Vida sedentária mata! Inatividade física destrói mais do que o tabaco

Levantar da poltrona e sair correndo, pode salvar nossa vida. A medicina contemporânea aponta quais são os riscos da falta de exercício. Um deles: permanecer modorrando na poltrona é ainda pior para a saúde que o vício do cigarro. Mas sentar e relaxar depois de uma série de exercícios físicos é perfeitamente legítimo e necessário.

Levantar da poltrona e sair correndo, pode salvar nossa vida. A medicina contemporânea aponta quais são os riscos da falta de exercício. Um deles: permanecer modorrando na poltrona é ainda pior para a saúde que o vício do cigarro. Mas sentar e relaxar depois de uma série de exercícios físicos é perfeitamente legítimo e necessário.
Levantar da poltrona e sair correndo, pode salvar nossa vida. A medicina contemporânea aponta quais são os riscos da falta de exercício. Um deles: permanecer modorrando na poltrona é ainda pior para a saúde que o vício do cigarro. Mas sentar e relaxar depois de uma série de exercícios físicos é perfeitamente legítimo e necessário. (Foto: Gisele Federicce)


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Por: Luis Pellegrini

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A falta de exercício físico causa, todos os anos, um número de vítimas pouco maior que as dizimadas pelo tabaco contido nos cigarros. Esta é a conclusão chocante de uma série de artigos publicados em julho último pela respeitável revista médico-científica Lancet.

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Segundo um desses estudos conduzidos pelos pesquisadores da Harvard Medical School, mais de 5,3 milhões de mortes poderiam ser evitadas todos os anos se os mais preguiçosos praticassem um pouco mais de movimento e de exercício físico. O tabaco, em comparação, mata a cada ano cerca de 5 milhões de pessoas. Para que se entenda desde já a questão, o movimento do dedo para fazer o zapping sobre a tela do celular ou do tablete não é considerado um esporte. Por exercício físico entende-se pelo menos 150 minutos de atividade física até mesmo de tipo moderado, como uma caminhada.

 

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Para evidenciar os benefícios do exercício físico os cientistas analisaram os dados dos últimos anos relativos às mortes causadas pelas quatro principais doenças relacionadas à falta de exercício: o diabete tipo 2, as doenças coronárias, o câncer do seio e do intestino. Comparando esses números às informações sobre os índices de exercícios físicos praticados em cada nação, calculou-se que todos eles tivessem alcançado níveis aceitáveis de atividade física semanal, teriam sido evitados 6% das mortes por ataque cardíaco, 7% daquelas por diabetes e 10% dos decessos devido a um câncer.

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Caminhar, dieta correta, fazer sexo

A Itália – que com o Japão possui uma das populações mais saudáveis e longevas do mundo – tem uma receita infalível que é acionada tanto em tempos de crise quanto nas fases de vacas gordas. Ela é composta de dois ingredientes: verduras e sexo. Na Itália, as atividades “esportivas” privilegiadas pela população são também as mais econômicas: o sexo (escolhido por 24% dos entrevistados, sobretudo os homens) seguido pela caminhada, predileta de 32% do público feminino e de 23% do masculino, e a corrida, escolhida por 18% dos homens e por 15% das mulheres.

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As dietas permanecem o método mais seguido para se perder peso (34% dos entrevistados recorrem a ela). A maioria dos entrevistados, se tivesse de escolher, preferiria renunciar a um prata de macarrão em favor de uma salada ou verdura cozida.

10 MODOS DE MORRER POR CAUSA DO SEDENTARISMO

Na poltrona ou na cadeira do escritório, passamos cerca de 9,3 horas ao dia (sem contar o tempo que passamos dormindo na cama). Na prática, permanecemos inativos cerca de 36 anos da nossa existência, uma condição que não combina com nosso corpo de caçadores-coletadores. Aqui segue uma lista de 10 problemas causados por essa condição, e alguns conselhos sobre como reduzir-los.

 

 

1 Arruína a postura. Não apenas passamos o dia inteiro sentados. Nós também o fazemos do modo errado: torcicolo, dores nas costas e nos ombros indicam isso claramente. Permanecer semideitados sobre a escrivaninha não causa apenas mal-estar muscular. Pode levar à cifose (a clássica “corcunda”), lordose (o afundamento da coluna vertebral no nível das lombares ou das cervicais), causar hérnias do disco e outros problemas da espinha dorsal. Se você desempenha um trabalho sedentário, tenha a certeza de poder se apoiar no schienale, de manter as costas relaxadas, os pés bem plantados no chão, os flancos o mais atrás possível e os joelhos na altura dos quadris.

