Um outro grande lago sob os gelos da Antártica. É o segundo maior, depois do Vostok
Descoberto um novo grande lago subterrâneo na metade oriental da Antártica. Pode conservar fauna e flora de dois milhões de anos atrás, diversas de tudo aquilo que conhecemos até agora. A foto acima é de uma caverna congelada no norte da Inglaterra, e pode dar uma ideia do aspecto de um lago subterrâneo no continente congelado.
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Por: Equipe Oasis
Algumas centenas de lagos se escondem sob o manto congelado da Antártica. O maior deles até agora descoberto é o lago Vostok. Situado a 3700 metros de profundidade, o Vostok é quase um mar subterrâneo, estendendo-se por 250 quilômetros de comprimento e cerca de 50 quilômetros de largura. Ele se encontra no entanto muito longe de qualquer estação científica e o estudo da água em estado líquido que se encontra no seu interior mostrou-se extremamente complexo.
Agora foi descoberto um novo lago antártico de grandes proporções, menor apenas que o Vostok, situado a cerca 100 quilômetros da estação científica mais próximo. “Isso torna muito mais simples e factível atingi-lo e estuda-lo”, comenta Martin Siegert, do Imperial College de Londres, membro que o descobriu.
A descoberta aconteceu graças a imagens obtidas por satélites que mostravam uma série de depressões e afundamentos na superfície do gelo muito evidentes e similares às que indicam a presença de outros lagos glaciais. “Pesquisas mais aprofundadas permitiram individuar uma série de vales com até 1 mil quilômetros de comprimento que se estendem na direção da costa oriental do continente, e no meio deles um grande lago”, explica Siegert.
O lago recém descoberto, tem forma alongada e se estende por cerca 100 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura. Entre canais, rios e cânions detectados pelo satélite, existiriam dois que conduzem a água desse lago para o oceano, sendo assim dois emissários.
A descoberta, no entanto, deverá esperar por uma confirmação mais definitiva. Ela é relativa a uma área muito pouco conhecida da Antártica. Mas, desde já, desperta muito interesse porque poderia ser reveladora de outros lagos na mesma zona. A confirmação definitiva deverá emergir dos dados recolhidos por pesquisadores chineses e norte-americanos que sobrevoaram a zona com um radar capaz de penetrar o gelo até atingir a rocha sobre a qual ele se posiciona.
Fauna alienígena
Caso se confirme a descoberta, o próximo passo será perfurar a cobertura de gelo até se atingir a água líquida, como já foi feito, há poucos anos, com o lago Vostok. Os resultados das análises das amostras retiradas desse lago eram muito esperadas porque, não possuindo afluentes nem emissários, o Vostok poderia conter traços de vida de mais de 25 milhões de anos. Infelizmente, até o dia de hoje, os resultados desses trabalhos, efetuados por cientistas russos, não ficaram claros. Agora será necessário compreender se as águas desse novo lago também são antigas, e se contêm uma fauna e uma flora “alienígena” aos nossos dias.
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