Por: Brigette Hyacinth (**)
Fonte: Linkedin.com
Meu chefe cometeu um erro durante a implantação de um projeto e, durante uma reunião, em vez de assumir a culpa, disse que a responsabilidade era minha. Saí da reunião chocada e decepcionada. Embora isso tenha acontecido há dois anos, lembro-me de cada detalhe dessa história como ela tivesse acontecido ontem.
Na saída da reunião, ele ainda me disse: “Ainda bem que você está levando a derrota na esportiva”. Entendi que deveria imediatamente começar a planejar a minha estratégia para pedir demissão e sair da empresa. Eu amava o meu trabalho, mas não podia mais confiar no meu chefe. Ele não hesitaria um segundo para passar sobre você como um trator se isso fosse necessário para ele aparecer bem na foto. Mesmo que você tenha um ótimo emprego, se não tiver um chefe que realmente o apoie a sua situação nesse emprego tenderá sempre a ser miserável.
Um mau chefe pode assumir uma ótima equipe e, rapidamente, destruí-la por completo, provocando a demissão dos melhores funcionários e a perda de motivação naqueles que permanecerem.
As pessoas não deixam maus empregos, elas deixam maus chefes. Um mau chefe cria medo e torna o trabalho árduo e desgastante. As estatísticas comprovam: a maior parte das vezes em que um empregado tem problemas com a empresa, trata-se de algo relacionado a seu chefe. Você passa a metade da sua vida no trabalho, e o seu supervisor imediato determina a atmosfera do ambiente. A vida é demasiado curta para ser desperdiçada em 40 horas por semana numa situação constante de estresse e descontentamento.
Demasiados chefes para, poucos líderes
Estudos recentes dizem que 56% dos empregados aceitariam um corte de até 10% em seus salários com a condição de permanecerem sob as ordens de um grande chefe. Na verdade o mundo corporativo está cheio de gerentes e diretores, porém carente de líderes. Líderes são construtores de pessoas. Gerentes muitas vezes derrubam as pessoas. Líderes são seguros de si mesmos e perfeitamente confortáveis nas posições que ocupam, enquanto gerentes tendem a competir com seus subordinados.
Outros estudos mostram que um trabalhador que opera sob o mando de um mau chefe tem 60% a mais de chance de ter um ataque do coração. Trabalhar com um mau chefe representa um risco de desenvolver uma moléstia cardíaca bem maior do que o tabaco, a falta de exercício, ou o excesso de peso, para citar apenas alguns fatores, calculam os pesquisadores. O que, no comportamento de um mau chefe, incrementa o risco de doença cardíaca em seus subordinados? O estresse e a ansiedade provocados pela fixação de objetivos impossíveis de serem atingidos, falta de suporte e apoio (tanto profissional quanto pessoal), práticas agressivas, deselegantes e desleais, ameaças de punição. Se o seu chefe não gosta de você, você caminha sobre areias movediças. Você terá de estar constantemente preocupado em não cometer nenhum erro, em acertar nos mínimos detalhes, porque qualquer pequeno lapso poderá determinar a sua queda ou transferência de posto. Altos níveis de estresse estão diretamente ligados à aterosclerose, a doença das artérias que, por sua vez, leva a várias cardiopatias.
Nunca subestime o impacto provocado pelo fato de se trabalhar em um ambiente tóxico. Ele vai permear todas as outras áreas da existência da pessoa. Se isso estiver acontecendo, tente arrumar um outro emprego ou, pelo menos, ser transferido para um outro setor da mesma empresa. Algum posto, enfim, onde você possa trabalhar sob uma gerência mais competente. Por outro lado, se você tiver um bom chefe, agradeça e se esforce para corresponder às suas expectativas. Bons chefes são capazes de alçar tanto a empresa quanto as pessoas que fazem parte dela a novas e às vezes insuspeitadas alturas.
(*) O Grupo Alibaba é um grupo de empresas com sede em Hangzhou, China, de propriedade priovada, baseada em e-commerce na Internet, incluindo sites online de business-to-business, serviços de varejo e pagamento online, um motor de busca para compras e serviços de computação na nuvem centrados em dados. Seu fundador, Jack Ma, é o maior investidor individual do Grupo. Com 9% das ações transformou o site num colosso mundial, maior que as potências americanas HP e eBay. A marca Alibaba foi eleita a 3ª marca chinesa com maior presença global, segundo o ranking BrandZ, atrás apenas da Lenovo (1º lugar) e Huawei (2º).
(**) Brigette Hyacinth é autora de “The Future of Leadership: Rise of Automation, Robotics and Artificial Intelligence”. O livro oferece um extenso panorama do que está acontecendo no mundo da Inteligência artificial e das tecnologias emergentes, e fornece valiosos pontos de vista sobre como navegar com sucesso na grande vaga de tecnologia que está mudando o perfil do mundo e das pessoas na atualidade.
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