Quociente de inteligência: Por que o nosso QI é maior que o dos nossos avós?

O nome é "Efeito Flynn" – o fato de que cada geração supera a pontuação da geração anterior em termos de QI, quociente de inteligência. Estamos nos tornando mais espertos, ou apenas pensando de modo diferente? Neste rápido exame da história cognitiva do século 20, o filósofo moral James Flynn sugere que as mudanças no nosso modo de pensar apresentam surpreendentes (e nem sempre positivas) consequências

O nome é "Efeito Flynn" – o fato de que cada geração supera a pontuação da geração anterior em termos de QI, quociente de inteligência. Estamos nos tornando mais espertos, ou apenas pensando de modo diferente? Neste rápido exame da história cognitiva do século 20, o filósofo moral James Flynn sugere que as mudanças no nosso modo de pensar apresentam surpreendentes (e nem sempre positivas) consequências
O nome é "Efeito Flynn" – o fato de que cada geração supera a pontuação da geração anterior em termos de QI, quociente de inteligência. Estamos nos tornando mais espertos, ou apenas pensando de modo diferente? Neste rápido exame da história cognitiva do século 20, o filósofo moral James Flynn sugere que as mudanças no nosso modo de pensar apresentam surpreendentes (e nem sempre positivas) consequências (Foto: Gisele Federicce)


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Vídeo: TED – Ideas Worth Spreading

Os especialistas em psicologia cognitiva sabem disso muito bem: a cada ano as pessoas se saem melhor em testes padrões para a avaliação do QI – quociente de inteligência. Esse fenômeno é de amplitude global e foi denominado Efeito Flynn, nome do seu maior estudioso, o pesquisador James Flynn. Hoje morando na Nova Zelândia, Flynn acredita que os fatores ambientais desempenham um papel no desenvolvimento da inteligência ainda maior do que os fatores genéticos.

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       O filósofo moral James Flynn, durante sua conferência no TED

Suas últimas descobertas são expostas no livro Are We Getting Smarter?, publicado em 2012. No livro, Flynn afirma que as mulheres não apenas são tão inteligentes quanto os homens, mas superiores a eles quando se trata do desempenho de funções executivas. "As mulheres, quando expostas à modernidade, demonstram possuir um QI igual ao dos homens. Mas no campo da educação formal, quando fazemos apelo à inteligência delas, quase sempre superam as performances dos homens", afirma o filósofo.

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Flynn publicou várias obras sobre a conexão entre equalização social e aumento do QI, democracia e direitos humanos.

Vídeo: Conferência de James Flynn ao TED

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Tradução integral da conferência de James Flynn:

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Vamos fazer uma rápida viagem através da história da cognição no século 20, porque naquele século nossas mentes mudaram radicalmente. Como vocês sabem, os carros usados em 1900 mudaram porque as estradas são melhores e por causa da tecnologia. Nossas mentes também mudaram, nos transformamos de pessoas que encaravam um mundo concreto e que analisavam esse mundo principalmente em termos dos benefícios que ele lhes trazia em pessoas que se deparam com um mundo muito complexo, um mundo onde tivemos que desenvolver novos hábitos mentais, novos hábitos da mente. E isso inclui coisas do tipo: cobrir aquele mundo concreto com classificações, introduzir abstrações que tentamos tornar logicamente consistentes, e também levar o hipotético a sério, ou seja, imaginar o que poderia ter sido em vez daquilo que é.

Então, essa mudança radical chamou a atenção devido ao grande aumento do QI através dos tempos, e esse aumento foi realmente enorme. Nós não apenas acertamos algumas perguntas a mais nos testes de QI. Nós acertamos muito mais perguntas nos testes de QI do que cada geração, sucessivamente, desde que os testes foram inventados. Na verdade, se medirmos os resultados de pessoas do século passado usando as normas modernas, eles teriam um QI médio de 70. Se nos medirmos usando as normas deles, teríamos um QI de 130. Isso levantou uma série de questões. Será que os nossos ancestrais diretos estavam próximos do retardo mental? Porque 70 é normalmente a pontuação para o retardo mental. Ou estaríamos nós à beira de sermos todos superdotados? Porque 130 é a marca da genialidade.

