Visite o Etna. Com o Street View você sobe ao topo do vulcão siciliano

O maior vulcão da Europa é relativamente jovem e tem erupções quase constantes. A Unesco o inseriu na lista do patrimônio natural da humanidade, definindo-o como um dos vulcões mais emblemáticos e ativos do mundo. E agora, com o Street View, você pode subir até a sua cratera principal

O maior vulcão da Europa é relativamente jovem e tem erupções quase constantes. A Unesco o inseriu na lista do patrimônio natural da humanidade, definindo-o como um dos vulcões mais emblemáticos e ativos do mundo. E agora, com o Street View, você pode subir até a sua cratera principal
O maior vulcão da Europa é relativamente jovem e tem erupções quase constantes. A Unesco o inseriu na lista do patrimônio natural da humanidade, definindo-o como um dos vulcões mais emblemáticos e ativos do mundo. E agora, com o Street View, você pode subir até a sua cratera principal (Foto: Gisele Federicce)


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Por: Luis Pellegrini

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Com “apenas” 550 mil anos, aproximadamente, o Etna é considerado um vulcão jovem. Talvez essa seja a causa de ele ser tão irrequieto e nervoso. Montanha mais bela da Sicília, integrado à lista do patrimônio da humanidade da Unesco no dia 21 de junho 2013, o Etna tem vivido nos últimos anos ciclos eruptivos muito intensos. Espetaculares erupções no seu topo, com jatos de lava incandescente que atingem centenas de metros de altura, proporcionam shows noturnos que atraem multidões de turistas que querem, pelo menos uma vez na vida, ver um vulcão em plena atividade.

 

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O Etna com suas fumarolas visto do ancoradouro do porto de Taormina

 

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Agora, Google criou um link no Street View, possibilitando a todos percorrer passo a passo os caminhos de subida à cratera principal do vulcão e também às assim chamadas crateras Silvestri, admirando os cenários ainda mais sugestivos por causa da fumaça que delas se desprende. As imagens do vulcão siciliano foram tomadas graças ao Trecker, aparato tecnológico equipado com 15 fotocâmeras que tiram imagens em alta resolução para compor uma panorâmica de 360 graus na horizontal e de 280 graus na vertical.

 

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O Etna atende a todas as expectativas e não costuma decepcionar: ele tem oferecido, na atualidade, entre 7 e 35 erupções ao ano – quase 1,5 erupção ao mês. Assim, se você quiser ser espectador de uma delas, basta ir à Sicília, instalar-se numa das muitas cidadezinhas que existem ao redor da montanha – de preferência a encantadora Taormina, à beira do mar – e esperar alguns dias. O Etna não se fará de rogado e dará o seu show. Ou então, enquanto a viagem à Sicília não vem, regalar-se com a visita virtual do vulcão proporcionada pelo Street View.

Uma história muito antiga

Na verdade, não se tratam de várias erupções, mas sim de uma única, que começou a cerca 2700 anos e não parou até hoje. Esse vulcão parece estar vivo. Apresenta até um curioso fenômeno que foi batizado de “respiração do Etna”, no qual, após uma erupção, ele recomeça a acumular lava e gases em seu interior, até chegar a um grau de pressão insuportável, quando erupta novamente. Durante o processo desses “respiros” o solo na região do Etna chega a subir e baixar dezenas de centímetros.

 

 

Como suas cercanias são habitadas pelo homem desde o início dos tempos históricos, e talvez até mesmo antes, as atividades do Etna estão entre as mais bem documentadas de toda a vulcanologia. Sabe-se, por exemplo, que a grande maioria das suas erupções ocorre nas crateras localizadas no seu cume. Elas são mais espetaculares, porem muito menos perigosas do que aquelas que acontecem nos seus flancos. Estas últimas derramam grandes quantidades de lava que formam verdadeiros rios que, às vezes, atingem aldeias e vilarejos situados nas imediações. Felizmente, as erupções laterais acontecem na média de uma a cada quatro anos. A lava da erupção lateral de 1669, no entanto, chegou até a grande cidade de Catânia, correndo pelas suas ruas até chegar ao mar. Até hoje podem ser observados em Catânia vestígios bem evidentes dos estragos que produziu.

 

 

Ele é simplesmente gigantesco

Além de ser o mais alto vulcão da Europa e um dos mais altos do mundo, atingindo aproximadamente 3340 metros de altitude, o Etna é simplesmente gigantesco. A extensão total da sua base é de 1190 quilômetros quadrados, com uma circunferência de 140 quilômetros, superando em quase três vezes o tamanho do Vesúvio, um outro famoso vulcão italiano, localizado nas cercanias de Nápoles.

O Etna é um dos vulcões mais ativos do mundo, mas, normalmente, as erupções não oferecem grande risco à população que vive nas localidades próximas. Os solos vulcânicos em redor propiciam bons campos para a agricultura, com vinhedos e hortas espalhados nas faldas da montanha e em toda planície de Catânia, a sul.

Lendas do mundo romano

O Etna era conhecido na Roma Antiga como ÆTNA, um nome derivado provavelmente do grego antigo “aitho” (queimar violentamente). As frequentes e por vezes dramáticas erupções fizeram da montanha um tema recorrente na mitologia clássica, traçando-se paralelos entre o vulcão e vários deuses e gigantes das lendas do mundo romano e grego. Éolo, o rei dos ventos, teria confinado os ventos em cavernas sob o Etna. O gigante Tifão foi preso sob o vulcão, de acordo com o poeta Ésquilo e foi a causa de suas erupções. Outro gigante, Encélado, revoltou-se contra os deuses e foi morto e sepultado sob o Etna.

 

 

Diz-se também que Vulcano (Hefesto na mitologia grega), o deus do fogo e da forja, tinha sua fundição sob o Etna e atraiu o deus de fogo Adrano para fora da montanha, enquanto os ciclopes mantinham uma forja em que fabricavam raios para que Zeus os usasse como armas. Supõe-se que o submundo grego, Tártaro, encontrava-se abaixo do Etna.

Empédocles, um importante filósofo pré-socrático e homem público do século 5 antes de Cristo, teria encontrado a morte numa das crateras do vulcão Etna.

No mundo católico, acredita-se que o Etna entrou em erupção em respeito ao martírio de Santa Águeda no ano 251, fazendo com que os muçulmanos posteriormente a invocassem contra ameaças do fogo e relâmpagos.


Galeria: Fotos da subida ao topo do Etna pela equipe do Street View

 

Subida com o equipamento Trekker às costas, como se fosse uma mochila



Cratera Central

  

 

Outro ângulo da cratera central



Para fazer o passeio pelo Google Street View entre nesta página: http://bit.ly/1IW3XPv

 

Escalar o monte siciliano nunca foi mais fácil, e o melhor de tudo, você também pode visitar uma exibição digital chamada de “Basalto Lavico do Etna”, que explica o uso de lava endurecida na arquitetura humana.

As imagens foram gravadas utilizando o Trekker, você não imaginaria que o carrinho do Google Street subiria até lá não é? Para os que desconhecem, o Trekker é como uma mochila tecnológica capaz de tirar fotos em quase todos os ângulos possíveis. O mais legal é que o Etna não é o único local que você pode explorar com essa tecnologia. Acesse o link http://bit.ly/1CdKq3l para visitar os vulcões do Parque Nacional do Havaí, a cratera do meteoro em Arizona, os vulcões japoneses Aso e Konkira e a Cratera do Parque Nacional.

 

Video: Uma incrível erupção do vulcão Etna

 

 

 

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