Sete maravilhas brasileiras. Nossos sítios naturais tutelados pela Unesco
Começam as Olimpíadas do Rio. Mas o Brasil já ganhou sete troféus da Unesco por suas belezas naturais e sua biodiversidade. Galeria de fotos das áreas mais bem preservadas do nosso país, consideradas Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco.
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Por: Luis Pellegrini
1 O Pantanal Matogrossense. A imensa planície de aluvião alimentada por vários rios, sobretudo o Cuiabá e o Paraguai, está situada no ângulo sudoeste do estado de Mato Grosso. O Pantanal é uma das mais extensas áreas úmidas do mundo, com os seus 150 mil quilômetros quadrados.
A parte considerada pela Unesco Patrimônio da Humanidade é uma porção restrita da inteira planície (apenas 1,3% dela), mas inclui numerosas sub-regiões ecológicas, como florestas “de galeria” (ou seja, que se fecham como túneis sobre os cursos d’água, pântanos perenes, lagos e florestas terrestres. Somente nesse trecho existem 80 espécies de mamíferos, 650 de pássaros, 50 de repteis e 400 de peixes.
2 Ilhas Atlânticas Brasileiras. Formadas pela parte emersa de uma cadeia submarina de montanhas, essas pequenas ilhas de origem vulcânica são cercada de águas fundamentais para a reprodução e a nutrição de numerosas espécies, como atuns, tubarões, tartarugas e mamíferos marinhos como golfinhos.
Toda essa fauna vive de modo estável nas águas baixas e nas laguna de Fernando de Noronha e do Atol das Rocas. Infelizmente, a maior parte da vegetação original dessas ilhas foi derrubada no passado, quando o arquipélago era usado como prisão e como base para manobras militares.
3 Parque Nacional de Iguaçu. Na foto, o inconfundível panorama das cataratas, estrela principal do Parque Nacional de Iguaçu. Situado na fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai, recebe o nome do rio homônimo. Iguaçu são as cataratas que muitos consideram as mais espetaculares do mundo. São três quilômetros de saltos de oitenta metros de altura, cujos jatos formam uma névoa constante constituída de gotículas suspensas no ar.
É essa umidade que alimenta uma flora absolutamente rica, luxuriante, organizada em diferentes níveis. A floresta subtropical abriga também uma fauna muito rica, com numerosas espécies, algumas em risco de extinção. Entre elas estão as antas, tamanduás, capivaras, tucanos, araras, pumas e jaguatiricas. Sem falar na imensa variedade de orquídeas, musgos e fungos, bromélias e gravatás. Um zoológico e jardim botânico sem paralelo no mundo.
4 Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas. Estes dois parques nacionais brasileiros constituem o habitat principal para a fauna e a flora do Cerrado, um dos mais antigos ecossistemas tropicais do planeta. Durante milênios, essas duas áreas foram refúgio de muitas espécies vegetais e animais durante os períodos de flutuação climática mais intensa.
Protegê-las é importantíssimo em vista de um clima cada vez mais quente, pois no futuro os dois parques voltarão a desempenhar esse mesmo papel de refúgio que possibilitará a sobrevivência de muitas espécies. Nas matas do Parque da Chapada, além de cânions espetaculares e abundantes cascatas, existem mais de 25 espécies diversas de orquídeas e animais cada vez mais raros e ameaçados de extinção, como o tatú canastra, o tucano-de-bico-verde e as emas, um parente do avestruz.
5 Complexo das áreas protegidas da Amazônia Central. A maior área protegida da Bacia do Rio Amazonas se estende por mais de 6 milhões de hectares e é uma das regiões mais ricas de biodiversidade em todo o planeta. Engloba as assim chamadas florestas inundáveis, ou de aluvião, que se desenvolvem num sistema de canais fluviais em constante evolução.
Aqui vivem espécies endêmicas do lugar e em risco de extinção como o peixe-boi e o boto-cor-de-rosa amazônicos, o jacaré-preto, várias espécies de araras e papagaios, muitas tartarugas de água doce e um sem número de peixes e aves.
6 Mata Atlântica: Reservas do Sudeste, São Paulo e Paraná. Na região situada entre os estados de São Paulo e Paraná existem 25 áreas protegidas (a área total que elas ocupam é de cerca 470 mil hectares) de floresta atlântica. Essas áreas possuem habitats os mais diversos, desde montanhas cobertas de vegetação a pântanos e mangues, áreas costeiras com dunas de areia. Elas são o lar de muitíssimas espécies endêmicas que correm o risco de desaparecer. Entre elas a onça pintada (Panthera onça), bem como mais de 120 espécies de mamíferos, sobretudo macacos. A Mata Atlântica é considerada uma das florestas do mundo mais ricas em espécies vegetais.
7 Costa do Descobrimento – Reservas da Mata Atlântica, Bahia e Espírito Santo. Essa área de 112 mil hectares situada no centro-leste e nordeste do país contem 8 reservas naturais riquíssimas em biodiversidade, e altamente ameaçadas pelas atividades humanas (invasão de terras, desmatamento, pecuária, atividades agrícolas, caça ilegal, incêndios dolosos, etc). Essa floresta pluvial hospeda uma amostragem de flora e fauna que está entre as mais vastas e ricas do mundo, embora boa parte dessa riqueza ainda seja desconhecida pela ciência devido à vastidão e a complexidade desse ecossistema. Distinta da Floresta Amazônica, a Mata Atlântica brasileira é ainda mais rica de endemismos e muito mais ameaçada. Resta apenas 8% do seu território original, e nessas áreas, muitas vezes separadas entre si e destituídas de corredores ecológicos que possam promover a passagem dos animais de uma reserva a outra, favorecendo a diversidade genética, vivem muitas espécies de pequenos primatas e alguns pássaros raríssimos que sobrevivem em pequenos nichos que sobreviveram à destruição. Na região existem cerca de 20 mil espécies de plantas que constituem uma floresta extremamente rica.
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