Pra lá de Plutão. New Horizons viaja aos confins do Sistema Solar

Um vídeo-colagem da Nasa simula uma experiência ainda impossível: a descida de uma nave em Plutão. Em sua passagem próxima a Plutão, a sonda New Horizons enviou para a terra informações que lançam luz sobre muitos mistérios do planeta-anão. Confira no vídeo e na galeria de fotos que mostramos abaixo.

Um vídeo-colagem da Nasa simula uma experiência ainda impossível: a descida de uma nave em Plutão. Em sua passagem próxima a Plutão, a sonda New Horizons enviou para a terra informações que lançam luz sobre muitos mistérios do planeta-anão. Confira no vídeo e na galeria de fotos que mostramos abaixo.
Um vídeo-colagem da Nasa simula uma experiência ainda impossível: a descida de uma nave em Plutão. Em sua passagem próxima a Plutão, a sonda New Horizons enviou para a terra informações que lançam luz sobre muitos mistérios do planeta-anão. Confira no vídeo e na galeria de fotos que mostramos abaixo. (Foto: Luis Pellegrini)


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A sonda New Horizons chega a Plutão (Ilustração de artista da Nasa).

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Por: Equipe Oásis

 

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Há um ano, a sonda New Horizons, da Nasa, sobrevoava o planeta-anão Plutão, um dos corpos mais distantes e misteriosos do Sistema Solar. Ele não é o mais distante, mas Plutão possui uma tradição própria na história da astrologia. Nas poucas horas que antecederam e sucederam o ponto máximo de aproximação, a sonda ativou todos os instrumentos a bordo, de câmeras fotográficas a espectrômetros, para colher a maior quantidade possível de informações., que só nos seis meses sucessivos chegaram à Terra.

 

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As fraturas que aparecem na superfície de Plutão poderiam ser consequência de forças que atuam sob a sua crosta, produzidas pela transformação de um oceano de água liquida em gelo./Nasa

 

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«New Horizons não apenas completou o período do primeiro reconhecimento dos planetas do Sistema Solar, mas também inspirou e despertou a curiosidade do mundo científico. Quem poderia imaginar, por eemplo, que Plutão possui um coração?”, comenta Jim Green, diretor do Planetary cience, da Nasa.

O “coração” a que ele se refere é a grande planície que tem realmente aquele formato, situada na face do planeta que se mostrou à sonda da Nasa. Até agora, cerca de 80% dos dados recolhidos naqueles dias já chegaram à Terra (o resto chegará até o final do mês de outubro próximo). Hoje, um ano depois da chegada da New Horizons a Plutão, é possível se fazer um primeiro elenco das dez descobertas mais importantes a respeito do planeta-anão.

 

Luas diabólicas e alongadas – As quatro luas pequenas de Plutão até agora descobertas possuem todas nomes ligados a divindades infernais da mitologia greco-romana: Hidra, Cérbero, Nix e Styx. Elas possuem duas particularidades: movem-se de modo caótico e possuem uma forma alongada, como a das bolas de rugby.

 

Para começar, a complexidade de Plutão e dos seus satélites é muito mais elevada daquilo que os pesquisadores esperavam. Plutão apresenta uma atividade geológica que supera toda a imaginaçãoo por ser um planeta tão frio e distante do Sol.

A presença de névoas no solo e a velocidade de fuga da sua débil atmosfera, muito inferior ao que se pensava, obrigam a elaboração de modelos muito diferentes daqueles feitos anteriormente.

Uma enorme fratura que pode ser observada na superfície do satélite Caronte faz pensar que ainda hoje exista nele um oceano congelado. Não se pode excluir também que um oceano de água liquida possa existir sob a superfície do próprio Plutão.

Devido ao número de crateras presentes na superfície das luas de Plutão, pode-se firmar que elas têm todas a mesma idade, e isto faz pensar que sejam o resultado do choque de Plutão com um outro corpo celeste muito grande, acontecido há milhões de anos.

A superfície avermelhada de Caronte é única em todo o Sistema Solar e leva a pensar que ela foi formada a partir de materiais que escaparam de Plutão e se depositaram sobre o satélite.

