiu nos últimos meses no Brasil. Custo para criar um filho pode desmotivar pais

(Foto: Unsplash)


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Desde o início da pandemia, pesquisadores de diferentes áreas tentam mensurar o impacto do coronavírus nos índices de natalidade brasileiros. Enquanto alguns acreditavam em um alto número de nascimentos por conta do tempo passado em casa durante o isolamento social, outros alegavam que as condições de incertezas e preocupações relacionadas à doença e ao momento financeiro fariam com que os pais pensassem duas vezes antes de planejar um filho.

Em 2020, o Brasil já registrou o menor número de nascimentos em 26 anos. Foram 2.687.651 crianças nascidas no ano passado, contra 2.849.146 em 2019, o que representa uma queda de mais de 5%. Entretanto, os números ainda não refletem o efeito da pandemia, considerando que apenas em dezembro completaram-se 9 meses da chegada do vírus ao Brasil.

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Os números mais recentes já indicam que os índices de natalidade podem continuar caindo. Segundo os dados do Portal da Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ARPEN Brasil), os meses de junho e julho de 2021 foram de grande queda em comparação com os mesmos meses de 2020. Em junho deste ano, nasceram 220.886 pessoas, enquanto 233.046 nasceram em junho de 2020, em uma redução de 5,21%. No último mês de julho, 213.382 recém-nascidos foram registrados, enquanto no mesmo período de 2020 o número foi de 234.354, ou seja, 8,94% menor.

Além de todos os receios em colocar um filho no mundo em plena pandemia, a questão financeira também pesa bastante na decisão de ter ou não ter um bebê. No último mês, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) teve o  maior crescimento em 20 anos, indicando que os brasileiros estão gastando mais com os itens básicos, muitos deles fundamentais para a criação de um filho, especialmente os relacionados à alimentação. Os produtos fundamentais, como as fraldas, também pesam no orçamento: considerando que um recém nascido usa em média 200 fraldas por mês e a unidade sai em torno de R$1, uma pessoa gastaria mais de 18% do salário mínimo apenas com as fraldas.O planejamento dos outros itens obrigatórios para os recém-nascidos também é um fator determinante. Atualmente, os carrinhos de bebê básicos, feitos de plástico, custam em torno de R$500. O enxoval completo para receber a criança dificilmente sai por menos de R$1500.

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Vale lembrar que outra grande questão é que os problemas financeiros e sanitários podem ocasionar o efeito contrário nos índices de natalidade, provocando aumento no número de nascimentos entre os mais pobres, que consequentemente sofrem mais com a inflação. Isso acontece porque a parte mais socioeconomicamente vulnerável da população tende a ter menos acesso aos métodos contraceptivos durante a crise. 

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