Yellowstone: Um monstro subterrâneo à espreita
O supervulcão que dormita sob o parque de Yellowstone, nos Estados Unidos, é muito maior do que se pensava até agora. A sua câmera magmática é 2 vezes e meia maior das estimativas feitas até então. Ela se estende a 90 quilômetros de profundidade e contem de 200 a 600 quilômetros cúbicos de rocha fundida
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Por: Equipe Oásis
Quando se fala de supervulcões está-se referindo a vulcões que comumente dão origem a erupções de proporções dificilmente imagináveis. Erupções capazes de destruir boa parte da flora e da fauna e influenciar profundamente o clima de todo o nosso planeta. Na Terra existe uma dezena de supervulcões ativos. Por sorte eles nunca entraram em erupção com sua máxima intensidade desde que o homem moderno existe. Entre esses supervulcões está o que se encontra sob o Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos. Seu potencial destruidor é conhecido há bastante tempo, mas só recentemente se descobriu ser muito maior do que se pensava no passado.
A rigor, em termos puramente geológicos, os supervulcões não são vulcões no sentido estrito da palavra, embora existam crateras em seu interior e constantes atividades de tipo secundário, como gêiseres, fumarolas e fontes termais. As mais conhecidas estruturas desse gênero são os Campos Flegrei, na região de Nápoles, Itália, o lago Toba, na Indonésia, e o próprio Yellowstone.
Quando explodir, acontecerá uma catástrofe
Um estudo recentemente publicado demonstra que a câmera magmática do vulcão Yellowstone é cerca de 2,5 vezes maior do que as estimativas precedentes. Uma equipe de pesquisadores descobriu que ela possui um diâmetro de 90 quilômetros e contem cerca de 600 quilômetros cúbicos de rocha fundida pronta para sair à superfície.
Os resultados foram apresentados há poucos meses na convenção anual da American Geophysical Union em San Francisco. Bob Smith, da Universidade de Utah, entidade responsável pela pesquisa, declarou: "Há muito estamos trabalhando na investigação desse vulcão e sempre soubemos que sua câmera magmática deveria ser muito grande, mas o que descobrimos nos deixou estupefactos. Se o supervulcão de Yellowstone explodisse hoje, as consequências seriam catastróficas".
Quando será a próxima erupção?
Os pesquisadores conseguiram calcular as dimensões reais da câmera magmática do Yellowstone estudando os terremotos que continuamente se produzem no parque. São terremotos de baixa intensidade. Uma rede muito ampla e sofisticada de sismógrafos detecta e grava esses terremotos durante todo o tempo, e isso possibilita dar forma àquilo que acontece sob a superfície.
Jamie Farrell, também da Universidade de Utah, diz que "nós registramos os terremotos e as ondas sísmicas que viajam através do território. As que correm mais lentamente informam que estão atravessando o material quente e parcialmente fundido da câmera magmática e isso nos permite medir as suas dimensões". Com esse sistema os vulcanologistas descobriram que essa câmera se encontra entre os 2 quilômetros e os 15 quilômetros de profundidade e possui um diâmetro mínimo de 15 quilômetros e um máximo de 90 quilômetros.
Ante as descobertas, a pergunta óbvia é: Mas quando esse vulcão irá despertar mais uma vez? Os pesquisadores não sabem dar uma resposta precisa. Podem apenas reportar-se aos ciclos de erupção que nos últimos 2 milhões de anos parecem ter se verificado uma vez a cada 700 mil anos. Como a última erupção aconteceu há 640 mil anos, a próxima não deve estar longe em termos geológicos, mas extremamente distante em termos humanos. Os vulcões, no entanto, não seguem ciclos e comportamentos regulares. Um estudo publicado durante a mesma convenção demonstra que o Yellowstone comportou-se de modo bastante diferente no período entre 8 milhões e 2 milhões de anos em relação ao último período. Nesse arco de tempo, com efeito, existiram menos erupções, mas muito mais violentas do que as últimas.
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