Com mais de  mil quilômetros de diâmetro, a imensa geleira de qazoto em forma e coração, chamada de Sputnik Planum, é oficialmente a maior geleira do Sistema Solar.

Plutão mostra grandes mudanças de pressão atmosférica ocorridas no seu passado, e isso faz pensar que podem ter sido provocadas por materiais líquidos que escorriam na sua superfície.

Esperava-se encontrar um maior número de satélites além daqueles que são visíveis da Terra, mas não foi assim.

E, o mais incrível: a atmosfera de Plutão é azul. Quem poderia imaginá-lo?

Agora, depois de visitar Plutão e seus satélites, a New Horizons se encontra a cerca de 480 milhões de quilômetros do planeta-anão e está acelerando em direção a um outro corpo do Sistema Solar exterior, chamado 2014 MU69: o encontro está marcado para 2019, para novas e surpreendentes descobertas.

 


O próximo objetivo da New Horizons: um planetinha situado no Cinturão de Kuiper, zona repleta de pequenos corpos celestes, situada na periferia do Sistema Solar. Nasa.

 

Video: 

Esta simulação de voo sobre as Montanhas Norgay e a Planície Sputnik, na superfície de Plutão, foi criado a partir das imagens mais próximas obtidas pela sonda New Horizons. As Montanhas Norgay foram assim denominadas em homenagem ao nepalês Tenzing Norgay, um dos dois primeiros seres humanos a chegar ao cume do Monte Everest. Da mesma forma, a Planície Sputnik homenageia o primeiro satélite artificial. As imagens foram colhidas pelo Long Range Reconnaissance Imager (LORRI), em 14 de julho 2015, a partir de uma distância de 77 mil quilômetros. Detalhes com as dimensões de até um quilômetro podem ser percebidos. NASA/JHUAPL/SWRI.

 


Galeria: A estranha história de Plutão



 

18 de fevereiro 1930. Com apenas 24 anos de idade, Clyde Tombaugh, astrônomo norte-americano (na foto), descobre Plutão ao comparar chapas fotográficas de diversas zonas do céu noturno no Observatório Lowell de Flagstaff, Arizona. Foi a descoberta do famoso e misterioso “Planeta X”, anunciada em 13 de março de 1930: um resultado que o fundador do observatório, Percival Lowell, tinha previsto 15 anos antes, com base em irregularidades observadas nos movimentos de Netuno e Urano. Para encontrar o planeta, Lowell tinha idealizado uma máquina capaz de comparar chapas fotográficas do céu em horas diferentes, para ver se alguma coisa tinha mudado em relação ao fundo de estrelas fixas. Antes da descoberta, Tombaugh “consumiu os olhos” durante seis meses, observando, segundo se diz, 45 milhões de objetos celestes. Foto: Lowell Observatory.


Maio 1930. O “Planeta X” finalmente recebe um nome, Plutão, escolhido pelo Observatório Lowell a partir de sugestão de Venetia Burney (na foto), uma garota de 11 anos de Oxford, Inglaterra. Plutão é a divindade do mundo subterrâneo no panteão de deuses da mitologia romana. Além disso, P e L sé a sigla de Percival Lowell, fundador do observatório e grande astrônomo. Foto: Galaxy Picture Library.



22 Junho 1978. Plutão não está mais sozinho: James Christy e Robert Harrington, do Observatório Naval Americano Flagstaff Station, descobrem uma pequena protuberância no disco de Plutão que aparece periodicamente nas chapas fotográficas que o retratam (é visível na imagem da esquerda, ao alto). Trata-se de um satélite ao qjual foi dado o nome de Caronte (nome do barqueiro mitológico que conduz as almas dos mortos). A temporária aparição e desaparecimento da lua é devida à rotação do satélite e de Plutão ao redor de seus recíprocos centros de gravidade. Caronte é muito grande em relação a Plutão (o seu diâmetro mede cerca da metade daquele do planeta-anão), a tal ponto que alguns astrônomos afirma que na verdade se trata de um sistema binário de planetas. Foto: US Naval Observatory.