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Eu vou tentar argumentar por uma terceira alternativa que é bem mais esclarecedora do que as outras duas. E só pra colocar em perspectiva, vamos imaginar que um marciano baixou aqui na Terra e encontrou uma civilização em ruínas, e que esse marciano fosse um arqueólogo que encontrou alvos, alvos que as pessoas usavam como tiro-ao-alvo. Primeiro ele olhou em 1865, e descobriu que em um minuto, as pessoas só acertaram uma vez na mosca. Aí ele descobriu que em 1898 eles acertaram cerca de cinco balas na mosca em um minuto. E então, em 1918, eles acertaram cem balas na mosca. No princípio, aquele arqueólogo teria ficado perplexo. E diria, veja, esses testes foram planejados para descobrir quão firme eram as mãos das pessoas, quão aguçada era a sua visão, e se eles tinham controle sobre suas armas. Como pode o desempenho ter aumentado a esse nível? Ora, nós agora sabemos a resposta, é claro. Se aquele marciano olhasse os campos de batalha, saberia que as pessoas só tinham mosquetes no tempo da Guerra Civil e que eles tinham rifles no tempo da Guerra Hispano-Americana, e que então eles possuíam metralhadoras na época da Primeira Guerra Mundial. Em outras palavras, era o equipamento nas mãos do soldado comum que era responsável, não um olho mais aguçado ou maior firmeza da mão.

O que precisamos imaginar é a artilharia mental que nós acumulamos nos últimos cem anos, e, novamente, acho que um outro pensador pode nos ajudar aqui, e é o Luria. (Alexander Luria) Luria estudou as pessoas imediatamente antes de terem entrado na era científica, e descobriu que essas pessoas resistiam a classificar o mundo concreto. Elas queriam dividi-lo em pequenas partes que pudessem ser usadas. Ele descobriu que eles resistiam a deduzir o hipotético, a especular o que poderia ser, e, finalmente, ele descobriu que eles não lidavam bem com abstrações ou com o uso da lógica nas abstrações.

Deixe-me dar alguns exemplos de suas entrevistas. Ele falou com um chefe de uma aldeia em uma área rural da Rússia. Lá eles tinham apenas, como era comum em 1900, cerca de 4 anos de escolaridade. E ele perguntou a essa pessoa: o que os corvos têm em comum com os peixes? e o cara disse: "Absolutamente nada. Eu posso comer um peixe, e eu não posso comer um corvo. Um corvo pode bicar um peixe. Um peixe não pode fazer nada com um corvo. E Luria disse: "Mas não seriam os dois animais?'' E o outro respondeu, "Claro que não. Um é peixe. O outro é pássaro." Ele estava interessado, na verdade, no que ele podia fazer com esses objetos concretos.

Então Luria abordou outra pessoa, e disse: "Não há camelos na Alemanha. Hamburgo é uma cidade na Alemanha. Existem camelos em Hamburgo?" E o cara disse: "Bom, se (a cidade) for bastante grande, deve haver camelos lá." E Luria disse, "Mas o que as minhas palavras sugerem?" E ele disse, "Bom, talvez seja uma aldeia pequena, onde não há espaço para camelos." Em outras palavras, ele não queria tratar isso de outra forma se não como um problema concreto, e ele estava acostumado a ver camelos em aldeias e não tinha capacidade de usar o hipotético, para se questionar se seria possível que não houvesse camelos na Alemanha.

Uma terceira entrevista foi feita com outra pessoa, sobre o Polo Norte. E Luria disse: "No Polo Norte, sempre há neve. onde quer que sempre haja neve, os ursos são brancos. Qual é a cor dos ursos no Polo Norte?" E a resposta foi: "Isso só pode ser resolvido através de testemunho. Se um sábio viesse do Polo Norte e me dissesse que os ursos são brancos, pode ser que eu acreditasse, mas todos os ursos que eu conheço são marrons." Agora, veja novamente, essa pessoa rejeitou ir além do mundo concreto e analisar através da experiência comum, e para essa pessoa era importante qual a cor dos ursos - afinal, ele tinha que caçar ursos. Eles não queriam se envolver nisso. Um deles disse a Luria, "Como podemos solucionar problemas que não são reais? Nenhum desses problemas é real. Como podemos lidar com eles?"

Agora, essas três categorias - classificação, o uso da lógica em abstrações, e levar o hipotético a sério - que diferença elas fazem no mundo real além da sala de testes? Vou lhes dar algumas demonstrações.
Primeiro, hoje em dia quase todos nós recebemos um diploma de segundo grau. Ou seja, passamos de entre 4 a 8 anos de escolaridade para 12 anos de educação formal. E 52% dos americanos receberam algum tipo de educação terciária. Portanto, não apenas temos bem mais educação, e grande parte dessa educação é científica, e não há como se fazer ciência sem classificar o mundo. Não dá pra se fazer ciência sem propor hipóteses. Não dá pra se fazer ciência sem uma consistência lógica. E mesmo na escola primária as coisas mudaram. Em 1910, pesquisadores olharam os testes que o estado de Ohio aplicou a jovens de 14 anos, e descobriram que os testes eram todos sobre informações concretas de valor social. Coisas do tipo: quais as capitais dos 44 ou 45 estados que existiam na época? Quando eles olharam os testes que o estado de Ohio aplicou em 1990, eles eram todos sobre abstrações. Coisas do tipo: por que raramente a maior cidade de um estado é a sua capital? E você deveria pensar, bem, a legislatura estadual era controlada pelos ruralistas, e eles odiavam a cidade grande, portanto ao invés de colocar a capital em uma cidade grande, eles a colocavam em um condado. Eles colocaram em Albany em vez de Nova York. Em Harrisburg em vez da Filadélfia. E assim por diante. Portanto, o curso da educação mudou. Estamos educando as pessoas para levar a sério o hipotético, para utilizar abstrações, e associá-las logicamente.

