O eu polifônico: A voz humana no centro de tudo
Frustrado por não poder cantar duas notas ao mesmo tempo, o inventor musical Beardyman construiu uma máquina que lhe permite criar repetições e camadas sonoras somente com os sons que ele produz com sua voz. Ele consegue, sem muito esforço, conjurar o som de qualquer coisa, desde bebês chorando até o zumbir de uma mosca, sem mencionar imitar basicamente qualquer instrumento musical imaginável.
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Vídeo: TED – Ideas Worth Spreading
Tradução: Gustavo Rocha. Revisão: Barbabara Oliveira
Beardyman, pseudônimo de Darren Foreman, percussionista e inventor, desenvolveu um sistema de produção musical que coloca a participação da voz humana no centro de um novo paradigma musical.
Ele era um estudante da Brighton University, na Inglaterra, quando começou a estudar percussão. Dotado de enorme e raro talento, logo depois venceu dois campeonatos consecutivos.
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Tradução integral da palestra de Beardyman no TED:
Eu gostaria que vocês todos se perguntassem uma coisa a qual vocês podem nunca ter se perguntado: O que se pode fazer com a voz humana?
O que se pode fazer com a voz humana?
(Sons de beatbox)
(Aplausos) (Barulho de bumerangue)
Estava vindo direto pra mim. Eu tive que fazê-lo, é.
Como vocês podem bem imaginar. Eu era uma criança estranha.
Por que a questão é que eu estava constantemente tentando estender meu repertório de sons para ser o melhor que poderia ser. Eu estava sempre fazendo experiências com esses sons. E eu ainda estou nessa missão. Eu ainda estou tentando achar cada som que eu consigo fazer. E a questão é que sou mais velho e mais sábio agora, e eu sei que existem alguns sons que eu nunca vou conseguir fazer porque estou limitado pelo meu corpo físico, e há coisas que ele não consegue fazer. E há coisas que a voz de ninguém consegue fazer.
Por exemplo, ninguém pode fazer duas notas ao mesmo tempo. Você pode fazer dois tons cantando, que os monges podem fazer, que é como...
(Cantando em dois tons)
Mas isso é trapaça. E machuca a garganta. Existem coisas que não dá para fazer, e essas limitações da voz humana sempre me irritaram, porque beatbox é o melhor jeito de tirar ideias musicais de dentro da sua cabeça e por no mundo, mas são esboços no melhor dos casos, que é o que me irritava. Se ao menos existisse um jeito para essas ideias saírem desimpedidas pelas restrições que meu corpo impõe.
Eu tenho trabalhado com esses caras, e nós fizemos uma máquina. Fizemos um sistema que é basicamente uma máquina de produção ao vivo, uma máquina de produção musical em tempo real, e me possibilita, usando nada além da minha voz, criar música em tempo real enquanto a escuto em minha cabeça desimpedido por qualquer restrição física que meu corpo possa me impor. E vou mostrar-lhes o que ela pode fazer.
E antes de começar a fazer barulho com ela, e usá-la para manipular minha voz, Gostaria de enfatizar que tudo que vocês estão prestes a escutar está sendo feito pela minha voz. Este sistema tem -- obrigado, bonito assistente -- este sistema não produz sons por si próprio até que eu comece a colocar sons nele, ou seja, não há qualquer tipo de amostra pré-gravada. E uma vez que ele comece a funcionar, e comece mesmo a deformar os sons que eu vou colocando nele, não fica evidente que é a voz humana, mas é, então vou levá-los por ele passo a passo e começar bem simples.
Então o problema polifônico: eu só tenho uma voz. Como eu posso contornar o problema de querer ter tantas vozes diferentes agindo ao mesmo tempo. A maneira mais fácil de fazê-lo é algo assim.
(Beatbox)
Dançando. É assim.
E esse é provavelmente o jeito mais fácil. Mas se você quiser fazer algo um pouco mais imediato, algo que você não pode conseguir com repetição ao vivo, há outras maneiras de colocar sua voz em camadas. Há coisas como mudança de tom, que são incríveis, e vou mostrar-lhes agora como isso se parece.
E vou começar outra batida para vocês, assim.
(Beatbox) Sempre tem que haver um pouco de dança no começo, porque é divertido, então vocês podem bater palmas comigo se quiserem. Não precisam bater palmas. Está bem. Confiram. Eu vou colocar um som de baixo agora. (Música) E agora, uma guitarra de rockabilly.
O que é legal. Mas e se eu quiser fazer, digamos, um -- (Aplausos) -- Obrigado. E se eu quiser fazer, digamos, um órgão de rock? Dá pra fazer? Sim, dá, gravando a mim mesmo assim.
(Som de órgão)
E agora eu tenho isso, tenho isso gravado. Atribuo a um teclado.
(Música)
E é legal.
Mas e se eu quisesse soar como a banda Pink Floyd? Impossível, vocês diriam. Não. É possível, e é bem fácil de fazer usando esta máquina. É realmente fantástico. Vejam só.
(Música)
Cada som que vocês conseguem ouvir aí é a minha voz. Eu não acionei nada que se pareça com isso. Não há amostras. Não há sintetizadores. Isso é literalmente a minha voz sendo manipulada, e quando chegamos a esse ponto, vocês têm que perguntar, né? Qual é o sentido?Por que fazer isso? (Risos) Porque é mais barato do que contratar a banda Pink Floyd, suponho, seja a resposta fácil. Mas na verdade, eu não fiz essa máquina para poder emular coisas que já existem. Eu a fiz para poder fazer qualquer som que eu possa imaginar. Então com sua permissão, vou fazer algumas coisas que estão na minha mente, e espero que vocês gostem, porque elas são um pouco incomuns, especialmente se estiverem fazendo isso, que é tão incomum quanto isso, pode ser difícil de acreditar que é tudo minha voz, vejam.
(Efeitos vocais)
(Música)
Assim. (Música) Então, definindo vagamente, isso é o que se pode fazer com a voz humana.
Muito obrigado, senhoras e senhores.
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