Por: Equipe Oásis
Fonte: www.luispellegrini.com.br
Há quanto tempo eles se escondem naquelas profundezas marinhas tão difíceis de serem explorada? São criaturas do mar típicas do norte do Atlântico e das regiões polares, que agora são encontradas ao largo do Líbano, a um quilômetro de profundidade, por um submarino comandado por controle remoto.
Quando viram um tubarão-lanterna atlântico (gênero Etmopterus) nadar nessas águas, exibindo o seu característico brilho azulado, os biólogos marinhos da agência para a conservação Oceana, que guiava a expedição, não acreditaram no que estavam vendo. Este pequeno peixe, uma das menores espécies de tubarão, é típico das águas gélidas do Atlântico setentrional, bem como a estrela marinha do gênero Leptasterias, um organismo de cor escarlate típico dos mares polares, também ela um hóspede inesperado das profundezas do mar perto do Líbano.
Típica do oceano polar ártico, estrelas marinhas rubras desta espécie foram encontradas no Mediterrâneo, ao largo do Líbano, pela ONG Oceana.
Ainda não se sabe bem como foi que eles chegaram lá. As baixas temperaturas e a escassez de predadores naturais nessas águas profundas podem ter favorecido a sobrevivência deles, mas ainda não se pode dizer com certeza quando foi que essas espécies se instalaram no mar Mediterrâneo. Pode ser que estejam ali há muito tempo, e nunca foram vistos. Mas esta hipótese é remota. O mais provável é que tenham chegado mais recentemente, e conseguido sobreviver e se adaptar graças às mudanças climáticas que elevaram as temperaturas médias do mar naquela região.
Originário do Mar Vermelho, o peixe-escorpião invade agora as águas do Mediterrâneo oriental.
Alienígenas perigosos
Além das espécies originárias dos mares frios da região Ártica, os pesquisadores encontraram ao largo do Líbano também espécies invasoras originárias do Mar Vermelho, como o peixe-escorpião e o peixe-coelho (gênero Siganus). Ambas despertam muita preocupação, pois são espécies agressivas e vorazes que limitam fortemente a biodiversidade e a massa vivente no próprio habitat. A hipótese mais provável é que tenham chegado ali na água de lastro das naves que passam através do Canal de Suez.
Essa pesquisa servirá para se identificar nas profundezas dos mares libaneses novas áreas marinhas que deverão ser protegidas. No vídeo abaixo, produzido pela revista New Scientist, as imagens de algumas das espécies observadas ao largo do Líbano.
Vídeo: Strange creatures spotted in deep sea off Lebanon
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