Socorro! Quero me desinscrever

(Foto: Luis Pellegrini)


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Cansado de receber e-mails promocionais, ou mandados por um daqueles príncipes da Nigéria que lhe oferecem fortunas se você mandar para eles o seu domicílio bancário (sem esquecer das senhas, por favor!), ou os da campanha para a salvaguarda da formiga marabunta da Amazônia? Siga os conselhos do comediante inglês James Veitch neste vídeo para morrer de rir. Ele raramente resolve o problema, mas se diverte muito.


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O comediante britânico James Veitch

O comediante britânico James Veitch


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Vídeo: TED – Ideas Worth Spreading

Tradução: Gabriel Sousa. Revisão: Cláudia Sander

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Acontece com todos nós: você cancela sua inscrição de uma lista de e-mails promocionais indesejada e, alguns dias depois, outra mensagem, da mesma empresa, surge na sua caixa de entrada. O comediante James Veitch transformou essa frustração em diversão, quando um mercado local se recusou a aceitar um não como resposta. Diversão garantida.

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Para James Veitch, escritor e comediante britânico, famoso pela verve ferina, os e-mails contendo spams se tornaram uma fonte de divertimento. Ele aprendeu a jogar o mesmo jogo dos remetentes de spams.


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Vídeo da palestra de James Veitch no TED:


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Tradução integral da palestra de James Veitch:

Engraçado, as coisas que você se esquece. Fui ver minha mãe outro dia, e ela me contou esta história, da qual eu tinha me esquecido completamente, de como, quando ela estava dirigindo, e eu estava junto, ela encostava o carro, e, no momento em que ela saía do carro e dava a volta para me deixar sair, eu já tinha saído e fingia que havia morrido.

Pois é assim que se morre.

E, eu me lembro, era uma brincadeira que eu costumava fazer para me entreter sempre que me sentia entediado ou frustrado.

Sosseguem.

As pessoas dizem que vivemos na era do excesso de informação. Não sei se é verdade, mas sei que recebo muitos e-mails promocionais. Eu recebi um e-mail de um supermercado, o qual permanecerá anônimo, principalmente por razões legais, mas que eu chamarei de “SafeMart”.

Recebi um email deles que dizia:

“Faltam só três semanas para a inauguração do SafeMart na King’s Cross!”

E isso me incomodou, porque, além de não me lembrar de ter me inscrito para aquilo, me incomodou o fato de acharem que eu deveria me sentir animado sobre a inauguração de uma loja.

Então fui ao final do e-mail e cliquei em “Cancelar inscrição”. Pensei que terminaria assim. Uma semana depois, recebo outro e-mail dizendo:

“Faltam só duas semanas para a inauguração do SafeMart na King’s Cross!”

Pensei não ter clicado forte o suficiente, então tentei de novo. Certo? E eis que, uma semana se passou, e adivinhe:

“Falta só uma semana para a inauguração do SafeMart na King’s Cross!”

E aqui está o problema: a internet nos deu acesso a todas as coisas. Porém também deu, a todas as coisas, acesso a nós. Já é difícil o suficiente distinguir entre o que realmente importa neste mundo e as minúcias da vida, sem receber e-mails de redes de supermercados e da Saga Candy Crush. Eu estava realmente irritado e estava prestes a escrever um e-mail contundente, o que sei fazer muito bem.

Mas pensei: não… Vou fazer o jogo deles. Então eu respondi e disse:

“Eu mal posso esperar!!!! No que posso ajudar?”

Um cara chamado Dan respondeu:

“Olá James. Pedi a um colega que me ajudasse com sua dúvida”.

Como se precisasse de ajuda. Eu disse: “Qual é o plano, Dan? Estou pensando em fogos de artifício, castelo inflável…”

E o Dan respondeu: “Não sei bem o que quer dizer”.

E eu disse: “Só estou muitíssimo ansioso pela inauguração! Você quer agendar o castelo inflável, ou eu faço isso?”

Ele disse: “Eu acho que você entendeu errado. Uma nova loja vai abrir, mas não há nenhuma festa planejada”.

Eu disse: “Mas o que foi tudo aquilo sobre só faltarem três semanas, duas semanas? Eu estava ficando animado”.

“Lamento tê-lo desapontado.”

Eu disse: “Não se preocupe. Vamos fazer algo mesmo assim! Além disso, o depósito para o castelo inflável não era reembolsável. Se não o usarmos, perderemos algumas centenas de libras, Dan.”

Ele disse: “Sr. Veitch, não me responsabilizo por nada que você pediu”.

Eu disse: “Não vamos entrar no mérito de quem fez o quê. A questão é que você e eu estamos nessa juntos. Pergunta: você estará lá para garantir que ninguém entre com sapatos?”

Vou ser sincero, depois dessa, nossa relação se deteriorou um pouco, porque no e-mail seguinte recebi isso:

“Obrigado por seu e-mail – Número do Caso…”

Isso é revoltante. Eu disse: “Dan?”

E recebi: “Obrigado por seu e-mail”

Eu disse: “Danny?”

E eu pensei, isso é terrível. Tudo que estou fazendo é coletar números. Eu disse: “D-Dog?”

“A loja está aberta.”

“Dan, eles devem ter se perguntado pelo castelo inflável”.

E então voltamos a isso: (Obrigado por seu e-mail. Número do caso…)

E aquilo podia ter sido o fim da história, mas eu me lembrei que qualquer coisa, todas as coisas, até mesmo algo tão banal quanto sair de um carro, pode ser divertido se achar o jogo certo.

Então, isto foi o que eu respondi:

Obrigado por seu e-mail – Número do caso 0000001.

E nós só…

Era como se estivéssemos dançando. Era um relacionamento lindo. Nós continuamos. Foi maravilhoso. Mas, honestamente, era bastante trabalhoso, e eu tinha outras coisas para fazer, acreditem ou não. Então eu fiz um programa que responde e-mails automaticamente. E o defini para que, cada vez que ele recebesse um e-mail do SafeMart, mandasse outro de volta. Então o configurei, e ele diz: “Obrigado por seu e-mail – Número do Caso…”

Ele tem uma pequena fórmula que escrevi para aumentar o número do caso a cada vez. Eu o coloquei no servidor e o deixei rodando.

Vou ser honesto, pessoal, eu me esqueci dele lá.

Eu chequei outro dia, e parece que uma quantidade de e-mails tem ido e vindo. Nós estávamos no 21.439.

Sinto uma satisfação imensa em saber que esses programas de computador vão ficar se comunicando entre si por toda a eternidade. Uma vez que legados se vão, não acho que seja ruim.

Então apenas se lembrem: se você alguma vez se sentir cansado pela burocracia e banalidades da vida moderna, não lutem contra a frustração. Deixe-a ser a catalisadora da diversão.

Obrigado.

 

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