Em que condição física estarão os jogadores após a Copa do Mundo?
Temperaturas acima dos 30°C, o clima seco e a mudança no habitual calendário do torneio, que normalmente acontece em junho, não devem atrapalhar o físico dos atletas.
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Pela primeira vez na história, a Copa do Mundo está sendo disputada no final do ano, entre os meses de novembro e dezembro. O torneio, que tradicionalmente acontece em junho, durante o verão europeu, precisou se adaptar às condições climáticas do país-sede, o Catar.
O país do Oriente Médio é quente, muito seco e registra pouca umidade. No meio do ano, quando normalmente acontece o torneio organizado pela Fifa, é comum que as temperaturas variem entre 40°C e 50°C, um cenário impossível para um jogador desempenhar seu bom futebol. Com essa alteração na data de um dos eventos esportivos mais importantes do ano, surge a pergunta: como estará a condição física dos atletas após a Copa do Mundo?
Neste momento, a tecnologia é fundamental para garantir que as equipes técnicas das seleções calculem com precisão o quanto um atleta pode render na Copa sem que o desgaste comprometa o restante da temporada do futebol europeu, que retorna em janeiro. Para os brasileiros convocados, no entanto, o cenário é diferente: caso o Brasil chegue até a final, Weverton (Palmeiras), Pedro e Everton Ribeiro (Flamengo) poderão negociar com seus clubes como se dará o período de férias até que eles estejam aptos a disputar os estaduais, que se iniciam em 15 de janeiro.
Com a temporada regular do futebol europeu paralisada, os demais atletas da seleção brasileira e de outras equipes precisam chegar ao fim da Copa em plena forma física para se reapresentarem aos seus clubes quando o torneio no Catar se encerrar. Para que isso aconteça, é importante um bom gerenciamento da condição física dos atletas durante os campeonatos e treinos.
Clubes como Liverpool, que atua na Inglaterra, fazem uso da tecnologia para mapear o condicionamento físico de seus atletas ao longo de toda a temporada - e se espera que, durante a Copa do Mundo, o departamento de análise de cada seleção dê continuidade a esse cuidado. O clube inglês, inclusive, informa que reduziu as lesões em até 30% depois que começou a trabalhar com uma tecnologia especializada de avaliação.
Esse tipo de sistema acompanha a evolução física dos jogadores durante os treinamentos e partidas por seus clubes, utilizando um conjunto de câmeras no estádio que mapeiam, com precisão, os movimentos executados pelos atletas em campo.
Cientistas computam esse material capturado pelas câmeras e incluem informações sobre lesões que os jogadores tiveram no passado, bem como o histórico médico e genético de cada atleta. Um algoritmo do sistema identifica padrões que apontam que determinado jogador está chegando ao limite de sua capacidade física. A partir daí, este departamento de análise se reúne com a comissão técnica da equipe para recomendar ou não o jogador para ser escalado.
No entanto, é impossível prever contatos entre os jogadores, dentro de campo (e até nos treinamentos) que podem causar lesões mais graves. Na Copa do Mundo de 2014, por exemplo, o Brasil sofreu um grande baque quando viu seu principal jogador, Neymar, sendo ajoelhado pelas costas no duelo contra a Colômbia, disputado em Fortaleza.
A entrada de Camilo Zúñiga, que fez Neymar deixar o campo de maca, afastou o craque dos gramados por pelo menos dois meses. Segundo os médicos da seleção brasileira que avaliaram o jogador, caso o choque tivesse acontecido dois centímetros para o lado, ele poderia perder de vez os movimentos da perna.
Apesar do cenário grave e imprevisível que aconteceu com Neymar, somente as condições climáticas do Catar não devem impedir que os atletas retornem em plena forma física a seus clubes em janeiro. Afinal, edições da Copa do Mundo como a que aconteceu nos Estados Unidos, em 1994, e até mesmo a sediada aqui no Brasil, também registraram altas temperaturas e, nem por isso, os atletas foram impedidos de atuar em boas condições.
Os primeiros dias do torneio no Catar mostraram que mesmo enfrentando temperaturas mais altas, é possível apresentar o mesmo nível técnico visto habitualmente na temporada regular do futebol. Alguns jogadores da Inglaterra, enquanto treinavam antes da estreia na Copa, relataram ter sofrido com o calor do país, que tem variado entre 33 graus, durante o dia, e 21 graus à noite. Os atletas, treinados por Gareth Southgate, precisaram inclusive de um climatizador para aliviar o calor durante a preparação.
Mesmo enfrentando o clima desértico do Catar, os atletas de todas as seleções estão recebendo o preparo e cuidado adequados para lidar com as temperaturas adversas.
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