E o que dizer sobre o trabalho? Bem, em 1900, 3% dos americanos praticavam profissões que exigiam o uso de cognição. Apenas 3% eram advogados, médicos, ou professores. Hoje, 35% dos americanos praticam uma profissão que exige o uso de cognição não apenas para profissões tais como advogados, ou médicos, ou cientistas ou palestrantes, mas várias outras subprofissões que têm a ver com técnicos, programador de computação. Uma vasta gama de profissões hoje exige o uso de cognição, e nós só podemos corresponder às exigências de trabalho do mundo moderno sendo cognitivamente bem mais flexíveis. E não é só que temos mais gente em profissões que exigem o uso cognitivo. As profissões se aprimoraram. Compare o médico de 1900, que na verdade tinha apenas alguns truques debaixo da manga com o clínico geral ou o especialista modernos, com anos de treinamento científico. Compare o banqueiro de 1900, que só precisava de um bom contador e de saber quem era de confiança na comunidade local para quitar a hipoteca. Bom, os banqueiros que fizeram o mundo cair de quatro podem ter sido moralmente faltosos mas, cognitivamente, foram muito ágeis. Eles foram muito além daquele banqueiro de 1900. Eles tiveram que examinar projeções computacionais para o mercado imobiliário. Eles tiveram que entender as complicações das CDOs ao quadrado para reempacotar as dívidas e fazê-las parecer com que fossem, na realidade, um ativo lucrativo. Tiveram que criar argumentos para que as agências de crédito lhes dessem a classificação AAA, apesar de, em muitos casos, eles terem praticamente subornado as agências de crédito. E tiveram, é claro, que fazer com que as pessoas aceitassem esses supostos ativos e que pagassem por eles mesmo eles sendo altamente vulneráveis. Ou vejamos um fazendeiro de hoje em dia. Eu diria que o administrador de uma fazenda hoje é muito diferente do fazendeiro de 1900. Portanto, não é apenas a difusão de profissões que exigem o uso da cognição. É também o aprimoramento de suas tarefas como no caso de advogados, médicos e outros mais que criou maiores demandas às nossas faculdades cognitivas.

Bem, falei sobre educação e sobre trabalho. Alguns dos hábitos mentais que desenvolvemos durante o século 20 nos deram resultados em áreas inesperadas Eu sou acima de tudo um filósofo moral, eu apenas tiro onda na psicologia e o que me interessa, em geral, é o debate moral. Durante o último século, em países desenvolvidos como os Estados Unidos, o debate moral aumentou porque levamos o hipotético a sério, e também levamos o universal a sério e buscamos conexões lógicas. Quando voltei para casa da universidade, em 1955, nos tempos de Martin Luther King, muita gente voltava para casa naquela época e começava a ter discussões com seus pais e avós. Meu pai nasceu em 1885, e ele tinha um leve preconceito racial. Ele era irlandês, e sendo assim ele odiava tanto os ingleses que não lhe sobrava muitas emoções para mais ninguém. (Risos) Mas ele tinha uma opinião de que os negros eram inferiores. E quando dizíamos aos nossos pais e avós, "Como você se sentiria se amanhã acordasse um negro?" Eles diziam que essa era a coisa mais estúpida que você já tinha dito. Quem você já conheceu que alguma vez acordou - (Risos) - e se havia transformado em um negro?

Em outras palavras, eles estavam fixados nas convenções e atitudes concretas que eles haviam herdado. Eles não levavam a sério o hipotético, e sem o hipotético, é muito difícil o argumento moral decolar. Você precisa dizer, imagine se você estivesse no Irã, e imagine que seus parentes todos tivessem sofrido danos colaterais apesar de eles não terem feito nada de errado. Como você se sentiria a respeito disso? E se alguém da geração mais antiga disser, bem, nosso governo toma conta da gente e é da conta do governo deles cuidar deles, eles simplesmente não estão levando a sério o hipotético. Ou então: um pai seguidor das leis islâmicas, cuja filha foi estuprada e que sente que deve matá-la em nome da honra. Bom, ele está lidando com seus costumes como se fossem pau e pedra que ele herdou e totalmente impassíveis de mudança pela lógica. Eles são apenas costumes herdados. Hoje em dia diríamos algo assim: Bom, imagine que você tivesse sido atacado e ficado inconsciente, e fosse sodomizado. Você mereceria ser morto? E ele diria, ora isso não está no Corão.