Junho 1988. Os pesquisadores do Observatório Kuiper Airborne, capaz de efetuar operações de pesquisa a uma altitude de cerca 14 quilômetros, descobrem que Plutão possui uma atmosfera sutil, formada – isso se descobrirá mais adiante – pela sublimação dos gelos de metano, azoto e monóxido de carbono que o recobrem. A descoberta foi feita ao se observar como a luz de uma estrela ao fundo escurecia ao passar por trás do planeta-anão. Foto: Nasa.

30 de agosto 1992 – Plutão não é o único corpo celeste no Sistema Solar externo: nesta data foi observado pela primeira vez 1992 QB1 (nos três pequenos círculos na foto), o primeiro objeto transnetuniano (ou seja, para além da órbita de Netuno) descoberto depois de Plutão e Caronte. Trata-se de um asteroide do Cinturão de Kuiper: de 1992 a hoje foram observados cerca de cem outros objetos similares. Os autores da descoberta foram David Jewitt,  da Universidade do Havaí e Jane Luu, da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Foto: European Southern Observatory



Outubro 2005. O reinado de Plutão se enriquece com a descoberta de novos personagens da sua corte. Nesse mês, os cientistas da Universidade Johns Hopkins  de Baltimore (EUA) anunciam a descoberta de duas novas luas além de Caronte: Nix e Hidra. Em 2011 e 2012, foram identificados outros dois satélites, Styx e Cérbero, graças às precisas observações feitas pelo telescópio espacial Hubble. Styx é cerca de 150 mil vezes menos brilhante que Plutão. Todos os nomes escolhidos provêm da mitologia grega ou romana. Foto: Weaver/Stern/HST Pluto Companion Search Team.

 

29 de julho 2005 . O status de planeta de Plutão e derrubado. Mike brown, do California Institute of Technology, anuncia a existência de Eris (nome da deusa grega da discórdia), um planeta-anão gelado situado no Cinturão de Kuiper com dimensões similares às de Plutão. De fato, as primeiras análoises indicavam que ele maior do que Plutão, um fatoque levou seu descobridor a por em dúvida se Plutão era mesmo um planeta como os outros. Observações sucessivas mostraram que na realidade Eirs é um pouco menor que Plutão, e dotado de um pequeno satélite, Disnomia. Hoje, Eris é classificado como planeta-anão (junto com Plutão), mas é chamado também de “planeta plutoide”, em homenagem ao lugar especial que Plutão possui na história da astronomia. Foto: Nasa/Esa e M. Brown/Caltech



19 de janeiro 2006 – A sonda New Horizons, da Nasa, é lançada para sua longa viagem a Plutão e ao espaço que vem depois dele. A bordo leva uma caixa metálica contendo as cnzas do astrônomo Tombaugh e uma inscrição que o recorda como “descobridor de Plutão e da terceira zona do Sistema Solar”. Foto: Nasa.



24 de agosto 2006 – A União astronômica Internacional redefine os critérios que consideram quando um corpo celeste pode ser efetivamente considerado um planeta. Deve orbitar ao redor do Sol, ser grande o bastante para que a sua gravidade lhe confira uma forma esférica e possuir a órbita livre de outros corpos celestes de iguais dimensões. Estima-se que existam cerca de 35 mil objetos no Cinturão de Kuiper com mais de cem quilômetros de diâmetro. Plutão certamente é maior do que eles, mas não muito diferente, exceto pelo fato de ser muito luminoso. De qualquer forma, o seu rebaixamento para a categoria de planeta-anão provocou e ainda provoca muitos protestos e manifestações, como a da foto. Foto: Javacolleen, Flickr.

 

14 de julho 2015 – Os “plutonianos” de todo o mundo exultaram pela passagem muito próxima da sonda New Horizons. A enorme quantidade de fotos, dados e informações causaram grandes surpresas e até mesmo algum espanto. Na superfície do planeta-anão existe gelo fervente, clinas de gelo de água, montanhas de gelo com mais de 3.500 metros de altura. Plutão não se parece com nenhum outro corpo celeste do Sistema Solar: ou melhor, recorda vários outros, entre luas e planetas, mas apenas aqui e ali, em pequenas áreas. Foto: Nasa.

 

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