 

2  Atrofia os músculos. Até mesmo o atleta mais bem treinado, ao permanecer muito tempo sentado, arrisca perder massa e elasticidade muscular. As fáscias musculares utilizadas para se manter a postura ereta (como as abdominais, glúteos, músculos pélvicos e dorsais) enfraquecem, encurtam e perdem a tonicidade. As gorduras que deveriam ser utilizadas para produzir energia se transformam em tecido adiposo. E recomeçar a se mover depois de tantas horas de inatividade pode representar uma tarefa hercúlea. Um estudo americano realizado com 167 mil pessoas revelou que permanecer sentado mais de 3 horas por dia reduz de dois anos o tempo de vida da pessoa, não importa qual seja a atividade física praticada. Levantar-se com frequência, subir e descer escadas ou ir para o trabalho a pé ou – para quem pode – optar por escrivaninhas para serem usadas em pé pode ajudar a prevenir o problema.

 

3 Debilita os ossos. Para não perder densidade e permanecer fortes, os ossos têm necessidade de carregar peso (eis porque, na ausência de gravidade, os astronautas devem lutar contra a osteoporose). Transcorrer demasiado tempo sentados reduz a carga de trabalho necessária aos ossos para que permaneçam sadios. Uma caminhada ao dia – talvez na hora do almoço – pode ajudar a reduzir o risco de debilitação óssea.

 


4 Desacelera o metabolismo. Basta uma hora sentados em frente à televisão para fazer baixar a lipase, uma importante enzima que age sobre os triglicérides transformando o colesterol ruim em colesterol bom, até o índice de 90%. Com o trabalho do metabolismo reduzido aos termos mínimos, se não se abaixa também a carga de calorias ingeridas a pessoa ganha peso, e vai na direção de um maior risco de desenvolver diabetes e moléstias cardiovasculares. Estima-se que apenas por estar em pé (sem nenhum outro esforço físico) por 3 horas ao dia, aconteça uma queima de 144 calorias. E ainda, largar-se na poltrona depois de um jantar abundante pode criar problemas digestivos e noites de sono mais agitadas do que de costume.

 

5 Insulina inutilizada. Demasiadas horas sentados podem levar a formas de insulina-resistência, ou seja a uma baixa resposta celular à ação da insulina produzida pelo pâncreas (o qual, sem se dar conta de que não estamos exercendo alguma atividade física, continua a produzir esse hormônio). Uma reduzida sensibilidade à insulina pode levar ao surgimento de diabetes de tipo 2, sobretudo – dizem os estudos – nas mulheres. Não apenas, o sedentarismo leva a um excesso de proteína C – reativa, associada a estados inflamatórios e ao risco de se desenvolver alguns tipos de câncer.

 


6 Problemas cardíacos. Permanecer mais de 4 horas ao dia sentado na poltrona vendo televisão está ligado a um risco 125% mais alto de contrair doenças cardiovasculares com relação às probabilidades de eventos cardíacos dos telespectadores  “moderados” (2 horas ou menos ao dia). O sedentarismo está associado a níveis mais baixos de HDL no sangue: o HDL, o assim chamado “colesterol bom”, é fundamental para limpar as artérias do colesterol ruim.

 


7 Problemas de circulação. Demasiadas horas passadas sentado na cadeira aumentam o risco de acúmulo de líquidos nas extremidades inferiores (edema). A má circulação pode causar veias varicosas, tromboflebites (a inflamação das veias superficiais), além de um maior risco de produzir coágulos no sangue.

 


8 Apneias noturnas. A retenção de líquidos no organismo e os problemas de circulação (que, como vimos, estão ligados ao excessivo sedentarismo) contribuem para aumentar o risco de síndromes de apneias noturnas, a interrupção (de poucos segundos a alguns minutos) da respiração durante o sono. Os fluídos que durante o dia, graças à gravidade, se acumulam nas extremidades, à noite estão liovres para fluir e podem contribuir para a obstrução das vias aéreas.

 


9 Falta de criatividade. O cérebro não está imune à cascata de consequências negativas do sedentarismo. Com um metabolismo reduzido e mais lento, uma circulação anômala eros equilíbrios hormonais desarranjados, você poderá sentir tonturas, ensonado, de péssimo humor e privado de iniciativa. Estudos demonstram que os espaços de trabalho nos quais é possível trabalhar estando em pé possuem empregados mais concentrados, otimistas e positivos, todas elas características que favorecem a criatividade e o sentido de iniciativa. Experimente: se você se sentir frouxo, transforme a pausa para o café numa vigorosa caminhada ao ar livre: provavelmente você vai receber aquela ideia que está buscando há tempos.

 


10 Aumenta o risco da invalidez. Tudo que foi dito até agora vale para todos, mas vale ainda mais para os que passaram dos 60 anos e que passam sentados até 9 horas do seu dia. Nessa fixa etária o sedentarismo está coligado a um risco particularmente alto de desenvolver dificuldades no exercício daquelas atividades consideradas normais e corriqueiras, tais como vestir-se, alimentar-se, gerir a higiene pessoal, caminhar, subir escadas. Com o passar do tempo à nossa disposição, mais vale dedicar-se às atividades ao ar livre preferidas. Isso irá trazer grandes benefícios ao estado físico e ao humor.

 

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