Não é um dos meus princípios. Bom, hoje em dia, você universaliza seus princípios. Você os declara como abstrações e usa a lógica para analisá-los Se você tem por princípio que as pessoas não deveriam sofrer a não ser que sejam culpadas de algo então para excluir os negros você deveria abrir exceções, não é mesmo? Você precisa dizer, bom, a pele negra... não se poderia sofrer apenas por isso. Deve ser que negros são, de alguma forma, contaminados. E aí podemos trazer evidências empíricas para apoiar, não é mesmo? e dizer, bom, como você pode considerar todos os negros contaminados quando Santo Agostinho era negro, e Thomas Sowell é negro? E você pode, então, levantar o argumento moral porque você não está tratando princípios morais como entidades concretas. Você os está tratando como universais, que se tornam consistentes através da lógica.

Mas, ora, o que tudo isso tem a ver com os testes de QI? Foi isso que me iniciou na história da cognição. Se você olhar os testes de QI, vai descobrir que os ganhos foram maiores em certas áreas. Os subtestes de similaridade de Wechsler são sobre classificação, e tivemos enormes ganhos neste subteste de classificação. Há outras partes na bateria de testes de QI que são sobre o uso da lógica em abstrações. Alguns de vocês podem ter feito o teste de matrizes progressivas de Raven que é totalmente sobre analogias. E em 1900, as pessoas podiam fazer analogias simples. Ou seja, se você dissesse a elas: gatos são como gatos selvagens, como são os cachorros? Eles diriam: lobos Mas já em 1960, as pessoas podiam atacar o teste de Raven num nível bem mais sofisticado. Se você dissesse: temos dois quadrados seguidos de um triângulo, o que temos após dois círculos? Eles poderiam dizer: um semicírculo. Da mesma forma que um triângulo é metade de um quadrado, um semicírculo é a metade de um círculo. Em 2010, graduados em universidades, se você dissesse dois círculos seguidos de um semicírculo, dois dezesseis são seguidos de quê? eles diriam oito, pois oito é a metade de 16. Ou seja, eles se afastaram tanto do mundo concreto que eles podem até mesmo ignorar a aparência dos símbolos incluídos na pergunta.

Agora, eu preciso dizer algo muito desanimador... Nós não progredimos em todas as frentes. Uma das maneiras que gostaríamos de lidar com a sofisticação do mundo moderno é através da política. E, infelizmente, você pode ter princípios morais humanos, você pode classificar, usar a lógica em abstrações, mas se você é ignorante sobre história e sobre outros países não há como fazer política. Nós percebemos um padrão entre americanos jovens, que eles lêem menos história e literatura e menos material sobre países estrangeiros, e que são essencialmente a-históricos. Eles vivem na bolha do presente. Eles não sabem diferenciar a Guerra da Coreia da Guerra do Vietnã. Eles não sabem quem era aliado do EUA na Segunda Guerra Mundial. Imaginem como os Estados Unidos seriam diferentes se cada americano soubesse que essa é a quinta vez que exércitos ocidentais foram ao Afeganistão colocar a casa em ordem, e se eles tivessem ideia do que realmente aconteceu nas últimas quatro ocasiões. (Risos) Ou seja, mal eles saíram e já não havia rastros na areia. Ou imaginem quão diferente seriam as coisas se a maioria dos americanos soubesse que foram convencidos por uma mentira em quatro das nossas últimas seis guerras. Os espanhóis não afundaram o navio de guerra Maine. O Lusitânia não era um transatlântico inocente mas estava carregado de munições. Os vietnamitas do norte não atacaram a Sétima Frota. E, é claro, Saddam Hussein odiava a Al-Qaeda e não tinha nada a ver com ela, mesmo assim o governo convenceu 45% das pessoas que eles eram irmãos de armas, quando ele teria enforcado um deles no poste mais próximo.

Mas eu não quero terminar num tom pessimista. O século 20 demonstrou enormes reservas cognitivas em pessoas comuns que agora nós percebemos, e a aristocracia estava convencida que a pessoa comum não compreendia, que eles jamais poderiam compartilhar sua mentalidade ou suas habilidades cognitivas. Lord Curzon, em certa ocasião, viu pessoas se banhando no Mar do Norte, e disse, "Por que ninguém me contou como são brancos os corpos da classe baixa?" Como se eles fossem répteis. Bem, Dickens estava correto e ele estava enganado. [correção: Rudyard Kipling] [Kipling] disse, "A esposa do coronel e Judy O'Grady são irmãs sem suas roupas."

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