Mentirinhas, mentironas: Dez coisas importantes a respeito da arte de enganar
Pode-se saber se alguém está mentindo só de olhar nos olhos dele? A máquina da verdade funciona mesmo ou é pura enganação? E o soro da verdade, existe? Voluntária ou inconsciente, a mentira está sempre presente. Nos outros, e em nós mesmos
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Por: Equipe Oásis
Não importa o motivo pelo qual dizemos uma mentira, os estudiosos acreditam que ela se compõe de duas partes: por um lado, quando mentimos, devermos inventar uma falsidade; por outro lado, temos também de esconder a verdade. Ser mentiroso, portanto, exige um esforço duplo, e isso se traduz numa maior atividade cerebral. Isso, para começar, explica por que a pessoa que mente leva mais tempo para responder a uma pergunta. Mas essa não é a única curiosidade interessante a respeito da mentira...
1. Olhos nos olhos - É impossível saber se alguém está mentindo só de olhar nos olhos dele. É estranho, porém verdadeiro: os olhos não podem nos dizer se nosso interlocutor está mentindo, ou se é sincero. Isso foi descoberto pelo psicólogo Richard Wiseman, da Universidade de Hertfordshire, analisando o comportamento de pessoas sinceras e de mentirosos. Para ele, conseguir reconhecê-los pelo olhar fugaz (por exemplo, pelas pupilas que o tempo todo mudam a direção do olhar) é impossível.
2. A máquina da verdade – Essa máquina simplesmente não existe. Alguns tribunais norte-americanos admitem os resultados do polígrafo como prova, mas os cientistas já demonstraram que é relativamente fácil enganar a "máquina da verdade". Essencialmente, o polígrafo consegue detectar certos níveis de ansiedade e estresse, logo após uma pergunta: mas nem todos os mentirosos manifestam estresse e ansiedade quando mentem. Pelo contrário, para alguns a mentira causa menos estresse do que a verdade. Também a ressonância magnética, posta à prova, não conseguiu detectar uma informação mentirosa de uma verdadeira. Existe, no entanto, um único fato que parece comprovado: quando se diz uma mentira... o nariz não se alonga, porém se torna mais quente.
3. Duas mentiras ao dia – Segundo um estudo desenvolvido por psicólogos do Departamento de Comunicações da Universidade de Michigan, EUA, com amostragem de 1000 cidadãos norte-americanos, as pessoas mentem em média de uma a duas vezes ao dia.
4. Quando a pessoa mente, engana a si mesmo - Zoe Chance, da Harvard Business School, conduziu um experimento com 76 estudantes, permitindo a eles colar durante uma prova de matemática. Chance descobriu que os embusteiros não apenas enganavam a si próprios, mas em sua maioria ignoravam as próprias mentiras, chegando ao ponto de se convencer de que eram realmente capazes de superar até as provas mais difíceis. Mas as coisas não são assim. Mentir a si mesmo leva a pessoa a superestimar as próprias capacidades. Basta pensar nas incríveis mentiras inventadas pelos desportistas quando são flagrados em estado de doping.
5. Sob pressão – Tendemos a mentir sobretudo quando nos encontramos sob pressão e não temos tempo de pensar nas consequências do nosso comportamento. Segundo Shaul Shalvi, psicólogo da Universidade de Amsterdam, "quando as pessoas agem apressadamente, tentam fazer todo o possível para garantir para si próprias algum Lucro ou vantagem, mesmo quando isso implica em dizer uma mentira. Ter mais tempo a disposição, por outro lado, faz com que as pessoas sejam mais reflexivas e avaliem melhor as consequências de uma mentira".
6. Até as crianças mentem – Que mentir seja um comportamento humano inevitável foi demonstrado por um experimento levado a cabo por dois psicólogos canadenses, Angela Evans e Kang Lee, que pediram a algumas crianças para não usar um certo brinquedo quando não estavam sendo observadas. Como era fácil prever, 80% dos pequenos voluntários transgrediu a ordem. Mas quando os psicólogos perguntaram se tinham obedecido, apenas uma parte das crianças de até dois anos não resistiu e confessou a transgressão. Em compensação, quase todos os mais velhos preferiram mentir. Segundo os dois psicólogos isso prova que começamos a mentir muito cedo.
7. Mentira e criatividade - Utilizando a ressonância magnética, alguns pesquisadores descobriram que quem mente de maneira compulsiva possui entre 22 e 26% de matéria branca a mais na zona do córtex pré-frontal do cérebro. Segundo esses pesquisadores, isso lhes daria uma maior capacidade inventiva no momento de encontrar justificativas e desculpas e para inventar histórias.
8. O soro da verdade funciona? – O sódio pentotal, mais conhecido como "soro da verdade", segundo os psicólogos não impede as pessoas de mentir: o seu mecanismo faz com que sejam momentaneamente removidos os filtros mentais, deprimindo o sistema nervoso central. Quem o toma começa logo a falar, despejando um fluxo infinito de informações... entre as quais, no entanto, podem ser encontradas muitas mentiras.
9. Políticos e mentiras – Nós ocidentais, pensamos na Grécia antiga como sendo a primeira grande e verdadeira democracia. Mas a verdade é que também na Grécia os políticos já mentiam. Um exemplo é Alcebíades, famoso por ter mudado de partido muitas vezes e mudado inclusive de pátria. Durante a Guerra do Peloponeso, ele alternou seu apoio várias vezes, ora a Atenas ora a Esparta, segundo as suas próprias conveniências.
10. Internet, paraíso dos mentirosos - Já conheceu alguém através de um site de encontros? Se sim, é provável ter notado que ambos, você e ele, disseram algumas mentiras. Segundo Nicole Ellison, da Universidade de Michigan, existem três tipos de mentira que estamos dispostos a aceitar de um desconhecido que encontramos online: que ele tenha alguns quilos a mais ou alguns centímetros a menos; que tenha mentido quanto ao número de cigarros que fuma por dia; que tenha idealizado a si mesmo vangloriando-se de um hobby que nem sempre possui ou um esporte que nem sempre pratica. Essas são mentiras aceitáveis enquanto permanecerem "mentirinhas", caso contrário... um segundo encontro não acontecerá nunca.
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